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história do brasil frei vicente do salvador livro primeiro em que se ...

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61Silva de Menezes, Nuno Velho Pereira, Rui Pires de Távora, João de Men<strong>do</strong>nça, e outros, <strong>que</strong> nãopoden<strong>do</strong> haver <strong>em</strong>barcações por partir<strong>em</strong> a furto <strong>do</strong> viso-rei, <strong>se</strong> <strong>em</strong>barcaram com estes, <strong>que</strong>diss<strong>em</strong>os, e com outros, <strong>que</strong> pelo t<strong>em</strong>po foram acudin<strong>do</strong>, e com tão pouca gente foi Deus <strong>se</strong>rvi<strong>do</strong><strong>que</strong> o viso-rei vences<strong>se</strong> <strong>em</strong> Goa o Hidalcão, o qual o teve cinco me<strong>se</strong>s <strong>em</strong> cerco com 35 milcavalos, e 60 mil de pé, <strong>do</strong>is mil elefantes arma<strong>do</strong>s, e 200 peças de artilharia de campo, as maisdelas de monstruosa grandeza, e d. Francisco Mascarenhas com a gente <strong>que</strong> levava de socorro, e a<strong>que</strong> tinha Luiz Freire de Andrade, capitão-mor de Chaul, <strong>que</strong> <strong>se</strong>não 800 homens, mataram a NisaMaluco 12 mil mouros de 100 mil combatentes de pé, e 55 mil de cavalo, com <strong>que</strong> teve cerca<strong>do</strong> aChaul, e o pu<strong>se</strong>ram <strong>em</strong> tanta desconfiança <strong>que</strong> a cabo de nove me<strong>se</strong>s, <strong>que</strong> durou o cerco, cometeupazes a d. Francisco Mascarenhas.As mesmas cometeu o Hidalcão ao viso-rei, e um, e outro as aceitou com condições a <strong>se</strong>ugosto, muito a salvo da sua honra, e del-rei. Pois o de Ach<strong>em</strong> não <strong>livro</strong>u melhor <strong>que</strong> estoutros,por<strong>que</strong> in<strong>do</strong> para Malaca <strong>se</strong> encontrou com Luiz de Mello da Silva, <strong>que</strong> <strong>em</strong> naval batalha o venceu,e o fez por então tornar frustra<strong>do</strong> de <strong>se</strong>u intento.Com esta vitória chegou o viso-rei d. Luiz de Ataíde ao reino a 22 de julho <strong>do</strong> ano <strong>se</strong>guintede mil quinhentos <strong>se</strong>tenta e <strong>do</strong>is, por deixar já na Índia d. Antônio de Noronha, <strong>se</strong>u sucessor, e el-reid. Sebastião foi na cidade de Lisboa dar graças a Deus no <strong>do</strong>mingo <strong>se</strong>guinte, <strong>em</strong> solene procissão daSé ao Mosteiro de S. Domingos, onde <strong>se</strong> pregou, e denunciou ao povo, levan<strong>do</strong> à mão direita oviso-rei <strong>em</strong> precedência de to<strong>do</strong>s os príncipes e <strong>se</strong>nhores, de <strong>que</strong> foi acompanha<strong>do</strong>; grande honra,mas b<strong>em</strong> merecida, e devida a tão heróicos feitos.A outra vitória <strong>que</strong> neste ano de mil quinhentos <strong>se</strong>tenta e um <strong>se</strong> alcançou foi a de d. João deÁustria, general da liga cristã, o qual com Marco Antônio Colona, general das galés <strong>do</strong> papa PioQuinto, Sebastião Veniero, general <strong>do</strong>s Venezianos, o príncipe Doria, o de Parma, e Urbino, eoutros <strong>se</strong>nhores, <strong>que</strong> <strong>se</strong>guiram <strong>se</strong>u estandarte, <strong>em</strong> um <strong>do</strong>mingo, a 7 de outubro, no golfo