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história do brasil frei vicente do salvador livro primeiro em que se ...

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71Araconda foss<strong>em</strong> à caça lhes dis<strong>se</strong>ss<strong>em</strong> <strong>que</strong> eles r<strong>em</strong>ordi<strong>do</strong>s de suas consciências os <strong>que</strong>riamredimir <strong>do</strong> cativeiro <strong>do</strong>s brancos <strong>em</strong> <strong>que</strong> os pu<strong>se</strong>ram, e para isto lhes <strong>que</strong>riam dar guerra, pelo <strong>que</strong>os avisavam <strong>que</strong> quan<strong>do</strong> viss<strong>em</strong> a batalha os deixass<strong>em</strong>, e <strong>se</strong> foss<strong>em</strong> <strong>em</strong>bora para suas terras,por<strong>que</strong> a gente <strong>do</strong> Porquinho era já despedida, e não tinham <strong>que</strong> t<strong>em</strong>er; mas posto <strong>que</strong> isto <strong>se</strong> tratoucom muito <strong>se</strong>gre<strong>do</strong>, o ouviu uma índia das cativas, <strong>que</strong> o dis<strong>se</strong> a <strong>se</strong>u <strong>se</strong>nhor, e o <strong>se</strong>nhor a outros, <strong>que</strong>não creram <strong>se</strong>não depois <strong>que</strong> o viram, e não lhes aproveitou o aviso, por<strong>que</strong> os inimigos lhes deramna retaguarda, e lhes mataram 11 homens, s<strong>em</strong> os da vanguarda lhes poder<strong>em</strong> valer, assim por ir<strong>em</strong>mais longe, como pelo gentio de Araconda <strong>se</strong>r acolhi<strong>do</strong>, e cuidar o capitão <strong>que</strong> nenhum daretaguarda lhes haveria escapa<strong>do</strong> com vida; só man<strong>do</strong>u <strong>do</strong>is negros saber <strong>se</strong> eram mortos ou vivos,os quais ven<strong>do</strong>-os cerca<strong>do</strong>s e postos <strong>em</strong> tanto aperto, <strong>que</strong> qua<strong>se</strong> estavam desmaia<strong>do</strong>s, entraramapelidan<strong>do</strong> a Santo Antônio, e um com arco e flecha, outro com <strong>se</strong>u terça<strong>do</strong>, e rodela, fazen<strong>do</strong> tantoestrago, <strong>que</strong> bastou este pe<strong>que</strong>no socorro para animar os amigos, e at<strong>em</strong>orizar os inimigos, de sorte<strong>que</strong> <strong>se</strong> pu<strong>se</strong>ram <strong>em</strong> fugida, e os pernambucanos não os poden<strong>do</strong> já <strong>se</strong>guir, <strong>se</strong> tornaram para suascasas, mais pobres <strong>do</strong> <strong>que</strong> vieram.Tinha o governa<strong>do</strong>r d. Lourenço da Veiga uma coisa, e era <strong>que</strong>, por mais negócios, <strong>que</strong>tives<strong>se</strong>, não deixava de ouvir missa, e para não obrigar alguém a <strong>que</strong> o acompanhas<strong>se</strong>, ia e vinhas<strong>em</strong>pre a cavalo.CAPÍTULO VIGÉSIMO SEXTODa morte <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r Lourenço da VeigaDepois <strong>que</strong> el-rei d. Henri<strong>que</strong> reinou, por morte de el-rei d. Sebastião <strong>se</strong>u sobrinho, comoera já de tanta idade quan<strong>do</strong> entrou no reina<strong>do</strong>, <strong>que</strong> passava de <strong>se</strong>s<strong>se</strong>nta e <strong>se</strong>is anos, logo <strong>se</strong>começou a altercar sobre qu<strong>em</strong> lhe havia de suceder no reino, por<strong>que</strong> os pretensores eram el-reicatólico Filipe Segun<strong>do</strong> de Castela, a du<strong>que</strong>sa de Bragança, o príncipe de Parma, o du<strong>que</strong> deSabóia, e o <strong>se</strong>nhor d. Antônio, e to<strong>do</strong>s enviaram <strong>se</strong>us procura<strong>do</strong>res à Corte, para <strong>que</strong>, informa<strong>do</strong> elreida justiça de cada um, declaras<strong>se</strong> por sucessor o <strong>que</strong> lhe pareces<strong>se</strong> nela mais justifica<strong>do</strong>.To<strong>do</strong>s alegavam <strong>que</strong> eram <strong>se</strong>us sobrinhos, filhos de <strong>se</strong>us irmãos ou irmãs, e estavam <strong>em</strong>igual grau de parentesco, por<strong>que</strong> el-rei católico era filho de sua irmã a imperatriz d. Isabel, e <strong>do</strong>impera<strong>do</strong>r Carlos Quinto. A du<strong>que</strong>sa de Bragança era filha <strong>do</strong> infante d. Duarte, <strong>se</strong>u irmão, e de d.Isabel, filha <strong>do</strong> du<strong>que</strong> de Bragança d. Jaime.O príncipe de Parma era casa<strong>do</strong> com a infanta d. Maria, também filha <strong>do</strong> mesmo infante d.Duarte. O du<strong>que</strong> de Sabóia era filho da infanta d. Beatriz, sua irmã, e de Carlos, du<strong>que</strong> de Sabóia.O <strong>se</strong>nhor d. Antônio era filho natural <strong>do</strong> infante d. Luiz, <strong>se</strong>u irmão, to<strong>do</strong>s netos de el-rei d.Manuel, pai <strong>do</strong>s <strong>se</strong>us genitores, e <strong>do</strong> mesmo rei Henri<strong>que</strong>, <strong>se</strong>u tio.El-rei, posto <strong>que</strong> de princípio <strong>se</strong> inclinou à parte da du<strong>que</strong>sa de Bragança, contu<strong>do</strong>, por <strong>se</strong>rfêmea, e el-rei católico varão, e por outras razões, <strong>se</strong> resolveu <strong>que</strong> a ele pertencia o reino, mas não oquis declarar por <strong>se</strong>ntença, n<strong>em</strong> <strong>em</strong> testamento, por<strong>que</strong> era melhor para os pretensores, e para omesmo reino de Portugal, <strong>que</strong> lho dess<strong>em</strong> por concerto.Já a este t<strong>em</strong>po el-rei <strong>se</strong> achava mui fraco, e foi apertan<strong>do</strong> o mal de maneira <strong>que</strong> morreu<strong>se</strong>n<strong>do</strong> de idade de 68 anos, e os perfez no mesmo dia <strong>em</strong> <strong>que</strong> morreu, <strong>que</strong> foi o último rei dePortugal de linha masculina, e como o <strong>primeiro</strong> <strong>se</strong>nhor de Portugal <strong>se</strong> chamou Henri<strong>que</strong>, assim <strong>se</strong>chamou o último.Morto el-rei, os governa<strong>do</strong>res <strong>que</strong> deixou nomea<strong>do</strong>s foram o arcebispo de Lisboa, Franciscode Sá, camareiro-mor de el-rei, d. João Tello, d. João Mascarenhas, e Diogo Lopes de Souza,presidente <strong>do</strong> Con<strong>se</strong>lho de Justiça, ainda <strong>que</strong> não tinham vontade de resistir a el-rei católico,todavia, por dar satisfação ao povo, proveram algumas coisas para a defensa <strong>do</strong> reino, o <strong>que</strong> tu<strong>do</strong>

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