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história do brasil frei vicente do salvador livro primeiro em que se ...

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147<strong>que</strong>ren<strong>do</strong> nisto dizer <strong>que</strong> não era t<strong>em</strong>po de retirar quan<strong>do</strong> andavam já à espada; por<strong>que</strong> tinhaexperimenta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s holande<strong>se</strong>s <strong>que</strong> não eram tão destros nesta arma, como nas de fogo, e assimvin<strong>do</strong> à espada tinha já o pleito por venci<strong>do</strong>; outros holande<strong>se</strong>s foram até a casa de Jorge deMagalhães, <strong>que</strong> dista mais de uma légua da cidade, <strong>que</strong>iman<strong>do</strong> as <strong>que</strong> havia pelo caminho, erouban<strong>do</strong> quanto achavam; por<strong>que</strong> os mora<strong>do</strong>res <strong>se</strong> saíam fugin<strong>do</strong> para os matos, e a uma mulher,<strong>que</strong> não pôde fugir, qui<strong>se</strong>ram romper as orelhas para lhe tirar<strong>em</strong> os cercilhos, e pendentes de ouro,<strong>se</strong> ela não lhos dera, e ainda fizeram outras coisas piores <strong>se</strong> não acudira Francisco de Padilha com asua gente, o qual matou quatro, e foi <strong>se</strong>guin<strong>do</strong> os mais, <strong>que</strong> lhe fugiram até o Rio Vermelho; outravez foram muitos ao pomar de Diogo Sodré, <strong>que</strong> <strong>se</strong> chama da vigia, por<strong>que</strong> dali a faz<strong>em</strong> aos navios<strong>que</strong> aparec<strong>em</strong> na costa, e <strong>se</strong> dá aviso na cidade antes <strong>que</strong> entr<strong>em</strong> na barra, e levaram muitos negrosconsigo <strong>do</strong>s <strong>se</strong>us confedera<strong>do</strong>s para carregar<strong>em</strong> de laranjas, limas <strong>do</strong>ces, limões, e cidras, <strong>que</strong> há alimuitas, mas saíram-lhe os capitães Antônio Macha<strong>do</strong>, e Antônio de Moraes com 50 homens cadaum, e depois de batalhar<strong>em</strong> animosamente, e lhes matar<strong>em</strong> nove holande<strong>se</strong>s, todavia <strong>se</strong> retiraramcom <strong>do</strong>is portugue<strong>se</strong>s mortos, e alguns feri<strong>do</strong>s; mas a este t<strong>em</strong>po acudiu o capitão Padilha com 20solda<strong>do</strong>s <strong>se</strong>us, e in<strong>do</strong> após eles, <strong>que</strong> já <strong>se</strong> iam para a cidade, lhe fizeram rosto, e <strong>se</strong> tornou a travaroutra batalha, a <strong>que</strong> tornaram os <strong>do</strong>is <strong>primeiro</strong>s capitães, <strong>que</strong> <strong>se</strong> haviam retira<strong>do</strong>, e os foram levan<strong>do</strong>até ter<strong>em</strong> vista <strong>do</strong> socorro, <strong>que</strong> ia aos holande<strong>se</strong>s, <strong>que</strong> então os deixaram, por não ter<strong>em</strong> maispólvora, n<strong>em</strong> munição, mas ainda nesta <strong>se</strong>gunda batalha lhe mataram muitos mais, e cativaram umvivo, chama<strong>do</strong> Rodrigo Mateus, <strong>que</strong> levaram ao bispo.Não <strong>se</strong> haviam com menos ânimo e esforço Manuel Gonçalves, e os mais capitães, <strong>que</strong>ficavam da banda <strong>do</strong> Carmo, vigian<strong>do</strong> continuadamente <strong>se</strong> saíam para a<strong>que</strong>la parte algunsholande<strong>se</strong>s, e assim junto ao mesmo mosteiro <strong>do</strong> Carmo mataram uma vez <strong>se</strong>is, e outra três; esain<strong>do</strong> <strong>do</strong> forte de S. Filipe a pescar a umas camboas, <strong>que</strong> ficam perto, deram sobre eles, e ospescaram, antes <strong>que</strong> eles pescass<strong>em</strong>; mataram um, e cativan<strong>do</strong> três, <strong>que</strong> levaram ao bispo, <strong>do</strong>s quaisum era o cabo <strong>do</strong> forte; e ven<strong>do</strong> os holande<strong>se</strong>s <strong>que</strong> os nossos <strong>se</strong> ajudavam por estes assaltos, deumas casas <strong>que</strong> ali estavam, onde no t<strong>em</strong>po da paz morava o capitão <strong>do</strong> forte com sua família,foram uma manhã cinco com picões para derribá-las, mas Manuel Gonçalves, Jorge de Aguiar, ePero <strong>do</strong> Campo, <strong>que</strong> já estavam esperan<strong>do</strong> <strong>em</strong>bosca<strong>do</strong>s no mato, tanto <strong>que</strong> os viram subi<strong>do</strong>s paradestelhar<strong>em</strong> a casa, saíram com os <strong>se</strong>us, mataram <strong>do</strong>is, e <strong>se</strong>guin<strong>do</strong> os outros até a porta da fortaleza,e s<strong>em</strong> falta a entraram da<strong>que</strong>la vez, <strong>se</strong> na mesma porta não pu<strong>se</strong>ss<strong>em</strong> os de dentro uma peça deartilharia, <strong>que</strong> dispararam com muita munição miúda, e os fizeram tornar.Outra vez haven<strong>do</strong>-lhe um negro <strong>do</strong> capitão Pero de Campo toma<strong>do</strong> o batel <strong>do</strong> pé <strong>do</strong> forte, eleva<strong>do</strong> aos nossos, s<strong>em</strong> <strong>em</strong>bargo de muitas peças, <strong>que</strong> lhe atiraram s<strong>em</strong> lhe acertar alguma,entenden<strong>do</strong> o dito capitão Manuel Gonçalves <strong>que</strong> pois não tinham batel iriam por terra dar aviso acidade <strong>do</strong> <strong>que</strong> passava, os foi esperar ao caminho, e ven<strong>do</strong> <strong>que</strong> iam <strong>do</strong>is <strong>em</strong> uma jangada man<strong>do</strong>u aeles a na<strong>do</strong>, mas não os tomaram, por<strong>que</strong> lhes acudiu uma lancha sua, <strong>que</strong> ia da cidade.CAPÍTULO VIGÉSIMO SÉTIMODe outros assaltos, <strong>que</strong> <strong>se</strong> deram à beira-mar aos holande<strong>se</strong>sVen<strong>do</strong> os holande<strong>se</strong>s <strong>que</strong> por terra ganhavam mui pouco, e os não deixavam chegar àsfazendas de fora, determinaram ir a elas por mar, socapa / como eles diziam / de buscar algumrefresco por <strong>se</strong>u dinheiro, ou a troco de outras merca<strong>do</strong>rias; e para isto levavam às vezes algunsportugue<strong>se</strong>s consigo, <strong>do</strong>s <strong>que</strong> entre si tinham, para <strong>que</strong> <strong>se</strong>gurass<strong>em</strong> aos outros da paz, e quan<strong>do</strong> nãoqui<strong>se</strong>ss<strong>em</strong> lhes fariam guerra, mas também disto <strong>se</strong> preveniu o bispo, mandan<strong>do</strong> <strong>que</strong> os <strong>que</strong> tinhamengenhos, e fazendas junto a praia <strong>se</strong> fortificass<strong>em</strong>, e assistiss<strong>em</strong> nelas, e por esta causa mandava

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