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01 - A Guerra da Duquesa

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Mas a donzela agachou a cabeça com acanhamento repentino e Minnie adivinhou no ato de quem se<br />

tratava.<br />

– Sua Excelência o Duque de Clermont – disse.<br />

Minnie sentiu gelo no estômago, mas tinha as mãos muito quentes. Não sabia se ria ou chorava, se<br />

corria para seus braços ou escapava saltando pela janela. Ficou com a vista crava<strong>da</strong> à frente; no bolso<br />

tinha dobrado o pagamento bancário de cinco mil libras, a modo de acusação silenciosa.<br />

– Oh! – exclamou Eliza.<br />

– Tinha ouvido rumores – Caroline esfregou a testa, – mas parecia tão improvável que… Se tivesse<br />

havido algo de ver<strong>da</strong>de neles, você nos haveria isso dito, não é assim?<br />

Minnie não podia as olhar aos olhos.<br />

– Acredito que deveríamos falar disto em breve. Mais tarde.<br />

Caroline assentiu. Eliza se levantou, apoiando-se com força na bengala que usava dentro de casa.<br />

– Minnie – disse com suavi<strong>da</strong>de. – Se não quer se casar com ele, não tem que fazê-lo. Nunca lhe<br />

obrigaremos a fazer isso. Não importa o que tenha acontecido, o que disse nem o que tenha feito. Nós lhe<br />

queremos, independentemente do que queira fazer.<br />

Quando entrou o duque um momento depois, Minnie se esforçava por reprimir as lágrimas. Nem<br />

sequer pôde voltar-se para olhá-lo. Percebeu o som de suas botas no chão, aproximando-se. Deteve-se a<br />

poucos centímetros de distância dela.<br />

Não disse na<strong>da</strong>; possivelmente esperava que ela o sau<strong>da</strong>sse primeiro. Mas Minnie não podia. Se, se<br />

voltava naquele momento…<br />

– Pensei em escalar até sua janela – disse ele por fim, com voz grave. – Mas teria que tirar as botas<br />

para subir pelos tijolos, e, além disso, a janela que me pareceu ser a sua é incrivelmente estreita. Agora<br />

sei por que Julieta tinha um balcão. E por isso optei pela rota menos romântica e bati na porta principal.<br />

Minnie soltou um risinho trêmulo.<br />

– Romeu, além disso, tinha dezesseis anos – respirou fundo, esforçou-se em mostrar uma expressão<br />

serena e se voltou por fim. – Acreditava que já tinha se despedido. Por que voltou?<br />

Ele, em resposta, tomou a sua mão. Enquanto ela estava de costas, tirou as luvas e as tinha deixado<br />

sobre a mesa. Minnie sabia que devia afastar-se, mas estava ain<strong>da</strong> muito fraca para resistir. Ele<br />

entrelaçou seus dedos com os dela. Suas mãos eram suaves e fortes.<br />

– Está bem – disse. – Vou dizer isto sem rodeios. Estraguei tudo.<br />

– Você estragou tudo – repetiu Minnie com increduli<strong>da</strong>de. – Você – olhou-o, perguntando-se se tinha<br />

perdido a cabeça durante a noite.<br />

O duque assentiu com a cabeça e lhe assinalou uma poltrona. Dava voltas a cabeça.<br />

– Você me disse que não podia ser duquesa – disse ele quando se sentou. – E eu não prestei atenção a<br />

suas palavras.<br />

Minnie piscou e se sentou em frente a ele.<br />

– Não comecei a entendê-las até que minha mãe me disse que lhe tinha pago para me rechaçar, não<br />

para me delatar. E uma vez que me pus a pensar nisso, isso tampouco tinha sentido. Meus ganhos são um<br />

mínimo de dez mil libras ao ano, algo que todo mundo sabe. Qualquer pessoa racional que tivesse que

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