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01 - A Guerra da Duquesa

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– Sua leal<strong>da</strong>de – ele a abraçou com mais força. – E enquanto os dois possamos suportar mutuamente<br />

nossa presença, também seria bom que me desse seu corpo. Não espero seu amor. Não espero que me<br />

deseje eternamente. Mas acredito que poderíamos ter um bom matrimônio.<br />

– Não espera amor – ela moveu a cabeça confusa. – Esta é a segun<strong>da</strong> vez que diz isso. Será como em<br />

uma dessas terríveis tipos de novelas onde me adverte que não me apaixone por você e, se o fizer,<br />

converterá-se em<br />

Barba Azul e tentará me arrancar a cabeça? É atrativo. Tem todos os dentes…<br />

Olhou-o nos olhos e lhe tocou levemente a bochecha com a mão. Robert ficou muito quieto.<br />

– Não posso fazer nenhuma promessa. Se for bom na cama, poderia me apaixonar por você. Se isso<br />

for ser um anátema…<br />

– Não – se apressou a dizer ele. Afastou a vista dela e, quando voltou a falar, sua voz soava<br />

levemente rouca. – Não. Isso seria perfeitamente… plausível.<br />

Se, se guiasse por suas palavras, Minnie poderia ter pensado que pouco lhe importava. Mas o modo<br />

como quase lhe quebrava a voz e a maneira como inclinava a cabeça para ela indicavam que sua<br />

indiferença era mentira. Olhava-a como olharia um oásis um homem sedento que queria decidir se aquilo<br />

era só uma ilusão produzi<strong>da</strong> pelo calor.<br />

Minnie entendeu por fim o que ocorria ao duque. “Não é que queira um matrimônio sem amor.<br />

Simplesmente se resignou a isso”.<br />

Sua mãe havia dito que Robert tinha o coração de um romântico. Esse dia, Minnie tinha estado afligi<strong>da</strong><br />

por outras preocupações, mas possivelmente a duquesa tinha acertado. Seu filho lutava pelos que não<br />

tinham voz própria. E por alguma razão, convenceu-se a muito tempo de que não podia ser amado.<br />

Minnie estava tão perto de apaixonar-se por ele, que quase abriu a boca e o disse. Mas a luz nos<br />

olhos dele, o modo como a tinha observado quando lhe havia dito que isso seria plausível… tudo isso<br />

fazia com que resultasse cruel dizer-lhe antes que fosse ver<strong>da</strong>de.<br />

“Logo será ver<strong>da</strong>de”, pensou.<br />

Desde a traição de seu pai, havia-se questionado e se dito que ela tinha provocado o ocorrido por<br />

ambicionar muito. Por atrever-se a pensar que uma garota de doze anos podia desafiar a homens adultos e<br />

não ter que encarar consequências por isso.<br />

Mas possivelmente seu engano tinha sido não tentá-lo o suficiente.<br />

– Uma duquesa pode fazer muitas coisas que não pode fazer uma jovem <strong>da</strong>ma solteira – disse ele. –<br />

Talvez seja afortuna<strong>da</strong> comigo, Minnie.<br />

Ela pensou que no momento em que abrisse as asas seria o momento no qual se estatelaria contra o<br />

chão. Mas se não o tentava, não seria surpreendente que o chão se elevasse e a golpeasse.<br />

Levava muito tempo dizendo-se que era uma estupidez confiar muito. Mas talvez não o fosse. Não<br />

podia ver como seria seu futuro. Mas podia esperar amor e segurança e possivelmente, apenas<br />

possivelmente, não lhe negaria por tentar alcançá-lo com mãos trêmulas.<br />

– Céu santo! – exclamou com voz trêmula. – Acredito que vou.<br />

Robert soltou um suspiro de alívio.<br />

– Bem. Bem – a estreitou contra si com to<strong>da</strong>s suas forças. Baixou a cabeça e lhe sussurrou ao ouvido:<br />

– Espero ser bom na cama.

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