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história do brasil frei vicente do salvador livro primeiro em que se ...

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73De como veio governar o Brasil Manuel Teles Barreto, e <strong>do</strong> <strong>que</strong> aconteceu a umas naus francesas, einglesas no Rio de Janeiro, e S. VicenteComo a Majestade de el-rei Filipe Segun<strong>do</strong> de Castela, e Primeiro de Portugal, foi jura<strong>do</strong>nele por rei no fim <strong>do</strong> ano de mil quinhentos e oitenta, saben<strong>do</strong> da morte <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> BrasilLourenço da Veiga, man<strong>do</strong>u por governa<strong>do</strong>r Manuel Teles Barreto, irmão de Antônio MonizBarreto, <strong>que</strong> foi governa<strong>do</strong>r da Índia; era de 60 anos de idade, e não só era velho nela, mas tambémde Portugal o Velho; a to<strong>do</strong>s falava por vós, ainda <strong>que</strong> fos<strong>se</strong> ao bispo, mas caía-lhe <strong>em</strong> graça, a qualnão têm os velhos to<strong>do</strong>s.Tanto <strong>que</strong> chegou a esta Bahia, <strong>que</strong> foi no ano de mil quinhentos oitenta e <strong>do</strong>is, escreveu atodas as capitanias <strong>que</strong> conhecess<strong>em</strong> a Sua Majestade por <strong>se</strong>u rei, e foi de importância este aviso,por<strong>que</strong> daí a poucos dias chegaram três naus francesas ao Rio de Janeiro, e surgiram junto aobaluarte, <strong>que</strong> está no porto da cidade, dizen<strong>do</strong> <strong>que</strong> iam com uma carta de d. Antônio para o capitãoSalva<strong>do</strong>r Corrêa de Sá, o qual nesta ocasião era i<strong>do</strong> ao <strong>se</strong>rtão fazer guerra ao gentio; mas oadministra<strong>do</strong>r Bartolomeu Simões Pereira, <strong>que</strong> havia fica<strong>do</strong> governan<strong>do</strong> <strong>em</strong> <strong>se</strong>u lugar, e estavainforma<strong>do</strong> da verdade pela carta <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r geral, lhes respondeu <strong>que</strong> <strong>se</strong> foss<strong>em</strong> <strong>em</strong>bora, por<strong>que</strong>já sabia qu<strong>em</strong> era <strong>se</strong>u rei; e por<strong>que</strong> a cidade estava s<strong>em</strong> gente, e não havia mais nela <strong>que</strong> os moço<strong>se</strong>studantes, e alguns velhos, <strong>que</strong> não puderam ir à guerra <strong>do</strong> <strong>se</strong>rtão, destes fez uma companhia, e d.Ignez de Souza, mulher de Salva<strong>do</strong>r Corrêa de Sá, fez outra de mulheres com <strong>se</strong>us chapéus nascabeças, arcos e flechas nas mãos, com o <strong>que</strong>, e com o mandar<strong>em</strong> tocar muitas caixas, e fazermuitos fogos de noite pela praia, fizeram imaginar aos france<strong>se</strong>s <strong>que</strong> era gente para defender acidade, e assim a cabo de dez ou <strong>do</strong>ze dias levantaram as âncoras, e <strong>se</strong> foram.No mesmo t<strong>em</strong>po foram <strong>do</strong>is galeões de ingle<strong>se</strong>s, de 300 toneladas cada um, à capitania deS. Vicente com intento de povoar, e fortificar-<strong>se</strong> por relação de um inglês, <strong>que</strong> <strong>se</strong> havia ali casa<strong>do</strong>,das minas de ouro, e outros metais, <strong>que</strong> há na<strong>que</strong>la terra, e publicavam <strong>que</strong> el-rei católico era morto,e d. Antônio tinha o reino de Portugal, oferecen<strong>do</strong> da parte da rainha de Inglaterra grandes coisas.Porém os portugue<strong>se</strong>s, pela carta <strong>que</strong> tinham estiveram mui firmes por el-rei católico, s<strong>em</strong> <strong>que</strong>reradmitir aos ingle<strong>se</strong>s, os quais ameaçavam de entrar por força, e realmente o fizeram, <strong>se</strong> na<strong>que</strong>laconjunção não chegaram três naus de castelhanos, <strong>que</strong> começaram a pelejar com eles, os quais logobateram estandarte, pedin<strong>do</strong> paz, <strong>que</strong> os castelhanos lhes não deram, antes jogaram a artilharia todaa noite, por<strong>que</strong> pelas correntes não os puderam abordar.Ao outro dia, ainda <strong>que</strong> deixaram uma nau tão maltratada <strong>que</strong> <strong>se</strong> foi ao fun<strong>do</strong>,desampararam a <strong>em</strong>presa, e saíram <strong>do</strong> porto mui maltratadas, s<strong>em</strong> antenas, e as naus furadas pormuitas partes, e mais de 50 homens mortos, e 14 feri<strong>do</strong>s. Entraram as naus castelhanas no porto,<strong>se</strong>n<strong>do</strong> b<strong>em</strong> recebidas <strong>do</strong>s portugue<strong>se</strong>s, <strong>que</strong> rogavam mil bens a Sua Majestade, pois / ainda <strong>que</strong>acaso / tão presto os começava a defender.O caso como ali foram a<strong>que</strong>las naus <strong>se</strong> contará no capítulo <strong>se</strong>guinte.CAPÍTULO SEGUNDODa armada, <strong>que</strong> man<strong>do</strong>u Sua Majestade ao estreito de Magalhães, <strong>em</strong> <strong>que</strong> foi porgeneral Diogo Flores de Valdez, e o sucessor <strong>que</strong> teveFrancisco Drake, corsário inglês, passou o ano de mil quinhentos <strong>se</strong>tenta e nove o estreito deMagalhães, e correu o mar <strong>do</strong> Sul; e d. Francisco de Tole<strong>do</strong>, viso-rei <strong>do</strong> Peru, man<strong>do</strong>u atrás dele aPedro Sarmento, e Antão Paulo Corso, piloto, os quais haven<strong>do</strong> passa<strong>do</strong> o mesmo estreito <strong>do</strong> sul aonorte, chegaram a Sevilha, e daí a Badajós, onde el-rei católico então estava despedin<strong>do</strong> o <strong>se</strong>u

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