Capítulo V - Sistema Neuromuscular Anestesia Casos Clínicos - 87da hiperpotassemia com hiperventilação, bicarbonato de sódio, solução polarizante (0,15 UI.kg -1 de insulinasimples em 1 ml.kg -1 de glicose 50%) e manutenção do débito urinário acima de 2 mL.kg -1 .h -1 através dehidratação, manitol ou furosemida.5. Quais orientações devem ser seguidas para o manejo tardio daHipertermia Maligna, após a crise ter sido debelada?A abordagem tardia da hipertermia maligna inclui: observação em Unidade de Terapia Intensiva por pelomenos 24 h devido ao risco de recidiva; manutenção de dantrolene sódico por via intravenosa na dose de1 mg.kg -1 a cada 6 horas durante 48 horas; controle rigoroso da temperatura e a cada 6 h com gasometriaarterial, níveis sangüíneos de creatinino fosfoquinase (CPK), potássio e cálcio, coagulograma, mioglobinasérica e urinária; orientação do paciente e familiares acerca da doença e da importância da confirmação dodiagnóstico através da biópsia muscular.Caso 4Adulto, 35 anos, admitido no centro cirúrgico para laparotomia exploradora após acidente automobilístico.Não apresenta comorbidades e, está hemodinamicamente estável, porém se alimentou há duas horas. A<strong>anestesia</strong> foi induzida com propofol, fentanil e succinilcolina. Durante o procedimento cirúrgico o pacientenão apresentou necessidade de bloqueador neuromuscular e ao final, após 90 minutos, apresentou taquicardia,hipertensão arterial, midríase e função respiratória mecânica prejudicada.Realizado teste do número de dibucaína, encontrou-se um valor igual a 50.1. Quais os principais efeitos adversos da succinilcolina?O aumento da pressão intragástrica, intraocular e intracraniana estão intimamente relacionados com a intensidadedas fasciculações desencadeadas pela administração da succinilcolina. Estas fasciculações sãodecorrentes de sua ação pré-juncional produzindo despolarização e contração muscular desordenada que,em cerca de 30 a 85% dos <strong>casos</strong>, leva a queixas de dores musculares no pós-operatório. Em indivíduosnormais a succinilcolina aumenta os níveis de potássio em 0,5 a 1,0 mEq.2. Quais os fatores de risco para hiperpotassemia maciça após uso desuccinilcolina?Constituem fatores de risco para hiperpotassemia maciça: lesão do neurônio motor superior e inferior, denervaçãoe atrofia muscular, distrofia muscular, grandes queimados, traumas maciços inclusive traumatismo cranioencefálicofechado. Fratura de ossos longos não é fator de risco para hiperpotassemia maciça. O uso prévio de bloqueadorneuromuscular competitivo atenua a hiperpotassemia maciça desencadeada pelo uso de succinilcolina.3. Em que situações há prolongamento no tempo de recuperação dobloqueio produzido pela succinilcolina?Nas situações em que houver redução na atividade da pseudocolinesterase haverá consequente aumentodo tempo para recuperação do bloqueio produzido pela succinilcolina. Esta poderá estar presente em: gravidez,doenças hepáticas, hipotireoidismo, câncer, plasmaferese, administração prévia ou simultânea deanticolinesterásicos, intoxicação por organofosforados, quimioterápicos e alterações genéticas.
88 - Anestesia Casos Clínicos Capítulo V - Sistema Neuromuscular4. Como estará o número da dibucaína em pacientes homozigotos compseudocolinesterase atípica?Pacientes homozigotos com pseudocolinesterase atípica mostram importante aumento da duração da açãoda succinilcolina. A dibucaína é um anestésico local que inibe em cerca de 80% a enzima normal e em cercade 20% a enzima atípica. Assim, número da dibucaína de 80 confirma o diagnóstico de pseudocolinesteraseplasmática normal, número de dibucaína de 40 a 60 indica indivíduo heterozigoto para pseudocolinesteraseatípica e número de dibucaína de 20 indica indivíduo homozigoto atípico.5. O que significa número de dibucaína reduzido?O número da dibucaína reflete a qualidade, quanto à capacidade da pseudocolinesterase de hidrolisar asuccinilcolina e não a quantidade de enzima circulante no plasma. Assim, níveis de colinesterase reduzidosem virtude de doença hepática não altera o número de dibucaínaCaso 5Adulto, 54 anos, 60 Kg, portador de cirrose hepática, com indicação de laparoscopia e biópsia hepática.Recebe <strong>anestesia</strong> geral induzida com 150 mg propofol, 2,5 mg de alfentanil e 10 mg de mivacúrio. O procedimentocirúrgico teve duração de 30 minutos. Ao término apresenta SpO 2de 80%, dificuldade respiratóriae de movimentação.1. Como será o tempo de recuperação do bloqueio produzido pelomivacúrio?O cloreto de mivacúrio é um composto diéster biquaternário, de curta duração que consiste em trêsestero-isômeros; trans-trans (57,4%), cis-trans (36,2%) e cis-cis (6,4%). O isômero cis-cis apresentameia vida mais longa que os demais (52,9 min) e potencia entre 10 a 15 vezes inferior aos outros,contribuindo de maneira pouco significativa para o bloqueio neuromuscular. Nos hepatopatas háaumento da duração da ação explicada pela redução da concentração e da atividade da colinesteraseplasmática. Nos pacientes cirróticos o aumento do débito cardíaco contribui para que umamaior quantidade do fármaco alcance o seu local de ação, acelerando o início da ação. O aumentodo volume de distribuição, presente nos portadores de cirrose, favorecem bloqueio neuromuscularde menor intensidade2. Como estarão os efeitos do mivacúrio em homozigotos e heterozigotospara colinesterase plasmática atípica?Em pacientes com fenótipo normal para colinesterase plasmática, o mivacúrio apresenta correlação inversaentre a atividade desta enzima e a duração de ação. Pacientes homozigotos e heterozigotos para colinesteraseatípica são extrema e moderadamente sensíveis ao mivacúrio.3. Como será a recuperação espontânea após emprego de mivacúrio embolus ou em infusão contínua?A recuperação espontânea apresenta velocidade similar após bolus ou infusão contínua de mivacúrio
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