You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
CAPÍTULO 12<br />
NO DIA SEGUINTE, a Minnie não custou nenhum esforço manobrar para ter uma conversa priva<strong>da</strong><br />
com o Duque de Clermont. Depois de tudo, os pôsteres se colocavam melhor em duplas, e assim que<br />
estabeleceram isso, Lydia se pegou a Marybeth Peters e cruzaram a rua com os papéis e a massa de<br />
pregar na mão, deixando sozinhos Minnie e o duque.<br />
Ain<strong>da</strong> que não totalmente. Em primeiro lugar, estavam em um lugar público. E Lydia e Marybeth se<br />
achavam a pouca distância, na outra calça<strong>da</strong> de Haymarket. As pessoas passavam pelas ruas. Um homem<br />
vendia castanhas em uma esquina; uns moços tinham feito fogo no chão e o alimentavam com pe<strong>da</strong>ços de<br />
lixo.<br />
E Minnie não sabia o que dizer. O que se propunha ele? Tinha-lhe <strong>da</strong>do a carta, havia-lhe dito que a<br />
desejava e ela sentia ain<strong>da</strong> calafrios na coluna quando recor<strong>da</strong>va o olhar dele ao lhe dizer aquelas<br />
palavras. E depois tinha usado as palavras dela em um panfleto e escurecido assim a nuvem de suspeita<br />
que a envolvia.<br />
Em vez de tentar esclarecer tudo aquilo, entregou-lhe o recipiente com a massa de colar.<br />
– O que você sabe de trabalho manual?<br />
– Humm – lhe brilharam os olhos. – Tenho lido algo sobre isso. Percorri as fábricas que herdei de<br />
meu avô e falei com todos os operários que pude quando tive ocasião.<br />
– Mas nunca o fez.<br />
– Não… em reali<strong>da</strong>de, não.<br />
Minnie lhe entregou um bastão de madeira.<br />
– Parabéns – disse. – Está a ponto de rebaixar-se a novas profundi<strong>da</strong>des.<br />
– Estou desejando isso – ele, divertido, tomou a vasilha de cerâmica e a seguiu pela calça<strong>da</strong>. Ela se<br />
deteve na primeira esquina e segurou um folheto em alto.<br />
– O que faço? – perguntou ele.<br />
– Você põe a massa de gru<strong>da</strong>r no folheto e eu o prego na parede.<br />
– Simples assim? – destampou a jarra, molhou o bastão nele e aplicou desajeita<strong>da</strong>mente a substância<br />
branca no folheto que entregava Minnie.<br />
– Este é um grude muito sujo – ela se voltou, pregou o papel no tijolo e seguiu avançando.<br />
Acreditava que ele não se propôs a lhe causar problemas. Olhava-a como se não tivesse ocorrido<br />
na<strong>da</strong>. E para ele não tinha mu<strong>da</strong>do na<strong>da</strong>. Sorriram-se no trem e lhe havia dito que gostava dos seus<br />
amigos.<br />
Quando se voltou, pegou-o sorrindo. Seus sorrisos eram como relâmpagos na noite, rápidos e fugazes;<br />
iluminavam to<strong>da</strong> a paisagem por breves momentos e voltavam a dissipar-se. Minnie se lembrou que esses<br />
sorrisos podiam parecer bonitos, mas podiam deixar montões de escombros fumegantes na sua trilha