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história do brasil frei vicente do salvador livro primeiro em que se ...

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137<strong>se</strong> esperar<strong>em</strong> novas guerras nestas partes transmarinas, <strong>que</strong> estas são s<strong>em</strong>pre as <strong>que</strong> pagam pornossos peca<strong>do</strong>s, e ainda pelos alheios, e assim é necessário <strong>que</strong> as ilhas e costas <strong>do</strong> mar estejams<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> arma.Isto parece <strong>que</strong> proveu o governa<strong>do</strong>r Diogo de Men<strong>do</strong>nça, quan<strong>do</strong> antes <strong>que</strong> entras<strong>se</strong> <strong>em</strong>casa, e <strong>se</strong> de<strong>se</strong>njoas<strong>se</strong>, e descansas<strong>se</strong> da viag<strong>em</strong>, quis ver o armazém de armas. Com <strong>se</strong>u antecessorenquanto <strong>se</strong>n<strong>do</strong> partiu para o reino correu com muita amizade, visitas de cumprimentos, assim <strong>em</strong>público nas igrejas, como <strong>em</strong> sua casa, a <strong>que</strong> d. Luiz respondia como bom cortesão; e aprestan<strong>do</strong>-<strong>se</strong>os navios, <strong>se</strong> <strong>em</strong>barcou <strong>em</strong> um patacho de Viana, chama<strong>do</strong> Manja Léguas, por <strong>se</strong>r bom navio devela, deixan<strong>do</strong> a to<strong>do</strong>s sau<strong>do</strong>sos com a sua ausência, por<strong>que</strong> nunca por obra, n<strong>em</strong> por palavra fezmal algum, e foi mui rico s<strong>em</strong> tomar o alheio, <strong>se</strong>não pelo grande cabedal <strong>que</strong> trouxe <strong>se</strong>u, e retorno<strong>que</strong> s<strong>em</strong>pre lhe vinha, antes fez alguns <strong>em</strong>préstimos, <strong>que</strong> lhe ficaram deven<strong>do</strong>, os quais não <strong>se</strong>idepois como <strong>se</strong> lhe pagariam.Fez <strong>em</strong> <strong>se</strong>u t<strong>em</strong>po uma formosa casa contígua com as suas para <strong>se</strong> fazer nela relação, <strong>que</strong> atéentão <strong>se</strong> fazia <strong>em</strong> casas de aluguel; e por<strong>que</strong> um s<strong>em</strong>inário, <strong>que</strong> el-rei havia manda<strong>do</strong> fazer comrenda para quatro órfãos estudar<strong>em</strong>, <strong>se</strong> havia desfeito, pelas casas <strong>se</strong>r<strong>em</strong> de taipa de terra, e caír<strong>em</strong>,começou outras de pedra e cal, mas n<strong>em</strong> por <strong>se</strong>r obra tão pia, n<strong>em</strong> por deixar já para ela <strong>se</strong>is milcruza<strong>do</strong>s consigna<strong>do</strong>s, houve qu<strong>em</strong> lhe pu<strong>se</strong>s<strong>se</strong> mão até agora, e <strong>que</strong>ira Deus <strong>que</strong> alguma hora ohaja.Levou d. Luiz <strong>em</strong> sua companhia Pero Gouvea de Mello, <strong>que</strong> fora prove<strong>do</strong>r-mor daFazenda, e o des<strong>em</strong>barga<strong>do</strong>r Francisco da Fon<strong>se</strong>ca Leitão; e tomou de caminho Pernambuco, para ir<strong>em</strong> companhia da frota, da qual não quis ir por capitão, por <strong>se</strong>r de navios mercantes, ou por não terocasião de entender com Mathias de Albu<strong>que</strong>r<strong>que</strong>, capitão-mor de Pernambuco, com qu<strong>em</strong> nãoestava corrente.CAPÍTULO VIGÉSIMODe como Antônio Barreiros, filho <strong>do</strong> prove<strong>do</strong>r-mor da fazenda, foi por provisão <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>rgeral Diogo de Men<strong>do</strong>nça Furta<strong>do</strong> governar o Maranhão, Bento Maciel o Grão-Pará, e o capitãoLuiz Aranha a descobri-lo pelo cabo <strong>do</strong> Norte por manda<strong>do</strong> de Sua MajestadeSaben<strong>do</strong> Sua Majestade da morte de Jerônimo de Albu<strong>que</strong>r<strong>que</strong>, capitão-mor <strong>do</strong> Maranhão,proveu na capitania com título de governa<strong>do</strong>r, independente <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Brasil, a d. Diogo deCarcome, espanhol, casa<strong>do</strong> <strong>em</strong> Lisboa, o qual <strong>se</strong> deteve tanto t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> <strong>se</strong>us re<strong>que</strong>rimentos, epretensões, ou os ministros de el-rei no despachar, <strong>que</strong> <strong>primeiro</strong> o despachou a morte, e morreu <strong>em</strong>sua casa antes <strong>que</strong> de Lisboa <strong>se</strong> partis<strong>se</strong>. Pelo <strong>que</strong> o governa<strong>do</strong>r determinou prover a <strong>se</strong>rventia,enquanto el-rei não mandava outro, e por<strong>que</strong> Sua Majestade tinha da<strong>do</strong> a prove<strong>do</strong>ria-mor de suafazenda a Antônio Barreiros por <strong>se</strong>is anos, com condição <strong>que</strong> <strong>se</strong> dentro neles fizes<strong>se</strong> <strong>do</strong>is engenhosde açúcar no Maranhão lhe faria mercê <strong>do</strong> ofício por toda a vida; proveu o governa<strong>do</strong>r na capitania<strong>do</strong> dito Maranhão a Antônio Moniz Barreiros, filho <strong>do</strong> dito prove<strong>do</strong>r, para com o poder <strong>do</strong> <strong>se</strong>ucargo melhor poder fazer os engenhos.Também proveu na <strong>do</strong> rio das Amazonas a Bento Maciel Parente, por <strong>se</strong>r morto JerônimoFragoso de Albu<strong>que</strong>r<strong>que</strong>, <strong>que</strong> o <strong>se</strong>rvia como fica dito, e neste mesmo t<strong>em</strong>po, <strong>que</strong> foi no ano <strong>do</strong>Senhor de mil <strong>se</strong>iscentos e vinte e três, man<strong>do</strong>u Sua Majestade o capitão Luiz Aranha deVasconcelos <strong>em</strong> uma caravela de Lisboa a descobrir e sondar o dito rio pelo cabo <strong>do</strong> Norte, pordizer<strong>em</strong> <strong>que</strong> por ali podia tirar a sua prata <strong>do</strong> Potuci, com menos gasto, e para este efeito lhe deuprovisão para os capitães de Pernambuco, Rio Grande, Maranhão, e Pará lhe dar<strong>em</strong> tu<strong>do</strong> o <strong>que</strong> fos<strong>se</strong>necessário; <strong>em</strong> virtude das quais lhe deu Mathias de Albu<strong>que</strong>r<strong>que</strong> <strong>em</strong> Pernambuco uma lancha com17 solda<strong>do</strong>s, e o piloto Antônio Vicente, mui experimenta<strong>do</strong> na<strong>que</strong>la navegação, e lhe carregou na

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