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história do brasil frei vicente do salvador livro primeiro em que se ...

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57<strong>se</strong>gura, e ele com grande ânimo esperou os inimigos, os quais des<strong>em</strong>barca<strong>do</strong>s <strong>em</strong> terra, e a <strong>se</strong>uprometer <strong>se</strong>guros da vitória, nenhuma coisa fizeram a<strong>que</strong>le dia, dilatan<strong>do</strong> a batalha para o outro<strong>se</strong>guinte.Donde os nossos, <strong>que</strong> vieram de socorro, ajuda<strong>do</strong>s da obscuridade da noite puderam pôr <strong>em</strong>bom lugar um falconete, <strong>que</strong> <strong>em</strong> uma grande canoa haviam trazi<strong>do</strong> para arredar<strong>em</strong> com ele osinimigos.Esforça<strong>do</strong> mais o valoroso índio com este socorro, e animan<strong>do</strong> os <strong>se</strong>us, man<strong>do</strong>u romper astrincheiras, e apelidan<strong>do</strong> o nome de Jesus e de São Sebastião, acometer o inimigo, antes <strong>que</strong> <strong>se</strong>concertas<strong>se</strong> <strong>em</strong> esquadrões; os índios alenta<strong>do</strong>s com a voz <strong>do</strong> <strong>se</strong>u capitão, e anima<strong>do</strong>s com oex<strong>em</strong>plo <strong>do</strong>s portugue<strong>se</strong>s, cerraram com os inimigos desconcerta<strong>do</strong>s, os quais ainda, por <strong>se</strong>r<strong>em</strong> mais<strong>em</strong> número, lhes resistiram fort<strong>em</strong>ente, enfim viraram as costas, não poden<strong>do</strong> sofrer a força <strong>do</strong>sportugue<strong>se</strong>s, e índios confedera<strong>do</strong>s.Os nossos os <strong>se</strong>guiram, e com pouco dano <strong>se</strong>u, fizeram grande matança, por<strong>que</strong> as nausfrancesas, acostan<strong>do</strong>-<strong>se</strong> d<strong>em</strong>asiadamente à terra, com a vazante da maré haviam fica<strong>do</strong> <strong>em</strong> <strong>se</strong>co, e ofalconete, choven<strong>do</strong> sobre elas uma t<strong>em</strong>pestade de pedras, matava, e feria muitos marinheiros, <strong>que</strong>nelas estavam, e solda<strong>do</strong>s <strong>que</strong> <strong>se</strong> <strong>em</strong>barcavam, até <strong>que</strong> tornan<strong>do</strong> a crescer a maré <strong>se</strong> fizeram ao mar,perdi<strong>do</strong>s muitos france<strong>se</strong>s, e elas maltratadas; os bárbaros destroça<strong>do</strong>s com dificuldade saltaram nascanoas, e perdi<strong>do</strong>s os brios, e desfeitas as forças, <strong>em</strong> companhia das naus francesas tornaram para oCabo Frio, e os <strong>que</strong> carrega<strong>do</strong>s de armas saíram de sua terra ameaçan<strong>do</strong> <strong>que</strong> haviam despedaçarcom <strong>se</strong>us dentes a Martim Afonso, deixaram no campo espalha<strong>do</strong>s muitos <strong>do</strong>s <strong>se</strong>us, para <strong>que</strong> com<strong>se</strong>us bicos os despedaçass<strong>em</strong> as aves.Os france<strong>se</strong>s, reparadas suas naus, e carregadas de pau-<strong>brasil</strong>, <strong>se</strong> tornaram nelas à sua pátria.CAPÍTULO DÉCIMO QUINTODas guerras, <strong>que</strong> houve neste t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> PernambucoVen<strong>do</strong> Duarte Coelho de Albu<strong>que</strong>r<strong>que</strong> a muita gente <strong>que</strong> acudia, assim de Portugal comodas outras capitanias, para povoar<strong>em</strong> a sua de Pernambuco, e fazer<strong>em</strong> nela engenhos e fazendas; e<strong>que</strong> as terras <strong>do</strong> cabo, <strong>que</strong> os gentios inimigos tinham ocupadas, eram as mais férteis, e melhores,determinou de lhas fazer despejar por guerra, e para isto fez re<strong>se</strong>nha de gente <strong>que</strong> podia levar, eordenou <strong>que</strong> com a gente de Iguaraçu fos<strong>se</strong> por capitão Fernão Lourenço, <strong>que</strong> era o mesmo capitãoda dita vila: com a gente de Parati Gonçalo Mendes Leitão, irmão <strong>do</strong> bispo, <strong>que</strong> então era d. PedroLeitão, e casa<strong>do</strong> com uma filha de Jerônimo de Albu<strong>que</strong>r<strong>que</strong>; com a gente da Várzea deCapiguaribe Cristovão Lins, fidalgo al<strong>em</strong>ão; e da gente da vila, merca<strong>do</strong>res, e mora<strong>do</strong>res, por<strong>que</strong>eram de diversas partes <strong>do</strong> reino, ordenou outras três companhias, e <strong>que</strong> por capitão <strong>do</strong>s Vianen<strong>se</strong>sfos<strong>se</strong> J. 0 Paes; <strong>do</strong>s <strong>do</strong> Porto, Bento Dias de Santiago; e <strong>do</strong>s de Lisboa, Gonçalo Mendes Delvas,merca<strong>do</strong>r; pelas quais <strong>se</strong>is companhias iam reparti<strong>do</strong>s vinte mil negros, os mais deles <strong>do</strong> gentio damata <strong>do</strong> pau-<strong>brasil</strong>, contrários <strong>do</strong>s <strong>do</strong> cabo.Também lhes man<strong>do</strong>u o capitão da ilha de Itamaracá uma companhia de trinta e cincosolda<strong>do</strong>s brancos, e <strong>do</strong>is mil índios flecheiros, e por capitão Pero Lopes Lobo: posto <strong>que</strong> ele o<strong>se</strong>ntregou a Duarte Coelho, para <strong>que</strong> os repartis<strong>se</strong> por onde vis<strong>se</strong> <strong>se</strong>r<strong>em</strong> necessários, e quis antesmeter-<strong>se</strong> na companhia <strong>do</strong>s aventureiros, <strong>que</strong> era <strong>do</strong>s mancebos solteiros.Sobre to<strong>do</strong>s ia por general Duarte Coelho de Albu<strong>que</strong>r<strong>que</strong>, acompanha<strong>do</strong> de d. Filipe deMoura, e Filipe Cavalcante, genros de Jerônimo de Albu<strong>que</strong>r<strong>que</strong>, e de outros homens nobres ehonra<strong>do</strong>s, <strong>que</strong> to<strong>do</strong>s o qui<strong>se</strong>ram acompanhar, e não ficou mais na vila <strong>que</strong> Jerônimo deAlbu<strong>que</strong>r<strong>que</strong> com alguns velhos, <strong>que</strong> não podiam menear as armas.

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