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história do brasil frei vicente do salvador livro primeiro em que se ...

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36sabi<strong>do</strong> isto pelos france<strong>se</strong>s / <strong>que</strong> logo lhe foram dizer / lhe man<strong>do</strong>u o <strong>se</strong>u capitão oferecer <strong>que</strong> fos<strong>se</strong>tomar entrega da fortaleza, e deles, <strong>que</strong> to<strong>do</strong>s <strong>que</strong>riam <strong>se</strong>r <strong>se</strong>us prisioneiros, e cativos, e só pediammercê das vidas, e assim <strong>se</strong> fez; não esperan<strong>do</strong> o capitão da fortaleza <strong>que</strong> Pero Lopes de Souzachegas<strong>se</strong> a ela, mas ao caminho lhe trouxe as chaves, e lhas entregou com to<strong>do</strong>s os <strong>se</strong>us solda<strong>do</strong>sdesarma<strong>do</strong>s, ele lhes man<strong>do</strong>u entregar a sua roupa, e despejada a fortaleza da artilharia, e <strong>do</strong> mais<strong>que</strong> tinha a man<strong>do</strong>u arrasar, fazen<strong>do</strong> outra mais forte na povoação, e outra nos marcos, pararesguar<strong>do</strong> da feitoria Del-rei, <strong>que</strong> depois Sua Alteza deu a Duarte Coelho, onde logo <strong>se</strong> tratou defazer muito pau para a carga <strong>do</strong>s navios: e enquanto estas coisas <strong>se</strong> faziam sucedeu uma noite, <strong>que</strong>estan<strong>do</strong> o capitão-mor com a candeia, e janela aberta lhe tiraram de fora com duas flechas, das quaisuma lhe foi tocan<strong>do</strong> com as penas pelo roupão, e ambas <strong>se</strong> foram pregar <strong>em</strong> umas rodelas, <strong>que</strong>estavam defronte na parede, o qual suspeitan<strong>do</strong> nos france<strong>se</strong>s, man<strong>do</strong>u pela manhã <strong>que</strong> o<strong>se</strong>nforcass<strong>em</strong> to<strong>do</strong>s, e começan<strong>do</strong>-<strong>se</strong> a fazer execução, ven<strong>do</strong> <strong>do</strong>is <strong>que</strong> ele havia toma<strong>do</strong> para afortaleza por <strong>se</strong>r<strong>em</strong> bombardeiros, <strong>que</strong> os mais eram inocentes, dis<strong>se</strong>ram <strong>em</strong> altas vozes <strong>que</strong> ele<strong>se</strong>ram os culpa<strong>do</strong>s, <strong>que</strong> lhe haviam atira<strong>do</strong> cuidan<strong>do</strong> de o acertar<strong>em</strong>, e nenhum da<strong>que</strong>loutros tinhaculpa; pelo <strong>que</strong> man<strong>do</strong>u sustar a execução neles, e enforcar a estoutros, mas estavam muito<strong>se</strong>nforca<strong>do</strong>s, e cá <strong>se</strong> consumiram to<strong>do</strong>s, com <strong>que</strong> os gentios ficaram estiman<strong>do</strong> mais os portugue<strong>se</strong>s,e os começaram a ajudar a fazer suas roças e fazendas, e a cortar e trazer o pau, <strong>que</strong> <strong>se</strong> havia decarregar nos navios de el-rei, o <strong>que</strong> tu<strong>do</strong> <strong>se</strong> lhes pagava muito a <strong>se</strong>u gosto.Carrega<strong>do</strong>s os navios da armada <strong>que</strong> o capitão havia trazi<strong>do</strong> para este efeito <strong>se</strong> partiram parao reino, e ele nos outros foi correr a costa, como el-rei lhe mandava, onde entrou <strong>em</strong> muitos portos,e <strong>que</strong>imou algumas naus francesas <strong>que</strong> achou, mas os france<strong>se</strong>s lhe fugiram pela terra dentro comos gentios, <strong>do</strong>nde depois nos fizeram muito mal.Ultimamente chegou a São Vicente, onde achou a <strong>se</strong>u irmão mais velho, Martim Afonso deSouza, fortifican<strong>do</strong>, e povoan<strong>do</strong> a sua capitania, e dan<strong>do</strong> ord<strong>em</strong> a <strong>se</strong> povoar, e fortificar também asua de São Vicente para o sul, <strong>se</strong> tornou a esta de Itamaracá, e achan<strong>do</strong> boa informação de umFrancisco de Braga, grande intérprete <strong>do</strong> Brasil, <strong>que</strong> havia deixa<strong>do</strong> <strong>em</strong> <strong>se</strong>u lugar, o tornou a deixarcom to<strong>do</strong>s os <strong>se</strong>us poderes, e <strong>se</strong> tornou a Portugal a dar conta a el-rei <strong>do</strong> <strong>que</strong> tinha feito, <strong>do</strong>nde foipor capitão-mor de quatro naus para a Índia o ano de 1539, e a tornada para o reino <strong>se</strong> sumiu a nau<strong>em</strong> <strong>que</strong> vinha, s<strong>em</strong> nunca mais aparecer, n<strong>em</strong> coisa alguma dela.CAPÍTULO DÉCIMO SEGUNDODo <strong>que</strong> aconteceu na capitania de Itamaracá depois <strong>que</strong> dela<strong>se</strong> foi o <strong>do</strong>natário Pero Lopes de SouzaComo o capitão Francisco de Braga sabia falar a língua <strong>do</strong> gentio, e era tão conheci<strong>do</strong> entreeles, não faziam <strong>se</strong>não o <strong>que</strong> ele <strong>que</strong>ria, e lhes mandava, e assim <strong>se</strong> ia esta capitania povoan<strong>do</strong> commuita facilidade, mas chegou neste t<strong>em</strong>po Duarte Coelho a povoar a sua, e como fez a povoaçãonos marcos, foi a muita vizinhança causa de ter<strong>em</strong> algumas diferenças, por fim das quais lh<strong>em</strong>an<strong>do</strong>u Duarte Coelho dar uma cutilada pelo rosto, e o capitão ven<strong>do</strong> <strong>que</strong> não podia vingar, <strong>se</strong><strong>em</strong>barcou para as Índias de Castela, levan<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> o <strong>que</strong> pôde; pelo <strong>que</strong> ficou a capitaniadesbaratada, perdida, como corpo s<strong>em</strong> cabeça, e muito mais por chegar neste t<strong>em</strong>po novas <strong>que</strong> eramorto Pero Lopes de Souza, vin<strong>do</strong> da Índia, onde el-rei o man<strong>do</strong>u por capitão-mor das naus. Massua mulher d. Isabel de Gamboa man<strong>do</strong>u logo aprestar um patacho <strong>em</strong> <strong>que</strong> vies<strong>se</strong> o capitão JoãoGonçalves, <strong>que</strong> já havia esta<strong>do</strong> com <strong>se</strong>u mari<strong>do</strong>, e <strong>se</strong> partis<strong>se</strong> à pressa, s<strong>em</strong> esperar por outros trêsnavios, <strong>que</strong> <strong>se</strong> ficavam negocian<strong>do</strong>; e assim <strong>se</strong> partiu; porém os <strong>que</strong> partiram derradeiro chegaram, e

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