154 - Anestesia Casos Clínicos Capítulo VIII - Anestesia em Pediatria2. Qual a epidemiologia de complicações da <strong>anestesia</strong> regional emcrianças?Em 1996, estudo prospectivo de 01 ano, realizado pela sociedade dos anestesiologistas pediátricosde língua francesa (ADARPEF), avaliando 85.412 <strong>anestesia</strong>s pediátricas, que incluíam 24.409<strong>anestesia</strong>s regionais, observaram a ocorrência de 24 complicações sem sequelas, mortes ou conseqüênciaslegais, todas sob bloqueios neuroaxiais. Em 2007, uma análise das peridurais pediátricasbritânicas relatou 96 incidentes, dentre 10.633 <strong>anestesia</strong>s peridurais realizadas. Dessas, 56 (0,53%)estavam associadas à inserção ou manutenção do cateter peridural, sendo a maioria sem gravidade;apenas 01 desenvolveu síndrome da cauda eqüina por erro na programação da bomba de infusão;outras 40 (0,38%), acredita-se estarem associadas à técnica de infusão. A faixa de recém nascidosfoi a mais acometida pelos acidentes, principalmente por erros de fármacos e toxicidade por anestésicolocal.Os bloqueios regionais, principalmente os bloqueios do neuro-eixo, estão associados à ocorrência de eventosadversos (0,5%), que são, na sua maioria, sem repercussões, mas ocasionalmente graves. A maioriadessas complicações ocorrem por cuidados insuficientes durante a execução do bloqueio (erros com fármacos)ou no período pós-operatório (injeção sob pressão).3. Quais as diferenças entre os bloqueios centrais (neuroeixo) e bloqueiosde nervos periféricos?As principais diferenças entre os bloqueios centrais e os bloqueios de nervos periféricos estão descritas natabela I.Tabela I – Bloqueios centrais x periféricosBloqueios CentraisPeridural ou raqui<strong>anestesia</strong>Inviável para cirurgia de cabeça e pescoçoHipotensão, como efeito sistêmicoFraqueza de membros inferioresAnalgesia limitada a 4-6 horasAceitação paterna difícilBloqueio de nervos periféricosRestrito à área de analgesia desejadaAplicável a qualquer áreaEfeitos sistêmicos rarosBloqueio motor improvável, exceto bloqueio de nervomotor de extremidade inferiorAnalgesia poder ser maior que 12 horasMaior aceitação paterna4. Como detectar injeção intravascular de anestésico local na criança<strong>anestesia</strong>da?A injeção intravascular de anestésico local associado à adrenalina pode ser detectada através daobservação do eletrocardiograma (ECG), de elevação da freqüência cardíaca associada a aumentoda amplitude de ST e surgimento de onda T apiculada. Para reduzir o risco de isquemia, arritmiascardíacas e outros desfechos piores, pela injeção intravascular de altas doses de anestésico comvasoconstrictor, o uso de dose teste é muito útil, por produzir mudanças transitórias no ECG, quealertam para a necessidade de interrupção da injeção. A taquicardia, isoladamente, não é um indicador
Capítulo VIII - Anestesia em Pediatria Anestesia Casos Clínicos - 155confiável da injeção intravascular de anestésico, acontecendo somente em 73% dos <strong>casos</strong>. A doseteste é, portanto, um indicador sensível à injeção intravascular, não intencional, de anestésico local emcrianças <strong>anestesia</strong>das.5. Quais as vantagens da execução de <strong>anestesia</strong> regional guiada por ultrasomem criança?Técnica não invasivaFácil de executarNão envolve exposição a radiaçãoNão sofre influência do tipo de <strong>anestesia</strong> utilizadaPermite visualização direta do nervo e estruturas adjacentes em tempo real, o que é, particularmente,vantajoso em crianças, pois a maioria das <strong>anestesia</strong>s regionais realizadas nesse grupo etário é sob<strong>anestesia</strong> geral.Caso 9Criança, 4 anos de idade, pesando 20 Kg, chega à emergência com queimaduras extensas pelo corpo,acometendo 30% da sua superfície corporal, após acidente doméstico com fogo.1. Como pode ser classificada a gravidade da queimadura?RespostaA gravidade de uma queimadura pode ser classificada de acordo com a profundidade atingida, com a áreade superfície corporal envolvida, com a localização das lesões e com a presença ou ausência de lesão porinalação. A profundidade é aferida de acordo com os níveis e tipos de tecidos acometidos (Tabela I).Tabela I – Classificação das Queimaduras pela profundidade das lesões.Profundidade da QueimaduraPrimeiro grauSegundo grauSuperficialProfundaTerceiro grauQuarto grauTecidos atingidosEpidermeEpiderme e derme superficialEpiderme e derme profundaEpiderme e toda a espessura da dermeFáscias, músculos e ossosPara a classificação de acordo com a área de superfície corporal atingida, utiliza-se a regra dos 9 paraos adultos. Porém, esta regra não funciona adequadamente para crianças, devido à desproporção dasua cabeça em relação ao restante do corpo. Assim, um ajuste para este tipo de paciente deve serfeito.A partir dos dados recolhidos na avaliação da vítima, a sua categorização como grande queimado determinaráos cuidados emergenciais, o planejamento para o tratamento a médio e longo prazo e o prognóstico(Tabela II).
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