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história do brasil frei vicente do salvador livro primeiro em que se ...

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167to<strong>do</strong>s, depois de suas conferências, as<strong>se</strong>ntaram <strong>que</strong> os holande<strong>se</strong>s entregariam a cidade ao general d.Fadri<strong>que</strong> de Tole<strong>do</strong> <strong>em</strong> nome de Sua Majestade, no esta<strong>do</strong> <strong>em</strong> <strong>que</strong> <strong>se</strong> achava a<strong>que</strong>le dia 30 de abrilde 1625, a saber, com toda a artilharia, armas, bandeiras, munições, petrechos, bastimentos, navios,dinheiro, ouro, prata, jóias, mercancias, negros escravos, cavalos, e tu<strong>do</strong> o mais, <strong>que</strong> <strong>se</strong> achas<strong>se</strong> nacidade de Salva<strong>do</strong>r, com todas os presos <strong>que</strong> tivess<strong>em</strong>, e <strong>que</strong> não tomariam armas contra SuaMajestade até <strong>se</strong> ver<strong>em</strong> <strong>em</strong> Holanda. E o general <strong>em</strong> nome de Sua Majestade lhes concedeu <strong>que</strong>to<strong>do</strong>s pudess<strong>em</strong> sair da cidade livr<strong>em</strong>ente com sua roupa de vestir e cama, os capitães e oficiaiscada um <strong>em</strong> <strong>se</strong>u baú ou caixa, e os solda<strong>do</strong>s <strong>em</strong> suas mochilas, e não outra coisa, e <strong>que</strong> lhes dariapassaporte para os navios de Sua Majestade, não os achan<strong>do</strong> fora da derrota da sua terra, e<strong>em</strong>barcações <strong>em</strong> <strong>que</strong> comodamente pudess<strong>em</strong> ir, e mantimentos necessários para três me<strong>se</strong>s e meio,e <strong>que</strong> lhes dariam os instrumentos náuticos para sua navegação, e os tratariam s<strong>em</strong> agravo, e lhesdariam armas para sua defesa na viag<strong>em</strong>, s<strong>em</strong> as quais sairiam até os navios, salvo os capitães, <strong>que</strong>poderiam sair com suas espadas.Assinaram-<strong>se</strong> estas capitulações no quartel <strong>do</strong> Carmo a 30 de abril de 1625, por d. Fadri<strong>que</strong>de Tole<strong>do</strong> Osório. Guilhelmo Stop. Hugo Antônio. Francisco Duchs.NB. Este capítulo foi copia<strong>do</strong> das adições e <strong>em</strong>endas a esta História <strong>do</strong> Brasil.CAPÍTULO QUADRAGÉSIMO TERCEIRODe como <strong>se</strong> tomou entrega da cidade, e despojos: graças, <strong>que</strong> <strong>se</strong> deram a Deus pela vitória,e aviso, <strong>que</strong> <strong>se</strong> man<strong>do</strong>u à EspanhaNo <strong>primeiro</strong> de maio da dita era, dia <strong>do</strong>s b<strong>em</strong>-aventura<strong>do</strong>s Apóstolos S. Filipe e Santiago, <strong>se</strong>abriram as portas da cidade, e entran<strong>do</strong> por elas o nosso exército b<strong>em</strong> ordena<strong>do</strong>, <strong>se</strong> pu<strong>se</strong>ram logopostas nas partes <strong>que</strong> era necessário. E os holande<strong>se</strong>s / <strong>que</strong> ainda eram mil novecentos e dezenove /<strong>se</strong> recolheram nas casas da praia com boa guarda de soldadas espanhóis; e depois nas suas naus,com encargo de as concertar<strong>em</strong>, e calafetar<strong>em</strong> os <strong>se</strong>us carpinteiros e calafates. Também foram logopresos os portugue<strong>se</strong>s, <strong>que</strong> <strong>se</strong> ficaram com eles, e <strong>se</strong> lhes fez inventário da sua fazenda, comotambém <strong>se</strong> fez de toda a <strong>que</strong> foi achada <strong>em</strong> poder <strong>do</strong>s holande<strong>se</strong>s, e das mais coisas <strong>que</strong> entregaram,<strong>que</strong> foram 600 negros, uns fugi<strong>do</strong>s de <strong>se</strong>us <strong>se</strong>nhores para o inimigo com amor da liberdade, outrasde presas <strong>que</strong> tomaram <strong>em</strong> navios, <strong>que</strong> vinham de Angola.Entregaram mais <strong>se</strong>is navios e duas lanchas, por<strong>que</strong> ainda <strong>que</strong> quan<strong>do</strong> entrou a nossa armadana Bahia tinham 21, já as outras eram <strong>que</strong>ima<strong>do</strong>s, ou meti<strong>do</strong>s no fun<strong>do</strong>.It<strong>em</strong> — entregaram 16 bandeiras de companhias, e o estandarte, <strong>que</strong> estava na torre da Sé:216 peças de artilharia, 40 de bronze, e as mais de ferro. E 35 pedreiros, 500 quintais de pólvora<strong>em</strong>barrila<strong>do</strong>s: balas, bombas, granadas, e outros artifícios de fogo <strong>em</strong> abundância, 1.578 mos<strong>que</strong>tes,133 escopetas, e arcabuzes, grande quantidade de cobre <strong>em</strong> pasta; 870 morriões; 84 peitos fortes,grande número de outros, e espaldares; 21 quintal de morrão; e todas as fazendas, <strong>que</strong> haviamtomadas, assim das lojas <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>res, e casas da cidade, como de navios, e muitas <strong>que</strong>trouxeram de sua terra, as mais das quais tinham metidas no colégio <strong>do</strong>s Padres da Companhia,onde os merca<strong>do</strong>res moravam, para as vender<strong>em</strong> quan<strong>do</strong> achass<strong>em</strong> compra<strong>do</strong>res, e <strong>se</strong> o Colégio lhe<strong>se</strong>rvia de loja de mercancias, e morada de merca<strong>do</strong>res, a igreja lhes <strong>se</strong>rvia de adega. E depois <strong>que</strong> osvinhos <strong>se</strong> acabaram, de enfermaria.Da mesma maneira estavam profanadas todas as outras igrejas da cidade, por<strong>que</strong> a <strong>do</strong> nosso<strong>se</strong>ráfico padre <strong>se</strong>rvia de armazém de pólvora e armas, e no <strong>do</strong>rmitório morava um capitão, ecompanhia de solda<strong>do</strong>s. A ermida de Nossa Senhora da Ajuda era outro armazém de pólvora. AMi<strong>se</strong>ricórdia também era sua enfermaria: e só na Sé pregavam, e enterravam os capitães defuntos,

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