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história do brasil frei vicente do salvador livro primeiro em que se ...

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129mos<strong>que</strong>te, abaixo <strong>do</strong> nosso forte, onde logo começaram a des<strong>em</strong>barcar os das canoas, e das outras<strong>em</strong>barcações maiores, fican<strong>do</strong> o <strong>se</strong>u general Daniel de Lancé (de la Touché), <strong>que</strong> era monsieur deReverdière (sic), e Calvinista, nas maiores ao pego, esperan<strong>do</strong> <strong>que</strong> enches<strong>se</strong> a maré para sair com osmais, o <strong>que</strong> visto pelos nossos, e <strong>que</strong> <strong>se</strong> deixavam fortificar <strong>em</strong> terra, e pôr-nos cerco, não era onosso forte bastante para lhes resistir, n<strong>em</strong> havia nele mantimentos bastantes para resistir à fome,determinaram sair logo a eles, como fizeram, in<strong>do</strong> Jerônimo de Albu<strong>que</strong>r<strong>que</strong> com 80 arcabuzeiros e100 flecheiros pela montanha, e Diogo de Campos pela praia com o resto da gente, <strong>que</strong> era aindamenos, <strong>que</strong> ficavam no forte 60 solda<strong>do</strong>s e alguns índios a cargo <strong>do</strong> capitão Salva<strong>do</strong>r de Mello, para<strong>que</strong> <strong>se</strong> fos<strong>se</strong> necessário socorro o des<strong>se</strong>, e in<strong>do</strong> assim marchan<strong>do</strong> o sargento-mor pela praia, chegouum francês trombeta, <strong>em</strong> uma canoinha, <strong>que</strong> r<strong>em</strong>avam quatro índios, e lhe deu uma carta <strong>do</strong> <strong>se</strong>ugeneral monsieur de Reverdière, de grandes ameaças, <strong>se</strong> lhe qui<strong>se</strong>ss<strong>em</strong> resistir, e <strong>que</strong> lavava asmãos <strong>do</strong> sangue, <strong>que</strong> <strong>se</strong> derramas<strong>se</strong>, por<strong>que</strong> tinha por si o direito da guerra, e muito maior força, aqual carta o sargento-mor meteu entre o véu <strong>do</strong> chapéu, e man<strong>do</strong>u o porta<strong>do</strong>r com outro véu nosolhos ao forte, para <strong>que</strong> o tivess<strong>em</strong> preso entretanto, por<strong>que</strong> não havia já t<strong>em</strong>po para mais outraresposta <strong>que</strong> esperar o sinal, <strong>que</strong> Jerônimo de Albu<strong>que</strong>r<strong>que</strong> havia de dar para r<strong>em</strong>eter<strong>em</strong>, o qualda<strong>do</strong> com um grande urro, <strong>que</strong> deu o nosso gentio ao sair da brenha, <strong>do</strong>nde o inimigo <strong>se</strong> nãoreceava, r<strong>em</strong>eteram também os da praia, in<strong>do</strong> <strong>em</strong> meio deles os nossos <strong>do</strong>is frades, <strong>frei</strong> Manuel, e<strong>frei</strong> Cosme, cada um com uma cruz na mão, animan<strong>do</strong>-os, e exortan<strong>do</strong>-os a vitória, <strong>que</strong> NossoSenhor foi <strong>se</strong>rvi<strong>do</strong> dar-lhes, <strong>em</strong> tal mo<strong>do</strong>, <strong>que</strong> pouco mais de meia hora mataram 70 france<strong>se</strong>s, eentre eles o tenente <strong>do</strong> <strong>se</strong>u general, tomaram vivos nove, e pu<strong>se</strong>ram os mais <strong>em</strong> fugida, morren<strong>do</strong><strong>do</strong>s nossos somente quatro, e alguns feri<strong>do</strong>s, entre os quais foi um o capitão Antônio