156Janeiro, e o man<strong>do</strong>u o capitão-mor Constantino Menelau de lá a esta cidade, onde esteve presomuito t<strong>em</strong>po. O qual saiu ao desafio com duzentos mos<strong>que</strong>teiros, e alguns negros flecheiros, masquan<strong>do</strong> viu a confiança com <strong>que</strong> o estavam aguardan<strong>do</strong> além de S. Bento, junto a ermida de S.Pedro, e <strong>se</strong>ntiu um rumor no mato, <strong>que</strong> imaginou <strong>se</strong>r manga de índios, para lhe tomar<strong>em</strong> as costas,posto <strong>que</strong> realmente não eram <strong>se</strong>não uns negros, <strong>que</strong> iam carrega<strong>do</strong>s de tábuas da ermida de SantoAntônio da Vila Velha para o arraial, isto bastou para não ousar a cometer, n<strong>em</strong> ainda a esperar, e <strong>se</strong>tornou para a cidade.Outra fineza fez o capitão Francisco Padilha com <strong>se</strong>u primo Antônio Ribeiro, <strong>que</strong> <strong>se</strong> foram aum bergantim <strong>do</strong>s holande<strong>se</strong>s uma noite, e junto da fortaleza nova, e <strong>do</strong>s <strong>se</strong>us navios, <strong>que</strong> tinhamcontinua vigia, o levaram dali à vista da sua nau, <strong>que</strong> estava vigian<strong>do</strong> na barra, a meter no rioVermelho com duas peças pe<strong>que</strong>nas de bronze, e quatro ro<strong>que</strong>iras, <strong>que</strong> tinha dentro, in<strong>do</strong> por terra ocapitão Francisco de Castro, com a sua companhia, e a <strong>do</strong> Padilha de resguar<strong>do</strong>, para <strong>que</strong> <strong>se</strong> osholande<strong>se</strong>s foss<strong>em</strong> atrás <strong>do</strong> bergantim o encalhass<strong>em</strong> <strong>em</strong> terra, e lho defendess<strong>em</strong>, o <strong>que</strong> eles nãofizeram por <strong>se</strong> não poder<strong>em</strong> persuadir / <strong>se</strong>gun<strong>do</strong> diziam / <strong>que</strong> lho levaram os portugue<strong>se</strong>s, <strong>se</strong>não <strong>que</strong><strong>se</strong> desamarrara, e o vento, e a maré o levara.CAPÍTULO TRIGÉSIMO QUARTODa armada <strong>que</strong> Sua Majestade man<strong>do</strong>u a socorrer e recuperar a Bahia,e <strong>do</strong>s fidalgos portugue<strong>se</strong>s <strong>que</strong> <strong>se</strong> <strong>em</strong>barcaramCom muita brevidade man<strong>do</strong>u Sua Majestade aprestar suas armadas, assim <strong>em</strong> Castela, como <strong>em</strong> Portugal eBiscaia para socorrer, e recuperar a Bahia <strong>do</strong> poder <strong>do</strong>s holande<strong>se</strong>s, dizen<strong>do</strong> <strong>que</strong> <strong>se</strong> lhe fora possível ele mesmo houverade vir <strong>em</strong> pessoa, o <strong>que</strong> foi causa de to<strong>do</strong>s <strong>se</strong>us vassalos <strong>se</strong> oferecer<strong>em</strong> à jornada com muita vontade, e só na armada dePortugal <strong>se</strong> <strong>em</strong>barcaram mais de c<strong>em</strong> fidalgos, para o <strong>que</strong> foi também grande motivo d. Afonso de Noronha, Fidalgovelho, <strong>que</strong> havia si<strong>do</strong> eleito viso-rei da Índia, e foi o <strong>primeiro</strong> <strong>que</strong> <strong>se</strong> alistou por solda<strong>do</strong>, a qu<strong>em</strong> to<strong>do</strong>s os outros<strong>se</strong>guiram, para passar este grande oceano, como os filhos de Israel a Aminadab, para a passag<strong>em</strong> <strong>do</strong> mar Vermelho.Partiu esta armada de Lisboa a 22 de nov<strong>em</strong>bro de 1624, dia de Santa Cecília, por general dela d. Manuel deMenezes no galeão S. João, <strong>do</strong> qual vinha por capitão <strong>se</strong>u filho d. João Teles de Menezes, e juntamente de umacompanhia de solda<strong>do</strong>s, e d. Álvaro de Abranches, neto <strong>do</strong> conde de vila Franca, e Gonçalo de Souza, filho herdeiro deFernão de Souza, governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> reino de Angola, de outras duas, <strong>que</strong> por to<strong>do</strong>s