09.04.2017 Views

ACTAS

2oUssoJ

2oUssoJ

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

I Congreso Internacional de Periodismo 159<br />

para criar uma experiência unificada e coordenada de entretenimento.” Scolari, no entanto, lembra que outros<br />

autores utilizam termos como narrative media studies, transmedial narratology, cross media, multimodality,<br />

multiplataforma, enhanced storytelling, dentre outros (2009) para abordar as narrativas transmidiáticas. Neste<br />

estudo, que se ocupa de trazer o conceito ao campo do jornalismo e introduzir a noção de jornalismo transsocial-media,<br />

empregamos o termo transmídia entendendo-o, como referido acima, como modo narrativo<br />

(portanto associado aos estudos de storytelling) em que são exploradas mídias diferentes capazes de proporcionar<br />

contribuições únicas à interpretação de uma narrativa global, que atravessa inúmeras plataformas<br />

explorando o que de mais característico possuem (o texto e a imagem estática do impresso, o som do rádio,<br />

a interatividade breve e instantânea de uma rede social como o twitter, a emotividade áudio-imagética da<br />

televisão etc.) e de alguma forma dependentes da interação com o público, que se torna coautor das hitórias<br />

à medida em que define espontaneamente e de modo imprevisível seu percurso de leitura - os pontos de<br />

contato com a rede transmidiática.<br />

O transmídia ao qual chamamos a atenção neste momento, contudo, pode ser essencialmente social - e jornalístico.<br />

O jornalista transsocial-media aqui referido está sintonizado com o atual momento da internet, e<br />

não ignora que:<br />

1 - A internet é hoje tomada por redes sociais digitais em que a troca e disseminação de conteúdos segue<br />

lógica própria, independente do desejo das indústrias jornalísticas;<br />

2 - a tendência de crescimento da internet, expressa em diversos projetos de democratização digital ao<br />

redor do mundo, é irreversível e alavanca os acessos a redes sociais;<br />

3 - o acesso à rede por meio de plataformas móveis, como celulares, tablets, relógios e outros dispositivos,<br />

cresce exponencialmente à medida em que caem custos de hardware e de tráfego de dados em todo<br />

o planeta;<br />

4 - é preciso conhecer e saber explorar as diferenças e potencialidades das várias redes sociais disponíveis<br />

a qualquer momento na internet, como, hoje, Facebook, Twitter, Instagram, YouTube, Snapchat, WhatsApp,<br />

LinkedIn, Vine e outras, para criar verdadeiras narrativas transmidiáticas entrelaçadas nas redes.<br />

Toda essa nova conjuntura comunicacional produzirá, como é de se esperar, abalos profundos na relação do<br />

jornalista com o público, com outros jornalistas e consigo mesmo.<br />

Em “Hackear el Periodismo” (2011), o jornalista e pesquisador argentino Pablo Mancini afirma que, ainda que<br />

o público busque hoje a credibilidade do texto produzido por jornalistas, já não o acessa diretamente (por<br />

meio de jornais ou sites de grupos de comunicação, por exemplo). O texto noticioso cada vez mais circula em<br />

espaços completamente alheios ao domínio do jornalista, como as redes sociais.<br />

Considerações Finais<br />

Nada caracteriza melhor os tempos atuais do que a ubiquidade das redes sociais na internet e os cruzamentos<br />

possíveis entre elas. Pessoas, espaços e tecnologias estão o tempo todo hiperconectados. O conhecimento é<br />

individual, mas também coletivo, cruzado e compartilhado. Hoje não se deve falar mais em online e off-line,<br />

já que todos estão conectados o tempo inteiro, comportamento facilitado, acima de tudo, pelo uso de dispositivos<br />

móveis com ligação à internet.<br />

Nos grandes jornais paulistanos, as matérias e reportagens que mais repercutem não são mais as das manchetes<br />

das homepages cuidadosamente elaboradas por competentes gatekeepers. São as notícias veiculadas<br />

em redes sociais as que alcançam maior audiência – descobertas por leitores, indicadas por leitores, postas<br />

em circulação por leitores e, frequentemente, expandidas por leitores – que, agora, se tornam crescentemente<br />

usuários de notícias. Naturalmente se poderá afirmar que isso sempre foi assim, desde que existem jornais,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!