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história do brasil frei vicente do salvador livro primeiro em que se ...

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131especificam, por<strong>que</strong> <strong>se</strong> confiam <strong>em</strong> suas palavras, nas quais não faltaram jamais, como gente dehonra, e para <strong>se</strong>guridade, e firmeza de tu<strong>do</strong> o atrás declara<strong>do</strong> mandaram fazer estas, <strong>em</strong> <strong>que</strong> to<strong>do</strong>strês os ditos <strong>se</strong>nhores <strong>se</strong> assinaram, e <strong>se</strong>laram com os <strong>se</strong>los de suas armas, feita <strong>em</strong> armada francesa,diante o forte <strong>do</strong>s portugue<strong>se</strong>s no rio Maranhão, 27 de nov<strong>em</strong>bro de 1614 anos.»Depois de apre<strong>se</strong>nta<strong>do</strong>s estes capítulos, e vistos pelos nossos capitães, ao dia <strong>se</strong>guintevieram monsieur de Reverdière, e monsieur del Prate (du Prat), e <strong>frei</strong> Angelo, comissário <strong>do</strong>sCapuchinhos, com três frades companheiros, e outros fidalgos france<strong>se</strong>s com mostras de muitaalegria, a <strong>que</strong> da nossa parte <strong>se</strong> respondeu com a mesma, e <strong>se</strong> assinaram as pazes no nosso forte deSanta Maria, onde estiveram to<strong>do</strong> o dia, e à tarde <strong>se</strong> <strong>em</strong>barcaram com grande salva de artilharia, e<strong>se</strong> foram para a ilha.Os <strong>que</strong> levaram esta <strong>em</strong>baixada a Espanha foram o sargento-mor Diogo de Campos, e comele como <strong>em</strong> reféns o capitão Malharte francês, e da mesma maneira foi como <strong>em</strong>baixa<strong>do</strong>r francês ocapitão Gregório Fragoso de Albu<strong>que</strong>r<strong>que</strong>, <strong>que</strong> lá morreu, e também <strong>se</strong> foram logo os fradesfrance<strong>se</strong>s, ven<strong>do</strong> o pouco fruto <strong>que</strong> faziam na <strong>do</strong>utrina <strong>do</strong>s gentios, por lhe não saber<strong>em</strong> a língua,deixan<strong>do</strong> aos <strong>do</strong>is da nossa custódia, <strong>que</strong> a entendiam, e sabiam <strong>se</strong>us mo<strong>do</strong>s, e não foram poucoadmira<strong>do</strong>s de ver <strong>que</strong> nestas partes tão r<strong>em</strong>otas houves<strong>se</strong> religiosos tão ob<strong>se</strong>rvantes da regra <strong>do</strong>nosso <strong>se</strong>ráfico padre S. Francisco, não menos o ficaram os nossos de ver <strong>que</strong> religiosos de tantavirtude, e autoridade viess<strong>em</strong> <strong>em</strong> companhia de hereges, posto <strong>que</strong> n<strong>em</strong> to<strong>do</strong>s o eram, <strong>que</strong> muito<strong>se</strong>ram católicos romanos, <strong>que</strong> ouviam missa, confessavam-<strong>se</strong>, e comungavam-<strong>se</strong>; também <strong>se</strong> partiuManuel de Souza de Sá <strong>em</strong> um caravelão com a nova ao governa<strong>do</strong>r geral Gaspar de Souza, masarribou às Índias, e de lá a Lisboa, <strong>do</strong>nde com a nova lhe trouxe juntamente cartas de SuaMajestade, e ord<strong>em</strong> <strong>do</strong> <strong>que</strong> havia de fazer.CAPÍTULO QUINTODo socorro, <strong>que</strong> o governa<strong>do</strong>r Gaspar de Souza man<strong>do</strong>u por Francisco Caldeira de Castelo Brancoao MaranhãoEntenden<strong>do</strong> o governa<strong>do</strong>r a necessidade <strong>que</strong> haveria no Maranhão de socorro assim de gentecomo de munições e mantimentos, logo no ano <strong>se</strong>guinte de mil <strong>se</strong>iscentos e quinze, ordenou outraarmada, de <strong>que</strong> man<strong>do</strong>u por capitão-mor Francisco Caldeira de Castelo Branco, por almiranteJerônimo de Albu<strong>que</strong>r<strong>que</strong> de Mello <strong>em</strong> uma caravela, o capitão Francisco Tavares <strong>em</strong> outra, e Joãode Souza <strong>em</strong> um caravelão grande.Partiram <strong>do</strong> Recife, porto de Pernambuco, <strong>em</strong> 10 dias <strong>do</strong> mês de junho da dita era, e aosquatorze chegaram à en<strong>se</strong>ada de Mucuripe, <strong>que</strong> dista da fortaleza <strong>do</strong> Ceará três léguas, ondeancoraram, e saiu a gente <strong>em</strong> terra a <strong>se</strong> lavar e refrescar, por<strong>que</strong> iam alguns <strong>do</strong>entes de sarampo, <strong>que</strong>com isto guareceram, e os sãos pescaram com uma rede, <strong>que</strong> lhe deu o tenente da fortaleza, etomaram muito peixe.Aqui achou o capitão Francisco Caldeira três homens, <strong>que</strong> Jerônimo de Albu<strong>que</strong>r<strong>que</strong>,capitão-mor <strong>do</strong> Maranhão, mandava por terra pedir socorro ao governa<strong>do</strong>r, e estes eram SebastiãoVieira, Sebastião de Amorim, e Francisco de Palhares, <strong>do</strong>s quais os <strong>do</strong>is <strong>primeiro</strong>s não deixaram decontinuar <strong>se</strong>u caminho com as cartas, <strong>que</strong> levavam <strong>do</strong> Maranhão, e outras <strong>que</strong> daqui <strong>se</strong> escreveram,mas o Palhares <strong>se</strong> <strong>em</strong>barcou na armada assim pelo socorro, <strong>que</strong> já nela ia, como por dizer o tenente<strong>que</strong> havia poucos dias <strong>se</strong> partira da<strong>que</strong>le porto um patacho, <strong>que</strong> também el-rei mandara de Lisboacom munições e pólvora, e mais coisas necessárias, aos dezes<strong>se</strong>te <strong>se</strong> tornou a nossa armada a fazer àvela, e foi ancorar ao Buraco das Tartarugas aos dezoito, <strong>do</strong>nde man<strong>do</strong>u o capitão-mor um línguacom alguns índios a uma aldeia da gente <strong>do</strong> Diabo Grande, <strong>que</strong> era um principal <strong>do</strong>s Tabajarasassim chama<strong>do</strong>, fican<strong>do</strong> entretanto os mais pescan<strong>do</strong> na praia, e comen<strong>do</strong> abóboras e melancias,

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