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01 - A Guerra da Duquesa

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Mas sua primeira carta não tinha tido resposta. Esforçou-se mais ain<strong>da</strong>. Se não se limitava a ser bom,<br />

mas sim chegava a ser muito bom, sua mãe estaria orgulhosa dele. Tinha estu<strong>da</strong>do mais, esforçou-se mais,<br />

tinha alcançado mais objetivos. Havia tornado a lhe escrever quatro meses depois e lhe tinha contado<br />

seus sucessos com acanhamento.<br />

O correio não lhe tinha levado nenhuma resposta.<br />

Robert não se deixou afetar por isso e se esforçou ain<strong>da</strong> mais. Tinha-lhe escrito a terceira carta ao<br />

final do curso. Nela a informava que tinha sido o primeiro de sua classe. A primeira semana <strong>da</strong>quele<br />

verão tinha contido o fôlego todos os dias quando chegava o carteiro. E tinha levado uma decepção todos<br />

os dias.<br />

Por fim, ao oitavo dia, tinha recebido uma resposta. Constava de uma linha: diga a seu pai que essa<br />

estratégia tampouco <strong>da</strong>rá resultado.<br />

Depois disso, para Robert tinha sido questão de princípios seguir como antes, para provar que todo<br />

esse esforço não tinha sido por ela. Apesar disso, tinha-lhe levado anos perder a esperança.<br />

– E bem? – perguntou ela, observando-o. – Quais são suas intenções com essa garota?<br />

Robert a olhou.<br />

– Acredito que um filho deveria obedecer a sua mãe e responder a suas perguntas por que lhe deve<br />

respeito pelos anos de cui<strong>da</strong>dos que lhe dedicou ela.<br />

O corpo de sua mãe ficou rígido.<br />

– Sinto-me generoso. Responderei a uma pergunta por ca<strong>da</strong> mês que passou comigo em minha<br />

infância.<br />

Olhou-a. Ela tinha os lábios apertados. Seus dedos tamborilavam um ritmo irado no pires.<br />

Robert ficou em pé.<br />

– Como estou seguro que sabe – disse, – isso te deixa sem perguntas. Esta entrevista terminou.<br />

Dito isso, saiu <strong>da</strong> sala.<br />

Minnie SE DAVA CONTA DE QUE uma proposta de matrimônio não deveria fazer com que se<br />

sentisse mal. Sobre tudo porque gostava do homem que a fazia. Mas não podia discutir com seu corpo.<br />

Lhe encolhia o estômago só de pensar o que implicaria casar-se com ele. Quando na manhã seguinte disse<br />

a suas tias que precisava descansar, não mentia.<br />

Tinha prometido considerar as vantagens <strong>da</strong> proposta, mas qualquer tentativa nessa direção se via<br />

impossibilita<strong>da</strong> assim que começava a ver-se rodea<strong>da</strong> por caras furiosas.<br />

– Fraude – gritavam essas caras. – Semente do diabo.<br />

As duquesas atraíam multidões. Assistiam a festas. Não desmaiavam quando as olhava muita gente.<br />

Se o fizessem, estariam sempre desmaiando.<br />

Podia imaginar muito bem a parte priva<strong>da</strong> de sua relação. Ardia-lhe a pele de desejo pensando nisso.<br />

Beijaram-se algumas vezes e não podia fingir que não o desejava. Mas embora poderia haver ido bem<br />

como amante de Robert, a ideia de ser a esposa de um duque a punha doente. E antes ou depois, qualquer

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