Capítulo III - Anestesia Ambulatorial Anestesia Casos Clínicos - 551. Deve ser evitado o N 2O nesses pacientes?Nos pacientes submetidos a cirurgia vitreoretiniana é deixado deliberadamente, uma bolha de gás paraajudar tamponar e manter a retina em posição, enquanto se desenvolvem as aderências. Dependendo dogás utilizado, do volume e da concentração, a absorção da bolha pode levar ate 70 dias para se completar.A administração de N2O nesse período leva a expansão da bolha rapidamente, com obstrução da artériacentral da retina com isquemia da retina e do nervo ótico. Existem evidencias de que a lesão é irreversível. ON2O deve ser evitado nesses pacientes, a menos que não tenha sido utilizado gás para fixação da retina.2. Comentar as alterações da fisiologia provocadas pela laparoscopia.Para a realização de laparoscopia pélvica, além do pneumoperitônio, é necessária a posição de Trendelemburg.O pneumoperitônio eleva a pressão intra-abdominal e compromete o retorno venoso. Pressãoabdominal acima de 20 mmHg provoca redução da PVC, da PA e do debito cardíaco. Pode haver sequestrode sangue das pernas reduzindo o volume circulante. O deslocamento cefálico do diafragma reduz a capacidadevital. Há comprometimento da ventilação dos lobos inferiores, predispondo o paciente a hipóxiae atelectasias. Ao liberar o pneumoperitônio e desfazer a posição de Trendelemburg todos os parâmetroscardiovasculares e respiratórios devem se normalizar.3. Quais são as causas mais comuns de NVPO em pacientesambulatoriais?Os pacientes com história de cinetose e episódios prévios de NVPO, os obesos, as gestantes e diabéticossão mais propensos a sintomas eméticos. As NVPO são comuns em crianças. A ansiedade excessiva e adesobediência ao jejum podem aumentar o volume gástrico e predispor pacientes a NVPO.A escala de Apfel para NVPO destaca como fatores de risco o sexo feminino, o não tabagismo, históriade NVPO, cinetose prévia e o uso de narcóticos. Outros estudos também consideram algumas condiçõescirúrgicas como predisponentes (estrabismo, timpanostomia, orquidopexia, laparoscopia). Náuseas e vomitossão problemas importantes após cirurgia ambulatorial e pode retardar a alta ou provocar internaçãohospitalar inesperada. No pós-operatório ambulatorial, dor, deambulação precoce e hipotensão são fatoresque aumentam incidência de NVPO.4. Por que o CO 2é o agente de insuflação de escolha para laparoscopia?O CO 2é mais solúvel no sangue que o ar, o O 2ou o N 2O. A capacidade de transporte do CO 2no sangueé bastante alta em decorrência do tamponamento do bicarbonato e da combinação com hemoglobina eproteínas plasmáticas. A eliminação rápida aumenta a margem de segurança do CO 2no caso de injeçãointra-venosa. A dose letal de CO 2é de aproximadamente 5 vezes maior que a de ar. Acrescente-se aindaque o CO 2é o mais barato entre os gases utilizáveis para a realização do pneumoperitônio.5) Como evitar farmacologicamente NVPO no paciente suscetível?Infelizmente, o medicamento ideal ainda não é conhecido. Apesar do alto custo os antagonistas da serotonina,como a ondansetrona intra-venosa, na dose de 4 a 8 mg em adultos e 0,1mg/kg em crianças, são muitoeficazes. A administração profilática de dexametasona intra-venosa na dose de 5 a 10 mg para adultos e 0,5a 1 mg/kg em crianças, é eficaz na prevenção de NVPO, sem sinais de toxicidade clinicamente relevante. Aassociação de dexametasona e ondansetrona diminui ainda mais a incidência de NVPO e pode ser o melhorregime profilático. Existem indícios crescentes de que uma conduta multimodal pode levar a melhores
56 - Anestesia Casos Clínicos Capítulo III - Anestesia Ambulatorialresultados: a associação de 2 ou 3 fármacos antiméticos com mecanismos de ação diferentes é uma boaindicação em pacientes com alto risco de NVPO.Caso haja necessidade de terapia de resgate para NVPO dentro de 6 horas pós cirurgia, não se deve utilizarnova dose do fármaco utilizado profilaticamente. Nessa situação deve-se utilizar fármaco de resgate commecanismo de ação diferente.Caso 10Paciente de 45 anos, escalado para correção cirúrgica de ptose palpebral com bloqueio local pelo cirurgiãoe sedação pelo anestesiologista.1. Como são classificadas as sedações pelo CFM?O CFM na resolução 1.670/2003 classifica as sedações como:“Sedação é um ato médico realizado mediante a utilização de medicamentos com o objetivo de proporcionarconforto ao paciente para a realização de procedimentos médicos ou odontológicos. Sob diferentesaspectos <strong>clínicos</strong>, pode ser classificada em leve, moderada e profunda, abaixo definidas:Sedação Leve é um estado obtido com o uso de medicamentos em que o paciente responde ao comandoverbal. A função cognitiva e a coordenação podem estar comprometidas. As funções cardiovascular erespiratória não apresentam comprometimento.Sedação Moderada/Analgesia (“Sedação Consciente”) é um estado de depressão daconsciência, obtido com o uso de medicamentos, no qual o paciente responde ao estímulo verbalisolado ou acompanhado de estímulo tátil. Não são necessárias intervenções para manter a via aéreapermeável, a ventilação espontânea é suficiente e a função cardiovascular geralmente é mantida adequada.Sedação Profunda/Analgesia é uma depressão da consciência induzida por medicamentos, e nela opaciente dificilmente é despertado por comandos verbais, mas responde a estímulos dolorosos. A ventilaçãoespontânea pode estar comprometida e ser insuficiente. Pode ocorrer a necessidade de assistência para amanutenção da via aérea permeável. A função cardiovascular geralmente é mantida. “2. Segundo a resolução do CFM 1670/2003, quem pode realizar sedaçãoprofunda?Na resolução encontramos: “Sedação profunda só pode ser realizada por médicos qualificados e em ambientesque ofereçam condições seguras para sua realização, ficando os cuidados do paciente a cargo domédico que não esteja realizando o procedimento que exige sedação”. Fica claro que o cirurgião não podefazer a sedação profunda, porem não é atribuição exclusiva do médico anestesiologista.3. Quais são os principais fatores que retardam a alta hospitalar?A incidência de complicações é pequena. Os principais fatores que retardam a alta hospitalar são:Complicações respiratórias ocorrem em percentagem menor do que 1%, sendo mais frequentes emobesos, fumantes, asmáticos e em pacientes com infecção de vias aéreas. As mais comuns são laringoespasmoe broncoespasmo. Entretanto, edema pulmonar, aspiração brônquica e pneumotórax já foram descritos.Problemas respiratórios retardam a alta e, dependendo da gravidade, poderão impedi-la.
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