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história do brasil frei vicente do salvador livro primeiro em que se ...

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153estavam alguns holande<strong>se</strong>s meti<strong>do</strong>s no mosteiro <strong>do</strong> Carmo, e deu sobre eles com os mais capitãesde <strong>que</strong> era cabo, onde pelejaram uns e outros valorosamente, e ficaram <strong>do</strong>s holande<strong>se</strong>s e <strong>do</strong>s nossos<strong>do</strong>is. Outra vez encontrou o mesmo Manuel Gonçalves uns holande<strong>se</strong>s, <strong>que</strong> saíram da fortaleza deSão Filipe, e matou <strong>do</strong>is, fazen<strong>do</strong> recolher os outros: <strong>que</strong>imou-lhes um batel, e enfim os tinha tãoaperta<strong>do</strong>s, <strong>que</strong> <strong>se</strong>não era por mar poucos passos <strong>se</strong> atreviam a sair da fortaleza.Alguns assaltos foram também dar por mar os holande<strong>se</strong>s, como foi um no engenho deManuel Rodrigues Sanches, onde lhe tomaram cinqüenta caixas de açúcar, <strong>que</strong>iman<strong>do</strong>-lhe as casas,e a igreja s<strong>em</strong> lho poder<strong>em</strong> impedir, posto <strong>que</strong> acudiram Manuel Gonçalves, e André de Padilha, pai<strong>do</strong> capitão Francisco de Padilha, e depois o coronel Lourenço Cavalcanti com quarenta homens, eos fizeram <strong>em</strong>barcar, matan<strong>do</strong>-lhes, e ferin<strong>do</strong>-lhes alguns. Outro assalto deram no engenho deEstevão de Brito Freire, <strong>do</strong>nde ao des<strong>em</strong>barcar lhe resistiu o capitão da freguesia Agostinho deParedes com alguns arcabuzeiros, os quais por <strong>se</strong>r<strong>em</strong> poucos, e os inimigos muitos, foi força<strong>do</strong>retirar<strong>em</strong>-<strong>se</strong> ao alto às casas de um lavra<strong>do</strong>r fora <strong>do</strong>s pastos <strong>do</strong> engenho, no qual os holande<strong>se</strong>smataram alguns bois, e chegaram a estar às arcabuzadas, e ainda às pulhas com os nossos; mas denoite <strong>se</strong> <strong>em</strong>barcaram à pressa, deixan<strong>do</strong> <strong>do</strong>is bois mortos s<strong>em</strong> os levar<strong>em</strong>, e só levaram 20 caixas deaçúcar, <strong>que</strong> acharam no engenho, haven<strong>do</strong> já de caminho toma<strong>do</strong> 12 de retame de um engenho d<strong>em</strong>el, e alguns porcos de um chi<strong>que</strong>iro, e <strong>se</strong> não <strong>se</strong> houveram assim <strong>em</strong>barca<strong>do</strong> não o puderamdepois fazer tanto a <strong>se</strong>u salvo, por<strong>que</strong> no dia <strong>se</strong>guinte acudiu o capitão <strong>do</strong>s assaltos Francisco dePadilha, e Melchior Brandão, e capitão de Paraguaçu com muita gente; e por<strong>que</strong> uma nau <strong>do</strong>sholande<strong>se</strong>s havia fica<strong>do</strong> <strong>em</strong> <strong>se</strong>co, e <strong>se</strong> detiveram três ou quatro dias <strong>em</strong> tomar uma água, <strong>que</strong> abrira,e aliviá-la da artilharia nas lanchas, os ditos capitães <strong>se</strong> <strong>em</strong>barcaram com o Paredes, cuidan<strong>do</strong> <strong>que</strong>saíss<strong>em</strong> <strong>em</strong> terra, o <strong>que</strong> não fizeram, mas concertada e aliviada a nau <strong>se</strong> foram para o porto dacidade.Tinha mais o dito capitão-mor Francisco Nunes ordenadas, e feitas <strong>se</strong>tenta escadas paraescalar a fortaleza de S. Filipe <strong>em</strong> Tapuipe, e à força <strong>se</strong> <strong>se</strong>nhorear dela, e da pólvora <strong>do</strong>s inimigospara os assaltos, o <strong>que</strong> não pôs <strong>em</strong> execução, por<strong>que</strong> lhe veio sucessor, e trouxe pólvora, e tu<strong>do</strong> omais necessário.CAPÍTULO TRIGÉSIMO SEGUNDODe como veio d. Francisco de Moura por manda<strong>do</strong> de Sua Majestade socorrer a Bahia,e governar o arraialSabida pelo nosso rei católico Filipe Terceiro a nova da perda da Bahia, a <strong>se</strong>ntiugrand<strong>em</strong>ente, não tanto pela perda quanto por sua reputação, por entender <strong>que</strong> os holande<strong>se</strong>s poresta via determinavam diverti-lo das guerras, <strong>que</strong> atualmente lhes fazia na Holanda, ou <strong>que</strong> porsustentá-la, e acudir aos assaltos, <strong>que</strong> continuamente lhe faziam pela costa de Espanha, não poderiaacudir a estoutro, como eles diziam, e assim para de<strong>se</strong>nganá-los destes de<strong>se</strong>nhos man<strong>do</strong>u com muitabrevidade aprestar suas armadas, e <strong>que</strong> entretanto <strong>se</strong> mandas<strong>se</strong> de Lisboa to<strong>do</strong> o socorro possível,não só à Bahia, mas às outras partes <strong>do</strong> Brasil, para <strong>que</strong> os rebeldes não tomass<strong>em</strong> pé no esta<strong>do</strong>,n<strong>em</strong> ainda o lançass<strong>em</strong> fora <strong>do</strong>s limites da cidade, <strong>que</strong> tinham tomada, por<strong>que</strong> nisso podiam perigaras fazendas <strong>do</strong>s engenhos de açúcar, <strong>que</strong> estão no recôncavo, de <strong>que</strong> tanto proveito receb<strong>em</strong> as suasalfândegas.O <strong>que</strong> visto pelos governa<strong>do</strong>res <strong>do</strong> reino d. Diogo de Castro, conde de Basto, e d. Diogo daSilva, conde mor<strong>do</strong>mo-mor, mandaram logo <strong>em</strong> 8 de agosto de 1624 duas caravelas <strong>em</strong> direitura aPernambuco, para dali <strong>se</strong>guir na ord<strong>em</strong> <strong>que</strong> o governa<strong>do</strong>r Mathias de Albu<strong>que</strong>r<strong>que</strong> lhes des<strong>se</strong> <strong>em</strong>

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