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– Por que utilizou minhas palavras? Fez-o de propósito para pôr em perigo minha reputação? Pensou<br />
que, se me jogavam a culpa, você ficaria livre de to<strong>da</strong> censura?<br />
Ele negou com a cabeça.<br />
– Teria que ter sabido que não gritaria – encolheu os ombros; tirou o cachecol do pescoço e o molhou<br />
no balde. – Respondendo à sua pergunta, não, não queria na<strong>da</strong> disso. Talvez tenha sido um pouco<br />
desconsiderado, mas não o fiz com malícia.<br />
Para surpresa de Minnie, ajoelhou-se diante dela e lhe limpou uma mancha de massa com o cachecol.<br />
– Foi simplesmente isto – ele parecia ter sua atenção fixa na massa. – Você me causou uma grande<br />
impressão. Se pode reconhecer suas palavras no que escrevi, é porque meus pensamentos versavam<br />
sobre você – ergueu a vista para ela. – Me ocorre frequentemente.<br />
Maggie pensou que não era justo que ele pudesse esvaziar seu coração <strong>da</strong> fúria e seus pulmões de ar<br />
com apenas umas palavras. Lhe sustentou o olhar.<br />
Não era justo. Não estava certo. Ele estava ajoelhado diante dela e, entretanto, era ela a que caía sob<br />
seu enfeitiço.<br />
Afastou a vista.<br />
– Isso não mu<strong>da</strong> na<strong>da</strong>. De todos os modos me pôs em uma posição insustentável. Não sei o que fazer.<br />
Não pode limitar-se a pedir desculpas e esperar que eu lhe sorria.<br />
Ele afastou a vista, não em um gesto de rendição a não ser com ar indiferente, como se quisesse<br />
indicar que não podia incomo<strong>da</strong>r-se com aquilo, e esfregou outra mancha de massa.<br />
Minnie não podia sentir suas mãos através <strong>da</strong> saia, mas podia imaginar. Imaginar que a leve pressão<br />
que exercia em sua saia se transmitia às anáguas e <strong>da</strong>li aos calções, as meias e as pernas. Fechou os<br />
olhos enquanto ele ia subindo para cima.<br />
Quanto mais subia, mais ela podia senti-lo. Quando chegou a última parte de massa, não ficava mais<br />
remedeio que aceitar a ver<strong>da</strong>de. Lhe tocava o estômago. Através de cama<strong>da</strong>s de tecido e espartilho, sim,<br />
mas a mão dele estava em seu ventre. Minnie respirou com força.<br />
– Não posso acreditar que tenha tirado massa de minha roupa – murmurou. – Isso deve ser o mais<br />
estúpido…<br />
– Pois claro que foi estúpido – ele olhou a ponta molha<strong>da</strong> de seu cachecol, encolheu os ombros e o<br />
jogou por cima do ombro. – Estas coisas são assim – se levantou e Minnie ficou olhando para baixo…<br />
aos botões do colete dele.<br />
– As coisas são assim? – perguntou duvidosa. – Está dizendo que é estúpido, Excelência?<br />
– Em certas circunstâncias, sim – a voz dele era só um murmúrio. Adiantou o corpo até que quase lhe<br />
sussurrou ao ouvido: – Verá, há uma mulher.<br />
Minnie se negava a olhá-lo. Não o faria.<br />
– Normalmente, poderíamos dizer que é uma mulher bonita, mas acredito que não é uma beleza<br />
clássica. Mesmo assim, quando ela está perto, eu prefiro olhá-la e a ninguém mais.<br />
Apoiou dois dedos na bochecha dela e Minnie conteve o fôlego.<br />
Não o olharia. Se o fazia, ele veria o desejo em seus olhos e então…