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história do brasil frei vicente do salvador livro primeiro em que se ...

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175capitão lhes não quis conceder, assim por entender <strong>que</strong> os tinha venci<strong>do</strong>s, como por recear <strong>que</strong> elreilho estranhas<strong>se</strong>, e <strong>em</strong> ambas as coisas <strong>se</strong> enganou, por<strong>que</strong> os inimigos estavam mui fortes <strong>em</strong>suas naus, com tu<strong>do</strong> quanto sa<strong>que</strong>a<strong>do</strong>, ensaca<strong>do</strong>, e meti<strong>do</strong> dentro nelas, esperan<strong>do</strong> só uma noiteescura de tormenta, e vento, <strong>que</strong> lhes <strong>se</strong>rvis<strong>se</strong> para saír<strong>em</strong>, como lhes sucedeu <strong>em</strong> uma <strong>em</strong> <strong>que</strong>saíram, e <strong>se</strong> foram, s<strong>em</strong> lho poder<strong>em</strong> impedir n<strong>em</strong> fazer-lhes algum dano, mais <strong>que</strong> <strong>em</strong> uma nãovelha, <strong>que</strong> pu<strong>se</strong>ram por... (sic), e Sua Majestade man<strong>do</strong>u cortar a cabeça ao capitão da fortaleza, enão por aceitar o concerto, <strong>que</strong> lhe cometiam os holande<strong>se</strong>s, no <strong>que</strong> ele só cuidava <strong>que</strong> estava toda aculpa.N. B — Nas adições e <strong>em</strong>endas v<strong>em</strong> este capítulo, porém onde no fim dele diz: “e SuaMajestade man<strong>do</strong>u cortar a cabeça ao capitão da fortaleza, e não por aceitar o concerto, <strong>que</strong> lhecometiam os holande<strong>se</strong>s, no <strong>que</strong> ele só cuidava <strong>que</strong> estava toda a culpa.» nas <strong>em</strong>endas só diz o<strong>se</strong>guinte: “E Sua Majestade não <strong>se</strong> houve por tão b<strong>em</strong> <strong>se</strong>rvi<strong>do</strong> <strong>do</strong> capitão da fortaleza como eleimaginou.”CAPÍTULO QUADRAGÉSIMO SEXTODe como o governa<strong>do</strong>r Mathias de Albu<strong>que</strong>r<strong>que</strong> man<strong>do</strong>u buscar a carga de uma nau da Índia, <strong>que</strong> <strong>se</strong>perdeu na ilha de Santa HelenaProvidência divina foi ficar<strong>em</strong> na Bahia os <strong>do</strong>is galeões <strong>que</strong> diss<strong>em</strong>os no capítuloprecedente, um <strong>do</strong>s quais era da esquadra de Biscaia, chama<strong>do</strong> Nossa Senhora da Atalaia, de <strong>que</strong>era capitão João Martins de Arteagoa, outro da esquadra <strong>do</strong> estreito, chama<strong>do</strong> S. Miguel, e o capitãoFrancisco Cestim, por<strong>que</strong> foram depois mui úteis e necessários para ir<strong>em</strong> buscar a carga da nauConceição, <strong>que</strong> por <strong>se</strong> ir ao fun<strong>do</strong> com água descarregou na ilha de Santa Helena; vinha esta daÍndia <strong>em</strong> companhia de outras quatro, das quais vinha por capitão-mor d. Antônio Tello, o qual nãopoden<strong>do</strong> deixar de <strong>se</strong>guir a sua viag<strong>em</strong>, tomou dela a fazenda <strong>que</strong> pôde, e a gente com o <strong>se</strong>u capitãod. Francisco de Sá, e deixou a Antônio Gonçalves pousa<strong>do</strong> com 120 homens brancos, e algunscafres <strong>em</strong> guarda <strong>do</strong> mais, escreven<strong>do</strong> por um batel ao governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Brasil <strong>que</strong> lhe mandas<strong>se</strong>navios; chegou o batel a Pernambuco, onde o governa<strong>do</strong>r Mathias de Albu<strong>que</strong>r<strong>que</strong>, <strong>que</strong> estava <strong>em</strong>18 de agosto de 1625, o qual avisou logo a d. Fadri<strong>que</strong>, pedin<strong>do</strong>-lhe para isto quatro urcas, <strong>que</strong> aí oestavam aguardan<strong>do</strong> com mantimentos para a armada, <strong>do</strong>s quais era cabo João Luiz Camarena, e d.Fadri<strong>que</strong> <strong>do</strong> mar, onde achou o reca<strong>do</strong>, man<strong>do</strong>u <strong>que</strong> foss<strong>em</strong> os ditos galeões da Bahia, por<strong>que</strong> dasurcas <strong>do</strong>s mantimentos tinha necessidade a sua armada, pelo <strong>que</strong> o governa<strong>do</strong>r man<strong>do</strong>u logo <strong>em</strong>direitura aos de Santa Helena uma caravela de refresco, e por capitão dela Mateus Ro<strong>do</strong>valho, eduas naus pela Bahia, uma chamada S. Bom Hom<strong>em</strong>, capitão Antônio Teixeira, outra Churrião,capitão Custódio Favacho, providas da fazenda de Sua Majestade, pelo contrata<strong>do</strong>r JerônimoDomingues, para <strong>que</strong> daqui foss<strong>em</strong> com os ditos galeões, como logo foram, e com outra nãochamada a Rata, <strong>que</strong> man<strong>do</strong>u d. Francisco de Moura, da qual era capitão Rodrigo Álvares.Chegaram a Santa Helena a 27 de dez<strong>em</strong>bro de 1626, acharam os indiáticos entrincheira<strong>do</strong>scom os far<strong>do</strong>s, e com três baluartes feitos, <strong>em</strong> <strong>que</strong> tinham <strong>se</strong>is peças de artilharia, <strong>do</strong>nde haviampeleja<strong>do</strong> <strong>primeiro</strong> com uma nau holandesa, e depois com quatro de holande<strong>se</strong>s e ingle<strong>se</strong>s, tãovalorosamente, <strong>que</strong> não <strong>se</strong> atreveram a sair à terra, e <strong>se</strong> foram com muita gente morta.Depois de começar<strong>em</strong> os nossos navios a tomar carga, estan<strong>do</strong> já qua<strong>se</strong> carrega<strong>do</strong>s, chegouuma nau holandesa, maior <strong>que</strong> a nau da Índia, com 40 peças de artilharia, a qual surgiu entre os <strong>do</strong>isgaleões, e eles abalroaram com ela, e saltan<strong>do</strong> a gente no convés, <strong>que</strong> acharam despeja<strong>do</strong>, <strong>se</strong><strong>se</strong>nhorearam dele, rompen<strong>do</strong> a enxárcia, e velas, e dizen<strong>do</strong> aos <strong>que</strong> estavam debaixo da xareta <strong>que</strong><strong>se</strong> rendess<strong>em</strong>, respondiam <strong>que</strong> não, por<strong>que</strong> já o diabo estava <strong>em</strong> <strong>se</strong>us corações, e assim pelejaram

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