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01 - A Guerra da Duquesa

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– Sério?<br />

Finney assentiu.<br />

– Tem muita razão, senhor Blaisdell.<br />

– Mas os nobres usam esse privilégio, não para dizer a ver<strong>da</strong>de a não ser para ocultá-la. Pense,<br />

senhor Finney. O que faria você se tivesse um lugar na Câmara dos Lordes?<br />

– Eu sentado com os lordes? – Finney riu. – Isso eu gostaria de vê-lo.<br />

– A mim também – respondeu Robert. – Se eu tomasse parte no Governo desta nação, não perderia<br />

tempo protegendo meus privilégios e interesses. Não. Encontraria to<strong>da</strong>s as falhas que tem a lei e que<br />

permitem que pessoas como Clermont envenenem seus operários e em segui<strong>da</strong> os castiguem quando se<br />

queixam disso. E erradicaria to<strong>da</strong>s essas falhas.<br />

A ele mesmo surpreendeu a veemência de suas palavras.<br />

– Isso sim é rebelião – interveio a senhora Finney. – E será melhor que não diga essas palavras por<br />

muito seguro que creia estar. É jovem, senhor Blaisdell. Todos fomos jovens. Mas respire fundo e<br />

esqueça esse modo de falar. Não fará nenhum bem a ninguém – olhou à senhorita Pursling com<br />

nervosismo. Além disso, senhorita Pursling, você não viu o duque de Clermont? Você se move às vezes<br />

nesses círculos.<br />

O senhor Finney se afundou mais em seu assento. Parecia envergonhado.<br />

A senhorita Pursling afastou a vista de Robert.<br />

– Sim, o conheci.<br />

– E como é esse velho estúpido? – perguntou Finney. – Porque espero que…<br />

– Silêncio – interveio sua esposa.<br />

– Acredito que este é o filho do velho – disse a senhorita Pursling. Finney fez um gesto com a mão no<br />

ar.<br />

– Se tiver visto um duque, viu-os todos. Não tenho razão, senhor Blaisdell?<br />

Robert não respondeu. Observava à senhorita Pursling, que não tinha mostrado nenhuma emoção<br />

quando falava dele. Nem sequer tinha enrugado a testa pensativa.<br />

Ela moveu a cabeça.<br />

– É alto, rico e atrativo. Essas coisas não chegam a ser boas para a personali<strong>da</strong>de de um homem.<br />

Robert fez uma careta.<br />

Mas ela não tinha terminado.<br />

– Duvido muito que enten<strong>da</strong> o que significa ser um homem trabalhador e suspeito que em sua vi<strong>da</strong><br />

sempre conseguiu o que queria apenas pedindo.<br />

Era um julgamento duro, e o fato de que fosse ver<strong>da</strong>de o fazia ain<strong>da</strong> mais duro. A Robert custava ficar<br />

quieto no assento.<br />

– Os homens que só conheceram bons tempos, frequentemente não podem compreender os tempos<br />

duros – continuou ela.<br />

Era incrível quanto podia ferir a ver<strong>da</strong>de. Robert nem sequer podia zangar-se com ela. Ele havia dito<br />

o mesmo.

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