de Lepantovenceu o Baxá general <strong>do</strong>s turcos, matou-o, e lhe cativou <strong>do</strong>is filhos, <strong>se</strong>n<strong>do</strong> mais mortos 30 milturcos, cativos cinco mil, tomadas duzentas e 20 galés, e galeotas, e liberta<strong>do</strong>s 15 mil escravoscristãos, a <strong>que</strong> vinham r<strong>em</strong>an<strong>do</strong> na armada <strong>do</strong> turco; mas também <strong>do</strong>s nossos morreram na batalha<strong>se</strong>te mil e quinhentos solda<strong>do</strong>s, <strong>em</strong> <strong>que</strong> entraram alguns capitães famosos.Sabida a nova da perda da sua armada por Selim, impera<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s turcos, a <strong>se</strong>ntiu tanto, <strong>que</strong>saiu <strong>do</strong> <strong>se</strong>u juízo, dizen<strong>do</strong> <strong>que</strong> era princípio da ruína <strong>do</strong> <strong>se</strong>u império, mas <strong>se</strong>n<strong>do</strong> consola<strong>do</strong> porLuchali, <strong>que</strong> havia escapa<strong>do</strong> com 15 galés, e lhe mostrou o estandarte de Malta, <strong>que</strong> havia toma<strong>do</strong>na batalha, acon<strong>se</strong>lha<strong>do</strong> pelos <strong>se</strong>us, man<strong>do</strong>u logo aprestar outra armada, fazen<strong>do</strong> general dela o ditoLuchali, o qual mui contente com o novo cargo <strong>se</strong> dava pressa <strong>em</strong> fabricar galés, fundir artilharia,fazer munições, e vitualhas para sair o ano <strong>se</strong>guinte, o <strong>que</strong> sabi<strong>do</strong> pelo Sumo Pontífice tornou atratar com os príncipes cristãos de nova liga, pedin<strong>do</strong> também a el-rei de Portugal d. Sebastiãoqui<strong>se</strong>s<strong>se</strong> entrar nela, e juntamente qui<strong>se</strong>s<strong>se</strong> aceitar o casamento de Margarita, filha de el-reiHenri<strong>que</strong> de França, <strong>em</strong> <strong>que</strong> já lhe haviam fala<strong>do</strong>, e ela não qui<strong>se</strong>ra, o qual saben<strong>do</strong> <strong>que</strong> o dito rei deFrança <strong>se</strong> escusava da liga contra o turco, respondeu <strong>que</strong> aceitava o casamento, e não <strong>que</strong>ria mais<strong>do</strong>te com ela, <strong>se</strong>não <strong>que</strong> entras<strong>se</strong> <strong>se</strong>u pai na dita liga, e ele mesmo <strong>se</strong> oferecia <strong>que</strong> pelo mar Roxo, ePérsico molestaria o grão turco com suas armadas na<strong>que</strong>le t<strong>em</strong>po vitoriosas, e nisso trabalharia comto<strong>do</strong> o <strong>se</strong>u poder e forças.Tão zeloso era el-rei d. Sebastião da honra de Deus, e de guerrear por ela contra os infiéis,<strong>que</strong> só por isto aceitava o casamento / a <strong>que</strong> não era afeiçoa<strong>do</strong> /, e não <strong>que</strong>ria outro <strong>do</strong>te; mas não <strong>se</strong>concluin<strong>do</strong> este matrimônio, <strong>que</strong> tantos males, e desventuras pudera escusar, casou com elaHenri<strong>que</strong> de Bourbon, du<strong>que</strong> de Van<strong>do</strong>ma, e príncipe de Bierne, e el-rei d. Sebastião continuou comsuas guerras, <strong>que</strong> era o <strong>que</strong> de<strong>se</strong>java sobre todas as coisas da vida, até <strong>que</strong> nelas a perdeu.

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