deAlbu<strong>que</strong>r<strong>que</strong>, filho <strong>do</strong> capitão, com <strong>do</strong>is pelouros de arcabuz <strong>em</strong> uma coxa.Visto pelo general francês este destroço <strong>do</strong>s france<strong>se</strong>s, e <strong>do</strong>s <strong>se</strong>us índios, <strong>que</strong> ficaram muitosmortos, e os mais fugi<strong>do</strong>s, e <strong>que</strong> esta fora a resposta da sua arrogante carta, <strong>se</strong> tornou para a ilhacom a sua armada, e menos arrogância.CAPÍTULO QUARTODas tréguas, <strong>que</strong> <strong>se</strong> fizeram entre os nossos e os france<strong>se</strong>s no MaranhãoAo dia <strong>se</strong>guinte man<strong>do</strong>u o general <strong>do</strong>s france<strong>se</strong>s outra carta a Jerônimo de Albu<strong>que</strong>r<strong>que</strong>, <strong>em</strong><strong>que</strong> lhe fazia cargo <strong>do</strong> mal <strong>que</strong> havia guarda<strong>do</strong> as leis da guerra <strong>em</strong> lha dar s<strong>em</strong> <strong>primeiro</strong> responderà outra sua carta, antes lhe prender o porta<strong>do</strong>r, ameaçan<strong>do</strong>-o <strong>que</strong> <strong>se</strong> lho não mandava com os mais<strong>que</strong> lá tinha, havia de enforcar a sua vista os portugue<strong>se</strong>s <strong>que</strong> tinha na ilha, <strong>que</strong> haviam leva<strong>do</strong> comos navios, e não <strong>se</strong> enganas<strong>se</strong> pela vitória alcançada, cuidan<strong>do</strong> alcançaria outra, por<strong>que</strong> lhe haviamfica<strong>do</strong> ainda muitos e bons solda<strong>do</strong>s, fora outros <strong>que</strong> esperava de França, e muitos milhares degentios, com <strong>que</strong> lhes havia fazer cruel guerra, e tomar vingança das crueldades, <strong>que</strong> haviam usa<strong>do</strong>com os <strong>se</strong>us, e assinou-<strong>se</strong> ao pé da carta “Este <strong>se</strong>u mortal inimigo de Reverdière.” A esta respondeuJerônimo de Albu<strong>que</strong>r<strong>que</strong> <strong>que</strong> ele <strong>se</strong>nhor de Reverdière fora o <strong>que</strong> <strong>que</strong>brara as leis, e prática daguerra, mandan<strong>do</strong>-lhe tomar os navios, <strong>que</strong> estavam com quatro pobres marinheiros, desarma<strong>do</strong>s noporto da conquista de Sua Majestade, s<strong>em</strong> lhe escrever <strong>primeiro</strong>, <strong>se</strong>não depois de ter lança<strong>do</strong> <strong>em</strong>terra junto ao <strong>se</strong>u forte trezentos france<strong>se</strong>s, e três mil índios arma<strong>do</strong>s, <strong>que</strong> <strong>se</strong> começavam a fortificar<strong>do</strong>nde já não havia outra resposta <strong>se</strong>não a <strong>que</strong> dá o direito, <strong>que</strong> é com uma força desfazer outra, e<strong>que</strong> <strong>se</strong> ele lá enforcas<strong>se</strong> os portugue<strong>se</strong>s cativos, mal <strong>se</strong>ria, <strong>que</strong> faria aos <strong>se</strong>us, <strong>que</strong> cá tinham; estas, eoutras razões continha a carta, a <strong>que</strong> logo o francês respondeu com outra já mais branda e cortês, eassim foram as <strong>que</strong> dali por diante <strong>se</strong> escreveram de parte a parte, e por fim sucedeu como ajoga<strong>do</strong>res de cartas, <strong>que</strong> depois de grandes invites e revides, de restos vieram a parti<strong>do</strong>, e concerto,

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