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Olhar para cima? Não, o duque de Clermont estava muito equivocado. Ela tinha que baixar a vista.<br />
Permitiu-se acreditar que aquele homem lhe oferecia algum tipo de segurança. Tinha sido muito otimista,<br />
não muito pouco. Gardley tinha deixado muito claro que não sentia nenhuma obrigação para com ela. Que<br />
segurança havia nisso?<br />
– Isso é ridículo – disse. – As mulheres também se quebram, como a faia. Como pode imaginar que<br />
sou tão flexível se estou me negando a me casar com você?<br />
– Es… está me rechaçando? – ele franziu o cenho. – Não pode negar-se. Essa era a razão… – tossiu e<br />
fez uma careta.<br />
– Essa era a razão para dizer a sua mãe que me cortejasse? – terminou Minnie em seu lugar. –<br />
Escolher a uma mulher que contasse com a aprovação dela e que estivesse tão desespera<strong>da</strong> que não<br />
pudesse dizer que não embora você não se incomo<strong>da</strong>sse em tentar conquistá-la?<br />
Ele guardou silêncio. Nem sequer era o bastante homem para olhá-la aos olhos e admiti-lo. Ao fim<br />
encolheu os ombros mal-humorado.<br />
– O que quer? Que a leve para <strong>da</strong>r um passeio de carruagem algumas vezes?<br />
Stevens suspeitava ain<strong>da</strong> dela. O risco de ser descoberta era tão grande como sempre. Mas se, se<br />
casasse com Gardley, nunca estaria segura. Dar-se conta disso a aterrorizava mais que nunca. O<br />
matrimônio lhe tinha parecido um talismã durante muito tempo. Mas não era suficiente. E já não sabia o<br />
que podia sê-lo.<br />
Estendeu o braço e virou a cara de Walter Gardley para ela. Ele não queria olhá-la nos olhos, e como<br />
se esforçava por desviar o olhar <strong>da</strong> cicatriz, acabou lhe olhando a bochecha direita.<br />
– Não – murmurou ela. – Não me casarei com você. Ele parecia atônito.<br />
– Mas… mas… mas o que fará então? – perguntou.<br />
– MAS O QUE VAIS FAZER? –perguntou sua tia Eliza, menos de meia hora depois.<br />
Minnie estava senta<strong>da</strong> na sala em frente a suas tias, que tinham se instalado no sofá. As agulhas de<br />
tecer de Eliza tilintavam sem cessar. A mulher tecia uma meia. Sua tia Caroline olhava a sua sobrinha<br />
neta com os braços cruzados.<br />
“Conheça sempre o caminho que há pela frente”. Essa era uma <strong>da</strong>s regras de seu pai. Minnie não<br />
sabia por que se agarrava agora a elas depois de tudo o que lhe tinha feito. Possivelmente porque<br />
esquecê-las converteria sua infância não só no resultado de mentiras, como também em uma falsi<strong>da</strong>de<br />
absoluta. Mesmo assim, Minnie sacudiu a cabeça.<br />
– Queremos que seja feliz – disse Caroline. – E eu jamais te diria que não tenha ambição. Mas o<br />
truque está em ter apenas a quanti<strong>da</strong>de apropria<strong>da</strong>. Se eu desejasse ser rainha <strong>da</strong> Inglaterra, por exemplo,<br />
jamais estaria satisfeita.<br />
– Eu não quero ser rainha <strong>da</strong> Inglaterra – Minnie cruzou os braços.<br />
– Não, não – Caroline lhe sorriu com tristeza. – O que digo é que deve desejar apenas o suficiente<br />
para que te faça esticar um pouco os braços. Se desejar mais, isso te fará sofrer.<br />
Minnie ficou em pé.