eram <strong>se</strong>iscentos solda<strong>do</strong>s.Almeiranta, <strong>que</strong> era o galeão Santa Anna, vinha por almirante e mestre de campo de umterço d. Francisco de Almeida, por capitão da sua infantaria Simão de Mascarenhas, <strong>do</strong> hábito de S.João.No galeão Conceição vinha por capitão e mestre de campo de outro terço Antônio MonizBarreto; por capitão da infantaria d. Antônio de Menezes, filho único de d. Carlos de Noronha. Nogaleão S. José vinha por capitão d. Rodrigo Lobo, e da infantaria d. Sancho Faro, filho <strong>do</strong> conde deVimieiro.Na nau Caridade vinha por capitão dela e da infantaria Lancerote de França. Na naveta SantaCruz vinha por capitão dela e da infantaria Constantino de Mello. Na nau Sol Doura<strong>do</strong>, capitãoManuel Dias de Andrade. Na nau Penha de França, capitão Diogo Vaião.Na nau Nossa Senhora <strong>do</strong> Rosário, capitânia da esquadra <strong>do</strong> Porto e Viana, por capitão-mordela e de toda a esquadra Tristão de Men<strong>do</strong>nça Furta<strong>do</strong>, e por capitão da infantaria AntônioÁlvares. Na almeiranta chamada S. Bartolomeu, almirante Domingos da Câmara, e capitão dainfantaria d. Manuel de Moraes.Na nau Nossa Senhora da Ajuda, capitão dela e da infantaria Gregório Soares. Na nau NossaSenhora <strong>do</strong> Rosário Maior, capitão dela e de arcabuzeiros Rui Barreto de Moura.Na nau Nossa Senhora <strong>do</strong> Rosário Menor, capitão Cristóvão Cabral, <strong>do</strong> hábito de S. João.Na nau Nossa Senhora das Neves Maior, capitão Domingos Gil da Fon<strong>se</strong>ca. Na nau Nossa Senhora
157das Neves Menor, capitão Gonçalo Lobo Barreto. Na nau S. João Evangelista, capitão DiogoFerreira. Na nau Nossa Senhora da Boa Viag<strong>em</strong>, capitão Bento <strong>do</strong> Rego Barbosa. Na nau S. BomHom<strong>em</strong>, capitão João Casa<strong>do</strong> Jacome.Os mais navios eram patachos e caravelas, <strong>que</strong> por to<strong>do</strong>s eram vinte e <strong>se</strong>is, dez <strong>do</strong> Porto eViana, e os mais de Lisboa.Os fidalgos <strong>que</strong> neles vinham <strong>em</strong>barca<strong>do</strong>s por solda<strong>do</strong>s, <strong>se</strong>guin<strong>do</strong> a ord<strong>em</strong> <strong>do</strong> alfabeto,eram: o já nomea<strong>do</strong> d. Afonso de Noronha, <strong>do</strong> Con<strong>se</strong>lho de Esta<strong>do</strong>. d. Afonso de Portugal, conde deVimioso. d. Afonso de Menezes, herdeiro da casa de <strong>se</strong>u pai, d. Fradi<strong>que</strong>. d. Álvaro Coutinho,<strong>se</strong>nhor de Almourol. Álvaro Pires de Távora, filho herda<strong>do</strong> de Rui Lourenço de Távora, governa<strong>do</strong>r<strong>que</strong> foi <strong>do</strong> Algarve, e viso-rei da Índia. Álvaro de Souza, filho herdeiro da casa de Gaspar de Souza,<strong>do</strong> Con<strong>se</strong>lho de Esta<strong>do</strong>, e governa<strong>do</strong>r <strong>que</strong> foi <strong>do</strong> Brasil. Álvaro de Souza, filho de Simão de Souza.d. Antônio de Castelo, <strong>se</strong>nhor de Pombeiro. Antônio Corrêa, <strong>se</strong>nhor de Belas. Antônio Luiz deTávora, filho herdeiro <strong>do</strong> conde de S. João. Antônio Teles da Silva, <strong>do</strong> hábito de S. João, filho deLuiz da Silva, <strong>do</strong> Con<strong>se</strong>lho de Sua Majestade, ve<strong>do</strong>r de sua fazenda. Antônio da Silva, filho dePedro da Silva. Antônio Carneiro de Aragão. Antônio de S. Paio, filho de Manuel de S. Paio, <strong>se</strong>nhorde vila Flor. Antônio Pinto Coelho, <strong>se</strong>nhor das Figueiras. Antônio Taveira de Avelar. d. Antônio deMello. Antônio Freitas da Silveira, filho de João Rodrigues de Freitas, da ilha da Madeira. BrazSoares de Souza. d. Duarte de Menezes, conde de Tarouca. Duarte de Albu<strong>que</strong>r<strong>que</strong>, <strong>se</strong>nhor dePernambuco. d. Diogo da Silveira, filho herdeiro de d. Álvaro da Silveira, e neto <strong>do</strong> conde deSortelha. d. Diogo Lobo, filho de d. Pedro Lobo. d. Diogo de Noronha. d. Diogo