Capítulo III - Anestesia Ambulatorial Anestesia Casos Clínicos - 53Caso 7Paciente feminina, 25 anos, submetida a sedação com diazepam 20mg EV para exerese de nódulo de mamasob <strong>anestesia</strong> local. No pós-operatório foi feita a reversão com flumazenil.1. Quando o paciente poderá ser liberado? A reversão com flumazenilgarante a liberação?Neste caso, em especial, mesmo que o paciente seja capaz de ingerir alimentos, não poderáser liberado enquanto não acabar o efeito do diazepam, que apresenta meia vida superior aoflumazenil. Por isso, o paciente poderá apresentar efeito rebote de sedação após terminadoo efeito do flumazenil. Assim, o diazepam, nessa dose, não está bem indicado na <strong>anestesia</strong>ambulatorial.2. Se após a recuperação espontânea o paciente apresentar náuseas evômitos de difícil controle, qual deverá ser a conduta?O paciente para ter alta deverá ter sob controle as náuseas e os vômitos. Caso o paciente persista com náusease vômitos após tentativa de controle com as drogas habituais, deverá permanecer internado na unidadeonde foi realizada a cirurgia ou unidade conveniada.3. Se essa paciente apresentar história familiar de hipertermia maligna,qual seria a conduta?Atualmente esses pacientes podem receber com segurança <strong>anestesia</strong> ambulatorial. Na preparação dasala devemos assegurar a presença de medicamentos que tratem a hipertemia maligna como o dantrolene,o que já é obrigatório pela resolução CFM 1802/2006. A cirurgia preferencialmente deve ser a primeirado dia e o aparelho de <strong>anestesia</strong> não deve conter resíduos de anestésicos inalatórios. Devemos utilizarmedicamentos que comprovadamente não desencadeiem hipertemia maligna e, no trans-operatório, observarsinais sugestivos de hipertermia. Na orientação aos familiares, por escrito, devem ser descritossinais e sintomas sugestivos de hipertemia maligna que, caso surjam, exigem contato imediato com aunidade de saúde.4. Após a exerese do nódulo mamário, solicitou-se biópsia de congelação.Com o resultado, o cirurgião optou por realizar mastectomia. Essa cirurgiapoderá ser realizada em regime ambulatorial?Não. Como pode haver sangramento significativo, a mastectomia enquadra-se nos critérios de exclusão paracirurgia ambulatorial. A paciente deverá ser internada.5. O procedimento terminou as 9 horas e a paciente teve alta às 13 horas.Quando poderá voltar a dirigir veículos automotores?Na alta hospitalar os parâmetros psicomotores não são avaliados e o paciente poderá apresentarefeitos residuais das drogas. Sendo assim, é prudente aconselhar ao paciente que não dirijaveículos automotores, bem como não opere máquinas pesadas nas primeiras 24h após o procedimento.
54 - Anestesia Casos Clínicos Capítulo III - Anestesia AmbulatorialCaso 8Paciente 58 anos, masculino, HAS e diabetes tipo II, em uso de losartan, sinvastatina e metformina. Temapresentado fezes escuras e dor abdominal leve há uma semana. Indicada colonoscopia em regime ambulatorial.1. Quais os cuidados que devemos ter em relação à medicação em usopelo paciente?O paciente deverá ser orientado para interromper a metformina 24h antes do procedimento, podendo retornaro uso após a primeira refeição. Quando o exame incluir contraste endovenoso, o uso da metforminadeverá ser reiniciado somente 48 horas após a cirurgia, estando a função renal normal. Não deverão serprescritos insulina ou hipoglicemiantes orais no dia da cirurgia ou insulina NPH na noite da véspera damesma. Admite-se interromper o uso do bloqueadores de receptor de angiotensina II e bloqueadores daECA na véspera, considerando a possibilidade de episódios hipotensivos pela interação dessa drogas coma <strong>anestesia</strong> geral.2. Quais os exames complementares necessários para esse paciente?Glicemia de jejum, uréia, creatinina, Na+, K+, Hb, Ht e ECG. A hemoglobina glicosilada (A1C) pode ser solicitadacomo controle acurado da glicemia nos últimos 2 a 3 meses. Isso é importante porque níveis de A1Celevados aumentam a taxa de complicação nesses pacientes.3. Como deve ser feito o manejo intra-operatório da glicemia nessepaciente?Deve-se otimizar o manejo com o controle da glicemia de 3 em 3 horas até o início da ingestão oral.4. O que deve ser observado no exame físico pré-operatório dessepaciente?Devemos procurar observar neuropatia diabética, que pode se apresentar como hipotensão ortostática, episódiossincopais, mono ou polineuropatias, disfunção erétil ou vesical, e no ECG uma perda da variabilidade R-R.Ao redor de 30-40% dos pacientes diabéticos apresentam glicosilação da articulação atlanto-occipital, que podelimitar a mobilização da mandíbula e causar dificuldade no manejo da via aérea (síndrome do stiff-neck).5. Devemos utilizar alguma medicação ansiolítica nesse paciente?Sim. Uma vez que esse paciente é hipertenso, e foi suspensa a medicação anti-hipertensiva, devemosprevenir picos hipertensivos relacionados à ansiedade. Na véspera pode-se utilizar midazolam 15 mg VO oudiazepam 10mg VO. E pela manhã após chegar na unidade de saúde administrar 7,5mg midazolam VO 30minutos antes do procedimento, ou IV, 1-2 mg.Caso 9Paciente feminina, 39 anos, será submetida em regime ambulatorial a laparoscopia, para liberação de aderênciasna pélvis. História de tratamento cirúrgico de descolamento de retina há 3 semanas, complicada porNVPO.
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