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história do brasil frei vicente do salvador livro primeiro em que se ...

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173D. Manuel de Menezes, general da armada de Portugal, chegou à Lisboa a 14 de outubro,haven<strong>do</strong> briga<strong>do</strong> na parag<strong>em</strong> da ilha de S. Miguel com <strong>do</strong>is galeões de holande<strong>se</strong>s, <strong>que</strong> iam de minacarrega<strong>do</strong>s, o qual depois de ter feito amainar um o deixou ao galeão Sant’Anna das Quatro Vilas,<strong>que</strong> ia na sua esteira, no qual ia o mestre de campo d. João de Orelhana, e <strong>se</strong> foi <strong>em</strong> <strong>se</strong>guimento <strong>do</strong>outro, <strong>que</strong> lhe ia fugin<strong>do</strong>, e porventura o tomara, <strong>se</strong>gun<strong>do</strong> a sua nau era forte, e ligeira, <strong>se</strong> não foranecessário tornar atrás acudir ao galeão Sant’Anna, <strong>que</strong> ardia; por<strong>que</strong> haven<strong>do</strong> aborda<strong>do</strong> e rendi<strong>do</strong> o<strong>do</strong>s holande<strong>se</strong>s, e passa<strong>do</strong>s já muitos ao nosso, tira<strong>do</strong> alguns, <strong>que</strong> <strong>se</strong> não qui<strong>se</strong>ram sair, não <strong>se</strong>i <strong>se</strong>por estes, ou <strong>se</strong> acaso <strong>se</strong> pegou fogo ao <strong>se</strong>u, e in continenti dele ao nosso, com <strong>que</strong> <strong>se</strong> abrasaramambos, s<strong>em</strong> <strong>se</strong> salvar mais <strong>que</strong> 148 pessoas, <strong>que</strong> <strong>se</strong> lançaram a nadar, a <strong>que</strong> d. Manuel acudiuquan<strong>do</strong> viu o fogo, deixan<strong>do</strong> o galeão, <strong>que</strong> ia fugin<strong>do</strong>, e largan<strong>do</strong>-lhes a fragata, cabos, jangadas,tábuas, e outras coisas, de <strong>que</strong> <strong>se</strong> pudess<strong>em</strong> valer, os <strong>livro</strong>u <strong>do</strong> perigo da água, morren<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s osmais abrasa<strong>do</strong>s com o mestre de campo d. João de Orelhana, d. Antônio de Luna de Menezes, eoutros muitos.D. Fadri<strong>que</strong> de Tole<strong>do</strong> com grande parte da armada derrotou com o rigor <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po avante<strong>do</strong> estreito ao porto de Málaga, e fazen<strong>do</strong> dali alguns fidalgos sua jornada a Portugal souberam deum correio de Sua Majestade junto a Sevilha <strong>se</strong>r aporta<strong>do</strong> a Cadiz uma armada inglesa de 130 velas,per onde logo voltaram desandan<strong>do</strong> o caminho, <strong>que</strong> já tinham anda<strong>do</strong>, julgan<strong>do</strong> <strong>se</strong>r a<strong>que</strong>le o maispróprio de qu<strong>em</strong> eles eram, <strong>que</strong> o <strong>que</strong> depois de tão larga jornada levavam a suas casas: eram os <strong>que</strong>fizeram esta volta João da Silva Tello, d. Duarte de Menezes, conde de Tarouca, Francisco de Mellode Castro, d. Lopo da Cunha, <strong>se</strong>nhor de Santar, d. Francisco Luiz de Faro, filho <strong>do</strong> conde d. Estevãode Faro, Antônio Taveira de Avelar, e d. Nuno Mascarenhas. Levaram <strong>se</strong>u caminho de Sevilha aXeres onde o du<strong>que</strong> de Medina Sidônia, neto de Rui Gomes da Silva, pelo <strong>que</strong> tinha de português,lhes fez singulares d<strong>em</strong>onstrações de agasalho, e estimação, <strong>que</strong> valia tão primoroso valor.Trataram logo <strong>do</strong> fim da sua vinda, <strong>que</strong> era meter<strong>em</strong>-<strong>se</strong> <strong>em</strong> Cadiz, para <strong>que</strong> a