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158 Convergencias mediáticas y nueva narrativa latinoamericana<br />

que conheça suas regras, fronteiras e possibilidades, para deste modo obter e disseminar informações, para<br />

se relacionar com fontes, colegas, instituições, marcas e o público em geral, é igualmente imprescindível que<br />

conheça, frequente e, idealmente, domine estas redes sociais.<br />

A compilação de estatísticas da consultoria We Are Social 140 com base em fontes como o Internet World Stats,<br />

Facebook e US Census Bureau mostra que, enquanto a penetração da internet do Brasil atinge 49% da população<br />

(mesmo percentual encontrado pelo IBGE), o acesso a redes sociais é rotina para 43% dos cidadãos. Em<br />

outras palavras, nada menos do que 98% dos utilizadores de internet do Brasil têm ao menos um perfil em<br />

redes sociais como o Facebook, e 72% deles acessaram uma rede social ao menos uma vez no mês anterior à<br />

pesquisa - ou seja, mantêm perfis ativos, e não avatares-fantasma. O interesse do brasileiro por redes sociais<br />

é digno de nota: os usuários nacionais passam, em média, 3h08min diários conectados a alguma rede.<br />

Tendo em vista esse cenário, que é realidade não só no Brasil, mas no mundo inteiro, a extrapolação é plausível:<br />

quem está na internet, está também nas redes sociais e informa-se ao acessá-las.<br />

Paralelamente a esse fenômeno, de aumento das conexões e de acessos às redes sociais, que hoje parece<br />

inexorável, outras transformações ocorrem paralelamente com grande intensidade e potencial de disrupção<br />

na maneira como encaramos a distribuição e consumo de informação (jornalismo incluído) no mundo:<br />

1. A internet das coisas - ou seja, a tendência de surgimento de cada vez mais e melhores aparelhos<br />

inteligentes, conectados à internet, tema no qual este artigo não pretende se aprofundar;<br />

2. a explosão de acessos à internet por meio de dispositivos móveis.<br />

No caso brasileiro, embora a maior parte da população ainda use o computador para realizar o acesso à<br />

rede, esse cenário vem mudando rapidamente, favorecendo as conexões via dispositivos móveis, em especial<br />

smartphones. Em alguns Estados, o acesso feito exclusivamente por celular ou tablet supera o feito via computadores,<br />

como em Sergipe, Pará, Roraima, Amapá e Amazonas, segundo o IBGE 141 .<br />

Atualmente, o Brasil possui mais linhas de celular ativas do que habitantes, numa surpreendente proporção de<br />

134% (268 milhões de linhas ativas para 201 milhões de habitantes).<br />

Esse avanço e popularização de instrumentos tecnológicos, aliado às transformações sociais e culturais no<br />

país na contemporaneidade, impõe, forçosamente, mudanças no campo jornalístico, em que tecnologia e<br />

sociedade confluem para modificar o modo de produzir, consumir e distribuir notícias. O jornalista multimídia,<br />

tão celebrado e discutido no final dos anos 1990, até o início do novo século, logo cedeu espaço ao jornalista<br />

hipermídia, conhecedor da lógica do meio digital e capaz de explorar a linguagem dos links e hipertextos para<br />

ampliar ad infinitum a experiência de leitura.<br />

No início do novo século, contudo, ganhou força a demanda por um jornalista crossmedia e, posteriormente,<br />

transmídia - ou seja, capaz de articular os recursos únicos de variadas mídias de modo a proporcionar uma<br />

experiência informativa rica, variada e única, sem remeter vários canais a um só, como ocorre nas reportagens<br />

multimídia hospedadas em sites de internet, e tampouco sem aplicar desastrosamente a linguagem de uma<br />

mídia a outra - contraexemplos clássicos são as primeiras transmissões de TV, que registravam apresentações<br />

em teatros (teleteatros), sem aproveitar os potenciais da nova linguagem, e também o primeiro estágio de<br />

migração dos jornais impressos para a internet, quando apenas acontecia a reprodução digital da edição impressa,<br />

frequentemente no formato estático de um arquivo eletrônico tipo PDF.<br />

A definição de transmídia não é pacífica entre estudiosos. Para Jenkins (2006), considerado pioneiro no emprego<br />

do termo (porém no contexto do entretenimento e da publicidade), transmídia é um “processo onde<br />

os elementos integrais da ficção são sistematicamente dispersos através de múltiplos canais de distribuição<br />

140 http://wearesocial.net/blog/2014/01/social-digital-mobile-worldwide-2014/. Acesso em 21 de julho de 2015.<br />

141 Mais sobre o tema pode ser encontrado em http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/04/150429_divulgacao_pnad_ibge_lgb. Acesso em<br />

22/07/2015.

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