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120 Convergencias mediáticas y nueva narrativa latinoamericana<br />

As novas narrativas da web: transmídia e participação da audiência<br />

O pesquisador Steven Johnson (2003, p.28) descreve o espaço urbano da sociedade moderna como uma complexidade<br />

organizada. Nas palavras do autor, a complexidade “em primeiro lugar [...], como uma complexidade<br />

sensorial, a cidade expandindo o sistema nervoso humano até seus extremos e, no processo, ensinando uma<br />

série de novos reflexos – abrindo caminho para uma série complementar de valores estéticos” (2003, p.28).<br />

Neste sentindo, Johnson (pp.28-29) explica que através desta complexidade onde a própria cidade ensina a<br />

sociedade, são criadas regras que auto-organizam a cidade, que então começa a tomar decisões com base<br />

nos padrões sociais que são criadas através da interação humana ocorrida dentro do espaço urbano. Johnson<br />

(2003, p.111) traz então seu conceito de complexidade para a web. O pesquisador associa o espaço urbano<br />

com o ambiente em rede ao dizer que “algumas dessas habilidades sociais auto-regulatórias se traduzem no<br />

ciberespaço- particularmente em um foro de discussão ou em uma troca de mensagens de correio eletrônico,<br />

onde os participantes têm tempo e espaço para expressar longamente suas ideias”.<br />

Nesta direção, a internet também começa a criar suas auto-organização com a criação de regras que os interagentes<br />

criaram para conviver dentro do ambiente em rede. “Junto com as mudanças nas ruas, a internet<br />

passou rapidamente de um meio de comunicação apático para um demos, um povo com cultura, valores e<br />

aspirações comuns. Tornou-se um espaço em que a história acontece, um espaço com o qual as pessoas identificam<br />

e até sentiam que vinham dele” (Assange, 2015, p.27, grifos do autor). A partir da reflexão de Assange,<br />

é possível inferir, então, que a internet na sociedade moderna tornou-se tão importante quanto a rede elétrica<br />

por sua capacidade de mudar a civilização e a cultura social, uma tecnologia que passa de entretenimento<br />

para essencial, além de desenvolver os processos comunicacionais antes destinados a tecnologias analógicas<br />

e de vias únicas, para um processo comunicacional com tecnologias digitais com várias vias possíveis para<br />

mandar e receber mensagens.<br />

A estrutura de um ambiente em rede, então, favorece o surgimento de produtores de conteúdo independentes,<br />

que não necessitam mais pertencerem a um veículo de comunicação. O pesquisador Yochai Benkler (2006,<br />

p.9) explica que ocorreu, com as tecnologias digitais, uma mudança na economia da informação, onde antes<br />

os donos dos meios de comunicação escolhiam o que seria publicado ou transmitido e agora existem várias<br />

plataformas alternativas de comunicação. É dentro deste contexto de mudança do modelo comunicacional e<br />

informacional, que possibilitou novas formas de produção de conteúdo.<br />

O pesquisador Henry Jenkins (2009, p.37) entende que o surgimento de novos canais de comunicação permitido<br />

pelas tecnologias digitais possui o fator de convergirem e se completarem. O autor chama este fenômeno<br />

de convergência de modos que permitem um conteúdo fluído em diferentes canais, assume formas<br />

distintas quando recebidas e são repassadas por canais diferentes (2009, p.37). Jenkins a partir de sua análise<br />

da convergência de modos, onde a informação agora pode ser transmitida e repassada por diversos canais<br />

diferentes, cria o conceito de Transmídia (2009, p.138). O pesquisador define a transmídia como “uma históra<br />

[..] desenrola-se através de múltiplas plataformas de mídia, com cada novo texto contribuindo de maneira<br />

distinta e valiosa para o todo” (2009, p.138).<br />

A narrativa transmídia com sua capacidade contar histórias através de diversos canais e enfoques diferente,<br />

descreve a natureza criativa do ambiente em rede. Clay Shirky (2011, p.54) descreve como as mídias digitais<br />

potencialização a criação de conteúdo na rede, e conclui que as mídias digitais “com suas perfeitas versões<br />

intercambiáveis e suas capacidades de conversação, com sua produção simétrica e seu baixo custo, fornece<br />

recursos para grande parte do comportamento generoso, social e criativo que presenciamos” (2011, p.54).<br />

Diante da afirmação de Shirky, onde as tecnologias digitais permitem um comportamento colaborativo na<br />

rede, os interagentes (ou usuários) se tornam, então, em consumidores e produtores de conteúdo. O futurista<br />

Alvin Toffler (2012, p.340-343) define o prossumidor “é um indivíduo que produz e consome coisas, não apenas<br />

conhecimento ou conteúdo, mas que produz sua própria ‘coisa’” (Antunes, 2015, p.112). É a partir de todo<br />

este cenário, de tecnologias digitais cada vez mais presente na sociedade onde a barreira de ciberespaço e

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