ajudass<strong>em</strong> adefender, pedin<strong>do</strong> ao du<strong>que</strong> uma galé para nela passar<strong>em</strong>, e pelas dificuldades, <strong>que</strong> o du<strong>que</strong>repre<strong>se</strong>ntou, não puderam então levar avante esta sua deliberação, e assim <strong>se</strong> foram à defensão daponte de Suasso, onde assistiam quatro mil homens, mas chegan<strong>do</strong> depois reca<strong>do</strong> de Cadiz de d.Fernan<strong>do</strong> Girão, para <strong>que</strong> de noite lhe metess<strong>em</strong> na cidade trezentos homens escolhi<strong>do</strong>s, foram osfidalgos os <strong>primeiro</strong>s, <strong>que</strong> na vanguarda com <strong>se</strong>us pi<strong>que</strong>s partiram a este socorro, caminhan<strong>do</strong> trêsléguas a pé, com chuva, e água <strong>em</strong> muitas partes pelos joelhos, até entrar<strong>em</strong> na cidade às 11 horasda noite, onde d. Fernan<strong>do</strong> Girão os foi buscar a suas pousadas, significan<strong>do</strong> com palavras, e comabraços, <strong>que</strong> <strong>se</strong>ntiria muito fazer o inimigo leva da sua armada, pois com o favor de tais cavaleirospodia esperar desbaratá-lo. Em Cadiz assistiram como valorosos a to<strong>do</strong> o trabalho e perigo militaraté o inimigo <strong>se</strong> ir. Não mereceram menos estimação d. Afonso de Noronha, Antônio MonizBarreto, Henri<strong>que</strong> Henri<strong>que</strong>s, e d. Afonso de Alencastre, por<strong>que</strong> ainda <strong>que</strong> quan<strong>do</strong> chegaram aCadiz estavam já os inimigos retira<strong>do</strong>s, diz<strong>em</strong> os teólogos <strong>que</strong> a vontade eficaz é equivalente à obra,<strong>se</strong> não pode pôr-<strong>se</strong> <strong>em</strong> efeito, e por tal a estimou Sua Majestade, escreven<strong>do</strong> ao Con<strong>se</strong>lho <strong>que</strong>por<strong>que</strong> estava informa<strong>do</strong> <strong>do</strong> valor com <strong>que</strong> os portugue<strong>se</strong>s o <strong>se</strong>rviram nesta ocasião, e <strong>que</strong> paramorrer por <strong>se</strong>u <strong>se</strong>rviço lhes não faltava vontade, e sobejava o ânimo, mandava <strong>que</strong> a cada um <strong>se</strong>des<strong>se</strong> o <strong>que</strong> tives<strong>se</strong> da Coroa para filhos ou herdeiros, e lhes fizess<strong>em</strong> todas as mais mercês, <strong>que</strong> elepor outro decreto <strong>se</strong>u tinha concedi<strong>do</strong> aos <strong>que</strong> morress<strong>em</strong> nesta <strong>em</strong>presa da Bahia, s<strong>em</strong> <strong>se</strong>rnecessário a nenhum fazer sobre isto mais diligências. O teor da carta é o <strong>se</strong>guinte:«Governa<strong>do</strong>res amigos. Eu el-rei, vos envio muito saudar, como a<strong>que</strong>les <strong>que</strong> amo. Haven<strong>do</strong><strong>se</strong>entendi<strong>do</strong> o <strong>que</strong> os fidalgos portugue<strong>se</strong>s, <strong>que</strong> foram cobrar a Baía de To<strong>do</strong>s os Santos, t<strong>em</strong><strong>se</strong>rvi<strong>do</strong>, e de<strong>se</strong>jan<strong>do</strong> <strong>que</strong> conheçam quão agradável me foi <strong>se</strong>u <strong>se</strong>rviço, e quão satisfeito me acho desuas pessoas, rei por b<strong>em</strong>, <strong>em</strong> <strong>primeiro</strong> lugar, <strong>que</strong> <strong>se</strong> execut<strong>em</strong> as mercês gerais, <strong>que</strong> fiz para os qu<strong>em</strong>orress<strong>em</strong> nesta jornada nos filhos de Martim Afonso de Oliveira, e <strong>que</strong> <strong>se</strong> me consulta <strong>em</strong> <strong>que</strong>

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