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história do brasil frei vicente do salvador livro primeiro em que se ...

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72sabi<strong>do</strong> por el-rei, e as diligências <strong>que</strong> d. Antônio fazia para <strong>que</strong> o levantass<strong>em</strong> por rei de Portugal,<strong>se</strong>ntiu muito não poder escusar-<strong>se</strong> de aproveitar-<strong>se</strong> das armas, e já estava as<strong>se</strong>gura<strong>do</strong> da consciência,com pareceres de teólogos e canonistas, <strong>que</strong> o podia fazer, e <strong>se</strong> aparelhava para isso; mas escreveu<strong>primeiro</strong> aos governa<strong>do</strong>res, e a cinco principais cidades <strong>do</strong> reino, e aos três esta<strong>do</strong>s, <strong>que</strong> estavam <strong>em</strong>Cortes <strong>em</strong> Almeirim, pedin<strong>do</strong>-lhes <strong>que</strong> o declarass<strong>em</strong> conforme a vontade <strong>do</strong> rei-defunto <strong>se</strong>u tio, e a<strong>se</strong>u direito. Responderam-lhe <strong>que</strong> não podiam até <strong>que</strong> a causa <strong>se</strong> declaras<strong>se</strong> por justiça; o <strong>que</strong> vistopor el-rei, nomeou o du<strong>que</strong> de Alba por general <strong>do</strong> exército, e man<strong>do</strong>u <strong>que</strong> entrass<strong>em</strong> <strong>em</strong> Portugalpor terra e por mar.Iam no exército mais de 1.400 cavalos, a infantaria, além <strong>do</strong>s terços de Espanha, eram qua<strong>se</strong>quatro mil al<strong>em</strong>ães, e <strong>se</strong>u coronel o conde Baldrou (de Lodron), e quatro mil italianos com <strong>se</strong>ucapitão-general d. Pedro de Médicis.O du<strong>que</strong> de Alba, contra o parecer de outros, <strong>que</strong> diziam <strong>que</strong> s<strong>em</strong> tratar da torre de S. Gião(S. Julião), <strong>se</strong> foss<strong>em</strong> direitos a Lisboa, e começou de bater com vinte e quatro canhões, e ainda <strong>que</strong>lhe não fez grande dano, Tristão Vaz da Veiga, irmão de Lourenço da Veiga, governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Brasil,<strong>que</strong> era o capitão da Torre, determinou de entregá-la, e mandan<strong>do</strong> pedir <strong>se</strong>guro ao du<strong>que</strong> <strong>se</strong> viu comele <strong>em</strong> campo, e <strong>se</strong> concertou de entregar a fortaleza, <strong>se</strong> lhe concediam o <strong>que</strong> d. Antônio lhe haviada<strong>do</strong>, e assim <strong>se</strong> fez, e <strong>se</strong> meteu nela presidiu de castelhanos; o <strong>que</strong> visto por Pedro Barba, capitão<strong>do</strong> forte da Cabeça Seca, <strong>que</strong> até então <strong>se</strong> não havia <strong>que</strong>ri<strong>do</strong> render, e <strong>que</strong> o marquês de Santa Cruz,d. Álvaro Baçan, ia entran<strong>do</strong> com as galés castelhanas, o desamparou, e <strong>se</strong> foi a d. Antônio, <strong>que</strong>também foi daí a poucos dias venci<strong>do</strong> <strong>em</strong> Lisboa, e retiran<strong>do</strong>-<strong>se</strong> dela a cidade de Coimbra, e deCoimbra à <strong>do</strong> Porto, onde o reconheceram por rei, in<strong>do</strong> s<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> <strong>se</strong>guimento Sancho de Ávila;finalmente o forçou a <strong>em</strong>barcar-<strong>se</strong> no rio Minho, vesti<strong>do</strong> como marinheiro, e passar-<strong>se</strong> às ilhas, edelas a outros reinos estranhos, onde acabou a vida.Hei dito estas coisas <strong>em</strong> suma, não s<strong>em</strong> propósito, <strong>se</strong>não para declarar o acha<strong>que</strong> ou ocasiãoda morte <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Brasil Lourenço da Veiga, .<strong>que</strong> como <strong>se</strong> prezava de português, <strong>se</strong>ntiutanto haver <strong>se</strong>u irmão Tristão Vaz da Veiga entregue a torre de S. Gião da maneira <strong>que</strong> t<strong>em</strong>os visto,<strong>que</strong> ouvin<strong>do</strong> a nova enfermou, e morreu; e assim acabou o governa<strong>do</strong>r Lourenço da Veiga, e nóscom ele acabamos também este <strong>livro</strong>.LIVRO QUARTODA HISTORIA DO BRASILDO TEMPO QUE O GOVERNOU MANUEL TELES BARRETOATÉ A VINDA DO GOVERNADOR GASPAR DE SOUZACAPÍTULO PRIMEIRO

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