04.04.2017 Views

01 - A Guerra da Duquesa

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

– E você faria isso? – perguntou ela ao fim. – Renunciar a to<strong>da</strong> esperança com sua mãe pelo bem de<br />

seu irmão?<br />

– Meu pai… – a voz de Robert saiu rouca. Fechou os olhos. Era sua única oportuni<strong>da</strong>de de explicar a<br />

ela, embora Minnie não soubesse o que estava ouvindo.<br />

– Não – disse ela. – Não é necessário que respon<strong>da</strong>. Na balança estamos sopesando a humilhação de<br />

sua mãe contra o futuro de seu irmão. Seu irmão deve vir primeiro.<br />

Abraçou-o. A Robert queimava seu contato. Não o merecia. Não merecia a ela. Afastou-a, ficou de pé<br />

e se colocou uns passos mais à frente.<br />

– É mais que isso – explicou com suavi<strong>da</strong>de. – Não é somente que meu pai forçasse a sua mãe. Não é<br />

apenas que tentasse ignorá-la, que se negasse a reconhecer ao menino e que apenas lhe proporcionasse<br />

um apoio mínimo. Não é somente que meus atos o tenham levado a uma cela fedorenta – apertou os<br />

punhos. – Tentei escolher tudo o que meu pai não era. É por isso que não posso deixar meu irmão só<br />

nisto. Não posso me arriscar que o condenem e não ficarei sem fazer na<strong>da</strong> enquanto fique um pouco de<br />

fôlego para salvá-lo.<br />

Não, Robert – respondeu ela. – Claro que não o fará pôs uma mão na bochecha. – Tem muito que fazer<br />

para perder agora sua energia com remorsos. Faça o que deva fazer.<br />

Era difícil escapar de seus remorsos quando a olhava. E a aprovação tácita dela não fazia com que se<br />

sentisse melhor. Em certo sentido, o nó que sentia no estômago era ain<strong>da</strong> pior.<br />

Minnie lhe sorriu.<br />

– O que eu posso fazer para aju<strong>da</strong>r?<br />

Robert a olhou e quase lhe partiu o coração.<br />

– Pode te assegurar de que minha mãe esteja na sala no dia do julgamento – disse devagar. – Sente-se<br />

com ela e te certifique de que esteja ali enquanto eu fale.<br />

Porque se Minnie levava a sua mãe, também iria ela.<br />

Já não havia tempo para arrependimentos.<br />

Embora sentisse como estes lhe cravavam a pele como lascas silenciosas quando lhe sorriu.<br />

– Pode confiar em mim – lhe prometeu Minnie.<br />

Tinha-o conseguido. Tinha enganado a sua esposa.<br />

Robert VOLTOU Para A CELA DE SEU IRMÃO às dez horas <strong>da</strong> manhã seguinte. O dinheiro que tinha<br />

<strong>da</strong>do na noite interior ao carcereiro tinha começado a <strong>da</strong>r fruto. A metade superior <strong>da</strong> porta <strong>da</strong> cela<br />

estava aberta, embora atrás houvesse pesa<strong>da</strong>s barras de ferro. A cela tinha sido limpa e a Oliver tinham<br />

<strong>da</strong>do água para lavar-se.<br />

A cela seguia cheirando mal, mas ao menos já não <strong>da</strong>va vontade de vomitar.<br />

– Esta manhã falei com os advogados – anunciou Oliver corajoso. – Meus pais foram tomar o café <strong>da</strong><br />

manhã, mas voltarão logo.<br />

– Então não ficarei muito – disse Robert.<br />

Seu irmão o olhou confuso, mas ele não deu importância. Contou-lhe o que tinha descoberto a noite<br />

anterior sobre o testemunho de lorde Green em relação a entrevista sobre o livro de estratégias de

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!