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história do brasil frei vicente do salvador livro primeiro em que se ...

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127um presídio, <strong>do</strong>nde mandan<strong>do</strong> o capitão Martim Soares Moreno <strong>em</strong> um barco a descobrir oMaranhão, <strong>se</strong> tornou a Pernambuco a dar conta ao governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> <strong>que</strong> tinha feito, e pedir mais gente,e cabedal para a conquista, <strong>que</strong> o governa<strong>do</strong>r dilatou até a vinda de Martim Soares, e suainformação, ocupan<strong>do</strong>-<strong>se</strong> entretanto no governo político, e administração da justiça, s<strong>em</strong> nesta fazerexceção de pessoas, pelo <strong>que</strong> era ama<strong>do</strong> <strong>do</strong>s pe<strong>que</strong>nos, e t<strong>em</strong>i<strong>do</strong> <strong>do</strong>s grandes; fez também fazeralgumas obras importantes, como foi uma formosa casa para a alfândega sobre o vara<strong>do</strong>uro, onde <strong>se</strong>des<strong>em</strong>barcam as fazendas das barcas, e algumas calçadas nas ruas da vila, e uma mui comprida nocaminho de Jaboatão, onde com a muita lama atolavam os bois e carros, e não podiam trazer ascaixas de açúcar <strong>do</strong>s engenhos.Neste interim foi Martim Soares <strong>se</strong>guin<strong>do</strong> sua viag<strong>em</strong>, descobrin<strong>do</strong> e reconhecen<strong>do</strong> a baía,rios e portos <strong>do</strong> Maranhão, e por via de índios levou reca<strong>do</strong> ao reino <strong>que</strong> estavam ali france<strong>se</strong>s <strong>em</strong>comércio, com o qual aviso man<strong>do</strong>u Sua Majestade ord<strong>em</strong> ao governa<strong>do</strong>r <strong>que</strong> tornas<strong>se</strong> a enviar aeste descobrimento o dito Jerônimo de Albu<strong>que</strong>r<strong>que</strong>.CAPÍTULO SEGUNDODe como man<strong>do</strong>u o governa<strong>do</strong>r a Jerônimo de Albu<strong>que</strong>r<strong>que</strong> a conquistar o MaranhãoEleito Jerônimo de Albu<strong>que</strong>r<strong>que</strong> por capitão-mor da conquista <strong>do</strong> Maranhão, como t<strong>em</strong>osdito, <strong>se</strong> foi logo às aldeias <strong>do</strong> nosso gentio pacífico, e por lhes saber falar b<strong>em</strong> a língua, e o mo<strong>do</strong>com <strong>que</strong> <strong>se</strong> levam, ajuntou quantos quis: um contarei só <strong>do</strong> <strong>que</strong> houve <strong>em</strong> uma aldeia, para <strong>que</strong> <strong>se</strong>veja a facilidade com <strong>que</strong> <strong>se</strong> leva este gentio de qu<strong>em</strong> os entende e conhece, e foi <strong>que</strong> pôs a umaparte bom feixe de arcos, e flechas, a outra outro de rocas, e fusos, e mostran<strong>do</strong>-lhos lhes dis<strong>se</strong>:“Sobrinhos, eu vou à guerra, estas são as armas <strong>do</strong>s homens esforça<strong>do</strong>s e valentes, <strong>que</strong> me hão de<strong>se</strong>guir; estas das mulheres fracas, e <strong>que</strong> hão de ficar <strong>em</strong> casa fian<strong>do</strong>; agora <strong>que</strong>ro ouvir qu<strong>em</strong> éhom<strong>em</strong>, ou mulher”. As palavras não eram ditas, quan<strong>do</strong> <strong>se</strong> começaram to<strong>do</strong>s a des<strong>em</strong>punhar, epegar <strong>do</strong>s arcos, e flechas, dizen<strong>do</strong> <strong>que</strong> eram homens, e <strong>que</strong> partiss<strong>em</strong> logo para a guerra; ele osquietou, escolhen<strong>do</strong> os <strong>que</strong> havia de levar, e <strong>que</strong> fizess<strong>em</strong> mais flechas, e foss<strong>em</strong> esperar a armadaao Rio Grande, onde de passag<strong>em</strong> os iria tomar.Não ajuntou com tanta facilidade o governa<strong>do</strong>r os solda<strong>do</strong>s brancos <strong>que</strong> <strong>que</strong>ria mandar,por<strong>que</strong> exceto alguns, <strong>que</strong> por sua vontade <strong>se</strong> ofereceram a ir, os mais n<strong>em</strong> com prisões podiam <strong>se</strong>rtrazi<strong>do</strong>s, por<strong>que</strong> como os traziam de longe, e por matos <strong>do</strong>s engenhos e fazendas de noite, fugiam, ede 10 não chegavam quatro; porém caiu <strong>em</strong> uma traça mui boa, <strong>que</strong> foi obrigar aos homens ricos, eafazenda<strong>do</strong>s, <strong>que</strong> tinham mais de um filho, <strong>que</strong> dess<strong>em</strong> outro, com o <strong>que</strong> lhe sobejou gente; por<strong>que</strong>nenhum hom<strong>em</strong> destes man<strong>do</strong>u <strong>se</strong>u filho, s<strong>em</strong> ao menos mandar com eles um cria<strong>do</strong> branco, e <strong>do</strong>isnegros.Também pediu <strong>do</strong>is religiosos da nossa ord<strong>em</strong>, e o prela<strong>do</strong> lhe deu o irmão <strong>frei</strong> Cosme de S.Damião, varão prudente, e ob<strong>se</strong>rvantíssimo da sua regra, e <strong>frei</strong> Manuel da Piedade, mui perito nalíngua <strong>do</strong> Brasil, e respeita<strong>do</strong> <strong>do</strong>s índios Potiguares, e Tabajaras, assim por <strong>se</strong>u pai João Tavares,como por <strong>se</strong>u irmão <strong>frei</strong> Bernardino das Neves, <strong>do</strong>s quais t<strong>em</strong>os trata<strong>do</strong> no <strong>livro</strong> precedente epor<strong>que</strong> a guerra não havia de <strong>se</strong>r só contra os índios, <strong>se</strong>não também contra france<strong>se</strong>s, <strong>que</strong> estavamcom a fortaleza feita, e já preveni<strong>do</strong>s, deu o governa<strong>do</strong>r a Jerônimo de Albu<strong>que</strong>r<strong>que</strong> porcompanheiro o sargento-mor <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> Diogo de Campos Moreno, solda<strong>do</strong> experimenta<strong>do</strong> nasguerras de França, e Flandres, e <strong>que</strong> sabia b<strong>em</strong> formar um campo, e os ardis e tretas da peleja.Feito isto <strong>se</strong> <strong>em</strong>barcaram to<strong>do</strong>s dia de S. Bartolomeu, 24 de agosto da era de 1614 anos, <strong>em</strong>uma caravela, <strong>do</strong>is patachos e cinco caravelões; na caravela ia o capitão-mor, e <strong>se</strong>u filho Antônio deAlbu<strong>que</strong>r<strong>que</strong> por capitão de uma companhia de 50 arcabuzeiros, de <strong>que</strong> era alferes Cristóvão Vaz

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