de Vasconcellos eMenezes, e d. Sebastião, filhos de d. Afonso de Vasconcellos, da casa de Penela. Duarte de MelloPereira. Duarte Peixoto da Silva. Estevão Soares de Mello, <strong>se</strong>nhor da casa de Mello. Estevão deBrito Freire. d. Francisco de Portugal, comenda<strong>do</strong>r da fronteira. Francisco de Mello de Castro, filhode Antônio de Mello de Castro. d. Francisco de Faro, filho <strong>do</strong> conde d. Estevão de Faro, <strong>do</strong>Con<strong>se</strong>lho de Esta<strong>do</strong> de Sua Majestade, e ve<strong>do</strong>r de sua fazenda. Francisco Moniz d. Francisco deTole<strong>do</strong>, e Antônio de Abreu, <strong>se</strong>u irmão. d. Francisco de Sá, filho de Jorge de Sá. Francisco deMen<strong>do</strong>nça Furta<strong>do</strong>, e Cristóvão de Men<strong>do</strong>nça Furta<strong>do</strong>, <strong>se</strong>u irmão. Garcia Veles de Castelo Branco.Gaspar de Paiva de Magalhães. Jorge de Mello, filho de Manuel de Mello, monteiro-mor. JorgeMexia. Gonçalo de Souza, filho herdeiro de <strong>se</strong>u pai Fernão de Souza, governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> reino deAngola. Gonçalo Tavares de Souza, filho de Bernardim de Távora, <strong>do</strong> Algarve. d. Henri<strong>que</strong> deMenezes, <strong>se</strong>nhor de Louriçal. Jerônimo de Mello de Castro. d. Henri<strong>que</strong> Henri<strong>que</strong>s, <strong>se</strong>nhor dasAlcaçovas. Henri<strong>que</strong> Corrêa da Silva. Henri<strong>que</strong> Henri<strong>que</strong>s. d. João de Souza, alcaide-mor deThomar. João da Silva Tello de Menezes, coronel de Lisboa. João de Mello. d. João de Lima, filho<strong>se</strong>gun<strong>do</strong> <strong>do</strong> visconde d. João de Portugal, filho de d. Nuno Álvares de Portugal, governa<strong>do</strong>r <strong>que</strong> foi<strong>do</strong> reino. d. João de Menezes, filho herdeiro de d. Diogo de Menezes. João Mendes deVasconcellos, filho de Luiz Mendes de Vasconcellos, governa<strong>do</strong>r <strong>que</strong> foi <strong>do</strong> reino de Angola. JoãoMacha<strong>do</strong> de Brito. Jo<strong>se</strong>ph de Souza de S. Paio. Luiz Álvares de Távora, conde de S. João, <strong>se</strong>nhor dacasa de Moga<strong>do</strong>uro. d. Lopo da Cunha, <strong>se</strong>nhor de Sentar. Luiz. Cesar de Menezes, filho de VascoFernandes Cesar, prove<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s armazéns de Sua Majestade. Lourenço Pires Carvalho, filhoherdeiro da casa de Gonçalo Pires Carvalho, prove<strong>do</strong>r das obras de Sua Majestade. d. Lourenço deAlmada, filho de d. Antão de Almada. Lopo de Souza, filho de Aires de Souza. Martim Afonso deOliveira de Miranda, morga<strong>do</strong> de Oliveira. Martim Afonso de Távora, filho de Rui Pires de Távora,reposteiro-mor de Sua Majestade. Manuel de Souza Coutinho, filho de Cristóvão de SouzaCoutinho, guarda-mor das naus da Índia, <strong>se</strong>nhor da casa de Baião. d. Manuel Lobo, filho de d.Francisco Lobo. Manuel de Souza Mascarenhas. Martim Afonso de Mello, e Jo<strong>se</strong>ph de Mello, <strong>se</strong>uirmão. d. Manuel Coutinho, e <strong>do</strong>is filhos <strong>do</strong> marechal d. Fernan<strong>do</strong> Coutinho. Nuno da Cunha, filhoherdeiro de João Nunes da Cunha. d. Nuno Mascarenhas da Costa, filho de d. João Mascarenhas.
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HISTÓRIA DO BRASILPORFREI VICENTE
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17nossas, porque se querem dizer Fr
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35o sul, e outras 25 da capitania d
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37o primeiro arribou às Antilhas,
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53asenhorearam da nau, e vendo que
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71Araconda fossem à caça lhes dis
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73De como veio governar o Brasil Ma
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101ociosamente senão que como era
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