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anestesia casos clínicos

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36 - Anestesia Casos Clínicos Capítulo II - Anestesia em ObstetríciaCaso 5Secundigesta, 29 anos, com aborto anterior, é admitida na maternidade na 31ª semana de gestação fora detrabalho de parto, apresentando níveis tensionais de 170/120 mmHg com cefaléia, 3+/4+ de proteinúria ehiperreflexia. Após tratamento com sulfato de magnésio foi indicada cesárea de urgência por piora do quadroclínico materno.1. Aponte e justifique a hipótese diagnóstica?O diagnóstico é de pré-eclâmpsia e é definido como o aparecimento de hipertensão arterial sistêmica comproteinúria em gestação acima de 20 semanas. Pode haver frequentemente a presença de edema. Os níveispressóricos a serem considerados são PA sistólica mantida igual ou superior a 140 mmHg e proteinúria igualou superior a 300mg nas 24 horas. Já a pré-eclâmpsia grave cursa com as seguintes características: PA sistólicamaior ou igual a 160 mmHg ou diastólica igual ou maior que 110mmHg em duas medidas em 6 horas;proteinúria igual ou maior que 2g em 24h; oligúria com débito urinário menor que 500ml nas 24h; alteraçõescerebrais ou visuais como cefaléia, visão borrada, hiperreflexia e alterações da consciência; eclampsia,HELLP síndrome, edema agudo de pulmão.2. Cite os cuidados em relação ao tratamento com sulfato de magnésio.O tratamento com sulfato de Magnésio está indicado para a profilaxia das convulsões e é consideradoseguro, pois não interfere com os reflexos protetores laríngeos. Um esquema de ataque é 4g IV lento e amanutenção 1 a 3 g/h. As concentrações plasmáticas variam de 5 a 9 mg/dl e a ausência de reflexo patelaré o primeiro sinal de toxicidade. Cabe ressaltar que a toxicidade aumenta em pacientes com oligúria. Otratamento da intoxicação consiste na interrupção do sulfato de Mg, oxigenação, uso de gluconato de cálcioa 10%, 10ml injetados em 2 minutos, sob monitorização e em presença de suporte cardiorrespiratório. Osulfato de Mg potencializa os bloqueadores neuromusculares adespolarizantes, devendo portanto seremempregados com cautela e considerar-se a redução das doses, bem como atenção a maior dificuldade dedescurarização.3. Neste tipo de paciente, há necessidade de investigação do estado decoagulação?As principais alterações hematológicas são a hipercoagulação com ativação plaquetária. A hipercoagulaçãoocorre na via comum com aceleração do tempo de protrombina, aumento dos fatores II, V, e X da coagulaçãoe diminuição do fibrinogênio. A ativação plaquetária ocorre em 15 a 30% das gestantes com pré-eclâmpsia,em menos de 10% ocorre diminuição de plaquetas. Trombocitopenia e coagulopatia normalmente contraindicama <strong>anestesia</strong> regional. O tromboelastograma é o teste mais útil e avalia todas as fases da coagulação.4. Qual a técnica anestésica de escolha para este caso?A cesariana geralmente é indicada quando há piora do quadro materno ou fetal. A técnica anestésica maisindicada pela literatura atual é a peridural, desde que não haja contraindicações e que a contagem plaquetáriaseja superior a 100.000/mm 3. Sua latência mais longa que a da raqui<strong>anestesia</strong> favorece a instalaçãomenos insidiosa do bloqueio simpático que pode ser benéfico às pacientes com pré-eclâmpsia. A raqui<strong>anestesia</strong>e a técnica combinada podem ser indicadas e mostram-se seguras em gestantes com pressão arterialcontrolada tanto em cesáreas eletivas como de urgência. No caso de sofrimento fetal agudo pode-se optarpela raqui<strong>anestesia</strong>.

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