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história do brasil frei vicente do salvador livro primeiro em que se ...

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139com <strong>que</strong> ao longe pareciam to<strong>do</strong>s brancos, e bastou este ardil, e outros de <strong>que</strong> usou, para <strong>que</strong> logolevantass<strong>em</strong> bandeira de paz, e <strong>se</strong> entregass<strong>em</strong> com a artilharia, mos<strong>que</strong>tes, arcabuzes, munições,escravos, e fazendas, <strong>que</strong> tinham na fortaleza, a qual os nossos <strong>que</strong>imaram, e arrasaram; e o dia<strong>se</strong>guinte, <strong>que</strong>ren<strong>do</strong> ir dar <strong>em</strong> outra fortaleza, man<strong>do</strong>u uma canoa com 40 romeiros to<strong>do</strong>s índiosflecheiros, e três homens brancos muito animosos, <strong>que</strong> eram Pero da Costa, Jerônimo Correa deSe<strong>que</strong>ira, e Antônio Teixeira, a descobrir o caminho, aos quais saíram 12 canoas de gentiocontrário, chama<strong>do</strong>s Haruans, e toman<strong>do</strong> a nossa <strong>em</strong> meio s<strong>em</strong> <strong>que</strong>rer<strong>em</strong> admitir a paz, e amizade,<strong>que</strong> lhes denunciavam, começaram a disparar muita flecharia, os nossos já como de<strong>se</strong>spera<strong>do</strong>s davida, por<strong>que</strong> não podiam <strong>se</strong>r socorri<strong>do</strong>s tão b<strong>em</strong> depressa <strong>do</strong>s mais, <strong>que</strong> ficavam longe,encomendan<strong>do</strong>-<strong>se</strong> a Deus, <strong>se</strong> defenderam, e pelejaram tão animosamente, <strong>que</strong> já quan<strong>do</strong> chegaramos companheiros tinham mortos muitos, e muitos mais <strong>se</strong> mataram depois da sua chegada, esocorro, e <strong>se</strong> tomaram quatro canoas de cativos, s<strong>em</strong> <strong>do</strong>s nossos morrer<strong>em</strong> mais de <strong>se</strong>te, masficaram 25 feri<strong>do</strong>s, e Jerônimo Correa de Se<strong>que</strong>ira com duas flechadas, uma no peito, outra <strong>em</strong> umaperna, de <strong>que</strong> esteve mal, e ficou assim ele, como os <strong>do</strong>is companheiros, <strong>que</strong> iam na primeira canoa,com as mãos tão <strong>em</strong>poladas da <strong>que</strong>ntura <strong>do</strong>s canos <strong>do</strong>s arcabuzes, <strong>que</strong> mais de 20 dias não puderampegar <strong>em</strong> coisa alguma, por<strong>que</strong> cada um deles disparou mais de 40 tiros.Cura<strong>do</strong>s os feri<strong>do</strong>s, e descansan<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho da peleja a<strong>que</strong>la noite, na manhã <strong>se</strong>guint<strong>em</strong>an<strong>do</strong>u um capitão um cabo de esquadra com reca<strong>do</strong> aos holande<strong>se</strong>s <strong>que</strong> <strong>se</strong> entregass<strong>em</strong>, por<strong>que</strong>assim o haviam feito os da outra fortaleza de Muturu / <strong>que</strong> era o nome <strong>do</strong> <strong>primeiro</strong> sítio /, e ali ostraziam consigo, <strong>do</strong> <strong>que</strong> certifica<strong>do</strong>s por um <strong>que</strong> lá lhe man<strong>do</strong>u, <strong>se</strong> vieram a entregar assim aspessoas, <strong>que</strong> eram 35, como toda a fábrica da fortaleza, artilharia, escravos, e o mais <strong>que</strong> nelatinham.Aqui perguntou o capitão aos holande<strong>se</strong>s <strong>se</strong> havia mais alguma fortaleza, ou estância degente da sua