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96 Convergencias mediáticas y nueva narrativa latinoamericana<br />

histórias que produzem sentidos contém sua própria singularidade.<br />

O jornalismo é um conhecimento do mundo que não tem base na universalidade, mas na singularidade, e<br />

também é uma forma social de conhecimento – mas não de um conhecimento qualquer, é um conhecimento<br />

cristalizado no singular. Ao propor a singularidade como uma teoria do jornalismo, Adelmo Genro Filho (1987,<br />

p. 90) sugere que o jornalismo é uma forma social de conhecimento diferenciado da ciência e da arte: não<br />

pretende que os fatos narrados tenham caráter de verdade universal nem que sejam repetidos para se tornar<br />

verdade científica.<br />

Segundo Medina (2006, p. 84), não há uma verdade absoluta no universo simbólico, mas um processo de<br />

conflito de verdades: “A máxima conservadora do marketing jornalístico – a busca imparcial da verdade – cai<br />

por terra nessa consciência profissional. Ao agente da cultura chamado jornalista cabe produzir narrativas<br />

atravessadas por contradições, embates de visão do mundo, incertezas, interrogações”.<br />

Para concluir, vamos retomar uma reflexão já desenvolvida em artigo anterior sobre o papel dos correspondentes<br />

internacionais: em todos os tempos, atravessando a história, as narrativas jornalísticas registraram a<br />

singularidade do mundo pelo olhar dos jornalistas. Para Robert Fisk (2005, p. 26), os jornalistas são as primeiras<br />

testemunhas imparciais da História. “Se há alguma razão de nossa existência, no mínimo deveria ser nossa<br />

capacidade de informar sobre a História à medida que vai acontecendo, de modo que ninguém possa dizer:<br />

Não sabíamos, ninguém nos disse nada”.<br />

Bibliografia<br />

Adghirni, S. (2012). Certa manhã em Teerã. Ahmadinejad e seus guindastes da morte. Folha de S.Paulo, Ilustríssima, 6.<br />

Adghirni, Z. L. (2013a). A pluralidade do mundo na visão singular do correspondente internacional. Intexto, 28, 32-52.<br />

Adghirni, Z. L. (2013b). O jornalista sênior nas empresas de mídia. Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo,<br />

11., Brasília, Brasil.<br />

Adghirni, Z. L. & Ruellan, D. (2010). O jornalismo como invenção permanente: novas práticas, novos atores. Comunicação:<br />

Veredas, 8, 207-222.<br />

Arendt, H. (1999). Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal. São Paulo: Companhia das Letras.<br />

Fisk, R. (2005). A grande guerra pela civilização: a conquista do Oriente Médio. São Paulo: Planeta.<br />

Genro Filho, A. O segredo da pirâmide: para uma teoria marxista do jornalismo. Porto Alegre: Tchê, 1987.<br />

Kapuscinski, R. (2003). Los cinco sentidos del periodista. México, D.F.: Fundación Nuevo Periodismo Iberoamericano,<br />

Fondo de Cultura Económica.<br />

Medina, C. (2008a). Ciência e jornalismo: da herança positivista ao diálogo dos afetos. São Paulo: Summus.<br />

Medina, C. (2008b). Entrevista, o diálogo possível. São Paulo: Ática.<br />

Medina, C. (2006). O signo da relação: comunicação e pedagogia dos afetos. São Paulo: Paulus.<br />

Medina, C. (1982). Profissão jornalista: responsabilidade social. Rio de Janeiro: Forense Universitária.<br />

Netto, A. (2012). O silêncio contra Muamar Kadafi. São Paulo: Companhia das Letras.<br />

Pereira, F. H. (2004). O jornalista sentado e a produção da notícia on-line no Correio Web. Em Questão, 10 (1), 95-108.<br />

Trevisan, C. (2006). China, o renascimento do império. São Paulo: Planeta.

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