13.07.2015 Views

anestesia casos clínicos

anestesia casos clínicos

anestesia casos clínicos

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

140 - Anestesia Casos Clínicos Capítulo VIII - Anestesia em PediatriaCaso 1Menino de 3 anos de idade, foi submetido a <strong>anestesia</strong> geral inalatória com sevoflurano, associada abloqueio dos nervos íleo-hipogástrico e íleo-inguinal para correção cirúrgica de hérnia inguinal. Durantea avaliação pré-anestésica, os pais estavam ansiosos quanto ao procedimento e a criança se apresentavapouco sociável. Ao chegar à sala de recuperação pós-anestésica, estava agitada e chorandomuito, sendo necessários cuidados de contenção para que não se machucasse. Dez dias após a cirurgia,os pais relatam que a criança tem acordado subitamente durante a noite, chorando muito e comaspecto de assustada.1. Explique esta ocorrência na sala de recuperação pós-anestésica.A primeira mudança comportamental mal-ajustada da criança que pode ser evidente após acirurgia é o de Delírio de Emergência (DE). Delírio é uma síndrome psiquiátrica complexa queinclui transtornos visuais, alucinações e agitação psicomotora. Na atualidade não existe umadefinição única para o DE, pois ele tem apresentação clínica heterogênea. Alguns autores têmdescrito esse evento como estado dissociado de consciência no qual a criança está irritável,não cooperativa, incoerente, intransigente e com choro inconsolável. e chutando. Tipicamenteessas crianças não reconhecem ou identificam familiares, objetos ou pessoas. O comportamentobelicoso tem sido mais descrito do que simplesmente inquietude e incoerência. Comumenteo delírio ocorre nos primeiros 30 minutos da recuperação da <strong>anestesia</strong>, é auto-limitado (5-15min), e freqüentemente resolve-se espontaneamente. A agitação do acordar (AA) é um estadode agitação moderada e inquietude mental, que diferentemente do delírio, não tem mudançacomportamental significativa. A incidência de DE/AA depende da definição, idade, técnica anestésica,procedimento cirúrgico e aplicação de medicação suplementar. Geralmente, varia de 10a 50%, mas pode chegar a 80%.2. Quais os fatores etiológicos para a ocorrência de Delirium deEmergência (DE) e Agitação de Emergência (AA)?A causa subjacente de DE/DA permanece desconhecida. Alguns fatores relacionados à <strong>anestesia</strong>, à cirurgia,ao paciente e a medicações suplementares, são sugeridos como importantes em desencadear esseseventos.Os fatores relacionados à <strong>anestesia</strong> são: despertar rápido e <strong>anestesia</strong> com sevoflurano ou desflurano (maisque com propofol/remifentanil).Os fatores relacionados à cirurgia são: dor e tipo de cirurgia (amigdalectomia, cirurgia de ouvido médio eolhos).Os fatores relacionados com o paciente são: idade (2 a 5 anos), ansiedade pré-operatória, história de cirurgiaprévia e temperamento (mais impulsivo, menos social).Vários fármacos, incluindo os anticolinérgicos, droperidol, barbitúricos e metoclopramida podem contribuirpara transtornos comportamentais pós-anestésicos.A ansiedade pré-operatória, delirium de emergência e as mudanças comportamentais mal-ajustadas pósoperatóriassão tidos como fenômenos intimamente relacionados.Fortier e cols. observaram que o temperamento e a baixa sociabilidade da criança e a ansiedade dos paisdurante a separação são fatores de risco para altos graus de ansiedade na criança no período perioperatório,indo até 2 semanas após a cirurgia, com relação positiva entre a ansiedade da criança e a dorexperimentada por ela.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!