nação na<strong>que</strong>le rio, e certifica<strong>do</strong> <strong>que</strong> não, <strong>se</strong>não duas de ingle<strong>se</strong>s, e essas lhe ficavam jáabaixo, <strong>se</strong> tornou à nossa fortaleza <strong>do</strong> Pará; e não achan<strong>do</strong> nela o capitão Bento Maciel, <strong>que</strong> o haviai<strong>do</strong> buscar para o ajudar, <strong>se</strong> <strong>em</strong>barcou <strong>em</strong> sua caravela, e foi pela banda <strong>do</strong> norte da Barra Grandeoutra vez ao rio arriba até o achar, depois de ter navega<strong>do</strong> um mês por entre um labirinto de ilhas, eao dia <strong>se</strong>guinte, depois de estar<strong>em</strong> juntos, viram vir um nau, e surgir uma légua <strong>do</strong>nde estavam, àqual foi Bento Maciel com quatro canoas ao socairo da caravela <strong>em</strong> <strong>que</strong> ia Luiz Aranha, parar<strong>em</strong>eter<strong>em</strong> à nau, e pon<strong>do</strong>-<strong>se</strong> debaixo dela a desfazer<strong>em</strong>, o <strong>que</strong> <strong>se</strong> não pôde fazer com tantapresteza, <strong>que</strong> <strong>primeiro</strong> não alcançass<strong>em</strong> da nau com um pelouro de oito libras a uma canoa, com<strong>que</strong> nos mataram <strong>se</strong>te homens brancos, e feriram 20 negros, porém as outras <strong>se</strong> meteram debaixo <strong>do</strong>bojo da nau, e ven<strong>do</strong> <strong>que</strong> a não <strong>que</strong>riam dar a furaram ao lume da água com macha<strong>do</strong>s, com <strong>que</strong> <strong>se</strong>foi a pi<strong>que</strong>, e sobre isto pu<strong>se</strong>ram os inimigos ainda fogo à pólvora, para <strong>que</strong> nenhuma coisaescapas<strong>se</strong>, e contu<strong>do</strong> escaparam algumas pipas de vinho, e cerveja, barris de <strong>que</strong>ijos, e manteiga, euma caixa grande de botica, de <strong>que</strong> os nossos <strong>se</strong> aproveitaram; porém os holande<strong>se</strong>s, <strong>que</strong> eramcento e vinte cinco, to<strong>do</strong>s foram mortos a fogo e a ferro.Com estas vitórias e boas informações <strong>do</strong> grande rio das Amazonas, <strong>que</strong> s<strong>em</strong>pre o pilotoAntônio Vicente foi sondan<strong>do</strong>, <strong>se</strong> partiu Luiz Aranha de Vasconcelos, na sua caravela, a dar a novaa el-rei, levan<strong>do</strong> por test<strong>em</strong>unhas quatro <strong>do</strong>s holande<strong>se</strong>s, <strong>que</strong> havia toma<strong>do</strong>, e um índio principal,<strong>que</strong> o havia guia<strong>do</strong>, e também alguns escravos, para de caminho vender nas Índias, <strong>do</strong>nde <strong>se</strong> partiu<strong>em</strong> companhia da frota da prata, mas apartan<strong>do</strong>-<strong>se</strong> dela junto a Belmuda (sic), daí a 15 dias foitoma<strong>do</strong> <strong>do</strong>s corsários holande<strong>se</strong>s, os quais por ir<strong>em</strong> muitos <strong>do</strong>entes das gengivas, a <strong>que</strong> chamammal de Luanda, o lançaram <strong>em</strong> um pe<strong>que</strong>no bote com quatro marinheiros portugue<strong>se</strong>s na Iliceira,para <strong>que</strong> lhe foss<strong>em</strong> buscar alguns limões, e outra <strong>em</strong>barcação mais capaz <strong>em</strong> <strong>que</strong> levass<strong>em</strong> oscompanheiros, e por não tornar<strong>em</strong> / coisa mui ordinária de qu<strong>em</strong> <strong>se</strong> vê livre / levaram os mais

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