Capítulo VI - Anestesia em Ortopedia Anestesia Casos Clínicos - 1055. Que cuidados devemos ter para evitar o aparecimento destas lesõesdurante a realização de <strong>anestesia</strong> para cirurgias ortopédicas?Evitar injeção intraneural é uma das maiores preocupações que se deve ter na realização de técnicas de<strong>anestesia</strong> regional. Dor à injeção é um importante sinal, Deve-se evitar a realização de bloqueios em pacientessob <strong>anestesia</strong> geral ou fortemente sedados. A agulha deve ser reposicionada ao aparecimento deparestesia ou dor intensa á injeção. Outra preocupação é a intensidade da corrente. A presença de respostasmotoras com intensidade de estimulação menores que 0,2 mA estaria relacionado ao posicionamentointraneural da agulha. O reposicionamento da agulha também deve ser realizado ao nos depararmos comuma resistência grande á injeção. Hadzic estudou lesões nervosas em um modelo canino, no qual injeçõescom altas pressões (>20psi) indicariam posicionamento intrafacicular e déficits neurológicos clinicamentedetectáveis. Deve-se evitar ainda a utilização de soluções de anestésico local muito concentradas, poismesmo deposições extrafaciculares de anestésicos locais com alta concentração são capazes de causaredema endoneural. Atenção especial deve ser dada ainda no sentido de evitar todos fatores que reduziriamo suprimento vascular por excederem a pressão de perfusão capilar levando a isquemia nervosa. Fatores decompressão externa como torniquete, posicionamento inadequado, hematomas, principalmente por manipulaçãoexagerada da agulha em paciente em uso de anticoagulante. Evitar soluções com altas concentraçõesde vasoconstrictores.Caso 6Paciente 16anos, 45 kg, sexo feminino, portadora de escoliose torácica idiopática importante com angulaçãomaior de 50º e comprometimento ventilatório. Programada para cirurgia corretiva com fixação deimplantes metálicos sob <strong>anestesia</strong> geral. Seu hematócrito inicial é 42% e durante o procedimento é observadosangramento estimado em 900 ml ao longo de 3 horas, sem repercussão clínica até a finalizaçãodo procedimento.1. Quais as repercussões clínicas determinadas pela escoliose?Em curvas de elevado valor angular (> 90º), a alteração primária é a hipoxemia, resultado da hipoventilaçãopela restrição pulmonar e alteração da relação ventilação/perfusão. A hipercapnia ocorre depois por falênciados mecanismos de compensação. Hipóxia, hipercarbia e vaso-constrição pulmonar prolongadas, resultamem hipertensão pulmonar, que leva a falência respiratória no paciente não tratado. A correção e a estabilizaçãoda escoliose evitam a deteriorização da função respiratória. Além disso, a hipertrofia ventricular direitapode ocorrer em decorrência da hipertensão pulmonar.2. Quais as peculiaridades do manuseio durante o posicionamento?Após a indução anestésica é necessário reposicionar o paciente para o decúbito ventral horizontale acolchoar com cuidado todos os pontos de pressão. Coxins devem ser colocados sob o tórax e acrista ilíaca para liberar o tórax e o abdômen. Os olhos devem ser fechados e livres de pressão, paraevitar abrasão de córnea ou lesões de retina. Ao livrar o abdômen por meio de coxins, reduz-se oengurgitamento venoso epidural e, consequentemente, o sangramento. A desconexão de sensoresde monitorização e de linhas venosas pode ocorrer, nesse momento, requerendo revisão destes noreposicionamento.
106 - Anestesia Casos Clínicos Capítulo VI - Anestesia em Ortopedia3. Quais as considerações importantes envolvendo a técnica anestésica ea Monitorização Neurofisiológica Intra-Operatória (MNIO)?A monitorização neurofisiológica mais utilizada são os potenciais evocados, produzidos pela estimulaçãodo sistema sensorial: Potencial Evocados Somato-Sensorial (PESS). Esta técnica utiliza a estimulaçãode um nervo periférico, por exemplo, o nervo tibial posterior ou mediano e a resposta neuralmensurada pelo córtex cerebral usando um eletroencefalograma (EEG). A resposta típica tem umpadrão de picos e vales com alterações possíveis na amplitude, latência e morfologia sugerindo interferênciada informação desde o nervo periférico, passando pela coluna posterior da medula até ocórtex cerebral.Inicialmente, utilizavam-se os potenciais evocados somatossensoriais (PESS). Posteriormente, adicionaramseos potenciais evocados motores (PEM), que informam diretamente a função dos feixes espino-talâmicosposteriores (cordões posteriores) e córtico-espinhal lateral (trato piramidal), respectivamente. Os PEMs sãoimpulsos elétricos mensurados em um nervo periférico em resposta à estimulação do córtex ou medulaespinhal.A monitorização assegura a detecção mais rápida de danos na função da medula espinhal durante o atocirúrgico, pois é realizada continuamente, a informação sobre danos secundários ao excesso de distraçãoou compressão e trauma do tecido neural, no decorrer da instrumentação cirúrgica, de cada segmento, éfornecida, a cada manobra feita pelo cirurgião. A MNIO associada ao wake-up test no final da instrumentaçãocirúrgica permitem que seja reduzido o número de complicações neurológicas.Todas as drogas anestésicas, com exceção dos relaxantes neuromusculares, podem alterar os achados dosPESS em graus variáveis (ver quadro I). Sevoflurano pode aumentar a latência e diminuir a amplitude doPESS dose-dependente. O uso de propofol e sevoflurano/óxido nitroso, assim como <strong>anestesia</strong> venosa compropofol associada à sufentanil também influenciam na monitorização do PESS. Anestesia pode, portanto,influenciar, de maneira não favorável, a monitorização dos PESS.PESSAmplitudeLatênciaN2O XInalatórios Barbitúricos X XOpioides X XEtomidato Benzodiazepinicos XPropofol Quetamina X O Wake-up test tem permanecido como padrão-ouro para acesso do estado neurológico durante a cirurgiaespinhal, inclusive em circunstâncias nas quais os sinais dos PESS são indetectáveis ou anormais. A realizaçãodo teste de despertar requer uma técnica anestésica que promova o rápido despertar e retorno dafunção cognitiva para permitir o exame neurológico no intra-operatório.
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