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história do brasil frei vicente do salvador livro primeiro em que se ...

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115estiveram 20 dias, e no fim deles foram fazer guerra a outra cerca muito forte, <strong>que</strong> o Diabo Grande,com ajuda de outro principal mui poderoso chama<strong>do</strong> o Mel Re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>, fez um quarto de léguadestoutra, onde posto <strong>que</strong> acharam grande resistência, também a ganharam, e pu<strong>se</strong>ram o inimigo <strong>em</strong>fugida até a cerca <strong>do</strong> Mel Re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>, a <strong>que</strong> <strong>se</strong> acolheram por <strong>se</strong>r fortíssima, com duas redes d<strong>em</strong>adeiros mui grossos, e fortes, uma por dentro, outra por fora, e três guaritas, onde pelejavam osfrance<strong>se</strong>s; o <strong>que</strong> visto pelo capitão Pero Coelho de Souza, man<strong>do</strong>u fazer uns pave<strong>se</strong>s, <strong>que</strong> cada umocupava 20 negros <strong>em</strong> levar, e in<strong>do</strong> detrás deles a bagag<strong>em</strong>, e alguma gente, <strong>se</strong> chegaram a ajustarcom a cerca, e a combateram <strong>do</strong>is dias, onde nos mataram três solda<strong>do</strong>s brancos, e feriram 14, foramuitos índios; mas enfim foi tomada, e dez france<strong>se</strong>s, <strong>que</strong> estavam dentro, <strong>que</strong> os mais fugiram como gentio, e os nossos lhe foram no alcance quatro jornadas até um rio chama<strong>do</strong> Arabé, onde <strong>se</strong>alojou o nosso arraial, e daí man<strong>do</strong>u o capitão dar alguns assaltos, e <strong>em</strong> poucos dias lhe trouxerammuito gentio, e entre os mais um principal chama<strong>do</strong> Ubaúna, o qual era na<strong>que</strong>la <strong>se</strong>rra tão estima<strong>do</strong>,<strong>que</strong> sabi<strong>do</strong> pelos outros mandaram cometer pazes, com condição <strong>que</strong> lho dess<strong>em</strong>, e o capitão lhoprometeu, e deu aos <strong>em</strong>baixa<strong>do</strong>res fouces e macha<strong>do</strong>s, com <strong>que</strong> ao dia <strong>se</strong>guinte vieram muitosprincipais já de paz, e levaram o <strong>se</strong>u <strong>que</strong>ri<strong>do</strong> Ubaúna.Ultimamente daí a três dias veio o Mel Re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>, e o Diabo Grande com to<strong>do</strong> o gentio, eantes <strong>que</strong> entras<strong>se</strong> no arraial largaram suas armas <strong>em</strong> sinal de paz, da qual man<strong>do</strong>u o capitão-morPero Coelho fazer um ato por um escrivão, prometen<strong>do</strong> uns e outros de s<strong>em</strong>pre a con<strong>se</strong>rvar<strong>em</strong> dali<strong>em</strong> diante.Daqui foram to<strong>do</strong>s juntos ao Punaré, e quis Pero Coelho marchar mais 40 léguas até oMaranhão, o <strong>que</strong> os solda<strong>do</strong>s não con<strong>se</strong>ntiram por<strong>que</strong> andavam já nus, e sobre isso o qui<strong>se</strong>ramalguns matar; pelo <strong>que</strong> lhe foi necessário retirar-<strong>se</strong> ao Ceará, onde deixou Simão Nunes por capitãocom 45 solda<strong>do</strong>s, e <strong>se</strong> veio à Paraíba buscar sua mulher, e família para <strong>se</strong> tornar a povoar a<strong>que</strong>lasterras, <strong>do</strong> <strong>que</strong> <strong>em</strong> chegan<strong>do</strong> deu conta ao governa<strong>do</strong>r geral Diogo Botelho, e lhe man<strong>do</strong>u de pre<strong>se</strong>nteos 10 france<strong>se</strong>s, e muito gentio, pedin<strong>do</strong> juntamente ajuda e socorro para pros<strong>se</strong>guir a conquista,<strong>que</strong> o governa<strong>do</strong>r lhe prometeu mandar, e não man<strong>do</strong>u por depois <strong>se</strong>r informa<strong>do</strong> <strong>que</strong> <strong>se</strong> cativavampor esta via os índios injustamente, e os traziam a vender, e <strong>que</strong> <strong>se</strong>ria melhor reduzi-los por via depregação e <strong>do</strong>utrina <strong>do</strong>s padres da companhia, como depois tratou com o <strong>se</strong>u provincial na Bahia, enós tratar<strong>em</strong>os outra vez deste sucesso nos capítulos quarenta e <strong>do</strong>is, e quarenta e três deste <strong>livro</strong>.CAPÍTULO TRIGÉSIMO NONODo zelo, <strong>que</strong> o governa<strong>do</strong>r Diogo Botelho teve da conversão <strong>do</strong>s gentios,e <strong>que</strong> <strong>se</strong> fizes<strong>se</strong> por ministério de religiososÉ tão necessário ao bom governo <strong>do</strong> Brasil zelar<strong>em</strong> os governa<strong>do</strong>res a conversão <strong>do</strong>s gentiosnaturais, e a assistência <strong>do</strong>s religiosos com eles, <strong>que</strong> <strong>se</strong> isto vies<strong>se</strong> a faltar <strong>se</strong>ria grande mal, por<strong>que</strong>como estes índios não tenham bens <strong>que</strong> perder, por <strong>se</strong>r<strong>em</strong> pobríssimos, e desapropria<strong>do</strong>s, einconstantes, <strong>que</strong> os leva qu<strong>em</strong> <strong>que</strong>r facilmente, <strong>se</strong> espalham <strong>do</strong>nde não pod<strong>em</strong> acudir aos rebates<strong>do</strong>s inimigos, como acod<strong>em</strong> das <strong>do</strong>utrinas <strong>em</strong> <strong>que</strong> os religiosos os t<strong>em</strong> juntos, e principalmentecontra os negros de Guiné, escravos <strong>do</strong>s portugue<strong>se</strong>s, <strong>que</strong> cada dia <strong>se</strong> lhe rebelam, e andamsaltean<strong>do</strong> pelos caminhos, e <strong>se</strong> o não faz<strong>em</strong> pior é com me<strong>do</strong> <strong>do</strong>s ditos índios, <strong>que</strong> com um capitãoportuguês os buscam, e os traz<strong>em</strong> presos a <strong>se</strong>us <strong>se</strong>nhores.Entenden<strong>do</strong> isto b<strong>em</strong> o governa<strong>do</strong>r Diogo Botelho apertou muito com o nosso custódio, <strong>que</strong>então era, <strong>que</strong> pois <strong>do</strong>utrinávamos os Tabajaras / <strong>do</strong> <strong>que</strong> os Potiguares estavam mui invejosos /,des<strong>se</strong> também ord<strong>em</strong>, e ministros, <strong>que</strong> os <strong>do</strong>utrinass<strong>em</strong>, pois essa foi a principal condição com <strong>que</strong>aceitaram as pazes na Paraíba, e havia cinco anos <strong>que</strong> os entretínhamos dizen<strong>do</strong>-lhes <strong>que</strong> fizess<strong>em</strong>

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