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história do brasil frei vicente do salvador livro primeiro em que se ...

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159Finalmente deram os merca<strong>do</strong>res portugue<strong>se</strong>s de Lisboa e reino 34 mil cruza<strong>do</strong>s. Ositalianos 500 cruza<strong>do</strong>s, e os al<strong>em</strong>ães <strong>do</strong>is mil e c<strong>em</strong> cruza<strong>do</strong>s, <strong>que</strong> <strong>em</strong> tanto <strong>se</strong> estimaram 150quintais de pólvora, <strong>que</strong> deram; montou tu<strong>do</strong> 220 mil cruza<strong>do</strong>s, <strong>que</strong> foi o gasto da armada, s<strong>em</strong>entrar nele a fazenda de Sua Majestade, e assim veio provida abundantissimamente de to<strong>do</strong> onecessário para a viag<strong>em</strong>, por<strong>que</strong> além das matalotagens, <strong>que</strong> os particulares traziam de suas casas,<strong>se</strong> carregaram para a campanha <strong>se</strong>te mil e 500 quintais de biscoito, 854 pipas de vinho, mil 368 deágua, quatro mil 190 arrobas de carne, três mil 739 de peixe, mil 782 de arroz, 122 quartos deazeite, 93 pipas de vinagre, fora outro muito provimento de <strong>que</strong>ijos, passas, figos, legumes,amên<strong>do</strong>as, açúcar, <strong>do</strong>ces, especiarias, e sal; vinte e duas boticas, <strong>do</strong>is médicos, e qua<strong>se</strong> <strong>em</strong> to<strong>do</strong>s osnavios cirurgiões; 200 camas para os enfermos, e muitas meias, sapatos e camisas; 310 peças deartilharia, pelouros re<strong>do</strong>n<strong>do</strong>s e de cadeia, <strong>do</strong>is mil e 500; mos<strong>que</strong>tes, e arcabuzes, <strong>do</strong>is mil 710;chumbo <strong>em</strong> pelouros, 209 quintais; pi<strong>que</strong>s e meios pi<strong>que</strong>s, mil 355. De morrão 202 quintais. Depólvora 500 quintais, e muitas palan<strong>que</strong>tas de ferro, lanternetas, pés-de-cabra, colheres,carrega<strong>do</strong>res, guarda-cartuchos, e to<strong>do</strong>s os mais petrechos necessários para o <strong>se</strong>rviço da artilharia, epara o de fortificações e cerco; vieram muitas pás, enxadas, alviões, picões, foices roçadeiras,macha<strong>do</strong>s, <strong>se</strong>rras, <strong>se</strong>iras de esparto, e carretas de terra; e para o con<strong>se</strong>rto <strong>do</strong>s navios veio muitobreu, alcatrão, cevo, pregadeiras sorteadas, estopa, chumbo <strong>em</strong> pasta, enxárcia, lona, pano de treu(sic), fio, e outras muitas miudezas, e para uma necessidade 20 mil cruza<strong>do</strong>s <strong>em</strong> reais.CAPÍTULO TRIGÉSIMO SEXTOComo a armada de Portugal veio ao Cabo Verde esperar a real de Espanha,e daí vieram juntas à BahiaAos 19 de dez<strong>em</strong>bro da dita era de 1624 tomou a nossa armada de Portugal as ilhas de CaboVerde, <strong>do</strong>nde levava ord<strong>em</strong> de Sua Majestade, <strong>que</strong> não passas<strong>se</strong> s<strong>em</strong> a armada da coroa de Castela;aos quatorze havia derrota<strong>do</strong> da mais armada o galeão Conceição, de <strong>que</strong> era capitão AntônioMoniz Barreto, mestre de campo; e aos vinte deu à costa com tormenta nos baixos de Santa Annana ilha de Maio, das onze para a meia-noite, morreram cento e 50 solda<strong>do</strong>s, <strong>que</strong> <strong>se</strong> lançaram ao mar,ven<strong>do</strong> <strong>que</strong> não iam com os fidalgos na primeira batelada, e ainda <strong>se</strong> houveram de lançar a perdermais, <strong>se</strong> não acudira d. Antônio de Menezes, capitão de infantaria, filho único de d. Carlos deNoronha, mancebo de 22 anos, exortan<strong>do</strong>-os <strong>que</strong> tivess<strong>em</strong> paciência até tornar o batel, e esperança<strong>em</strong> Deus, <strong>que</strong> to<strong>do</strong>s <strong>se</strong> haviam de salvar, n<strong>em</strong> ele os havia de desacompanhar até os ver to<strong>do</strong>ssalvos, postos <strong>em</strong> terra; o mesmo lhes dis<strong>se</strong> d. Francisco Deça, filho de d. Jorge Deça, e com oex<strong>em</strong>plo destes <strong>do</strong>is fidalgos <strong>se</strong> deliberaram to<strong>do</strong>s a passar ou no batel, ou <strong>em</strong> outros mo<strong>do</strong>s, <strong>que</strong>cada um inventava, de jangadas, e pranchas de paus e tábuas, entre os quais <strong>se</strong> salvaram também<strong>do</strong>is frades da nossa província de Santo Antônio, <strong>frei</strong> Antônio, e <strong>frei</strong> Francisco, <strong>que</strong> vinham porcapelães <strong>do</strong> galeão, um no batel, outro <strong>em</strong> uma cruz, <strong>que</strong> engenhou de duas tábuas, figura da<strong>que</strong>la<strong>em</strong> <strong>que</strong> esteve, e está toda a nossa salvação, e r<strong>em</strong>édio; chegan<strong>do</strong> reca<strong>do</strong> ao general d. Manuel deMenezes da desgraça <strong>do</strong> naufrágio, avisou logo ao governa<strong>do</strong>r de Cabo Verde Francisco deVasconcellos, e a João Coelho da Cunha, <strong>se</strong>nhor da ilha de Maio, onde o naufrágio sucedera, para<strong>que</strong> mandass<strong>em</strong> socorrer aos perdi<strong>do</strong>s, o <strong>que</strong> eles fizeram com tanto cuida<strong>do</strong> <strong>que</strong> não só os curaram,e regalaram, mas com sua ajuda, de <strong>se</strong>us escravos, e cria<strong>do</strong>s <strong>se</strong> tirou a artilharia, munições,enxárcias <strong>do</strong> galeão, e outras causas tocantes assim à fazenda de Sua Majestade como departiculares, <strong>que</strong> <strong>se</strong> deram a <strong>se</strong>us <strong>do</strong>nos, e com isto <strong>se</strong> entreteve ali a armada 50 dias, até chegar a deCastela, <strong>que</strong> esperavam, a qual era de 32 naus; na capitania real vinha por generalíssimo <strong>do</strong> mar eterra d. Fadri<strong>que</strong> de Tole<strong>do</strong>, por almirante d. João Fajar<strong>do</strong>, general <strong>do</strong> estreito, na sua.

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