ACTAS

I Congreso Internacional de Periodismo 125
mação ainda é constante no site e é maximizada pelos algoritmos de personificação de conteúdo, que fornece
uma imensa quantidade de informação para o interagente, e por este acreditar que toda aquela informação é
verdadeira, a toma como conhecimento a ser absorvido e seguido.
A influência que os YouTubers possuem hoje na disseminação de informação é uma realidade. Possuem grande
audiência, milhões de seguidores, e alguns mesmo os tratam como verdadeiros ídolos, exemplos a serem
seguidos. Colocam o YouTuber em um patamar de celebridade, onde até mesmo já aparecem em programas
de televisão, escrevem livros, participam de eventos diversos. Possuem, em muitos casos, mais audiência que
grandes jornais impressos, de revistas e de emissoras de rádio de TV. O YouTuber não é mais apenas um anônimo,
eles já fazem parte da grande mídia devido a abrangência de público que possuem, e a influência que
fazem, principalmente nos jovens, tem de ser tratada com mais responsabilidade por parte dos YouTubers. Por
mais que a mídia tradicional tenha seus equívocos e interesses comerciais, ainda possui alguns parâmetros
para a produção de mensagens, como por exemplo evitam o discurso de ódio, imagens preconceituosas,
entre outros fatores. O YouTube, então, ainda carece de formas responsáveis de transmissão de informação,
tendo como consequência a desinformação.
Há ainda o fato de que os próprios YouTubers ainda não se consideram uma mídia de massa e responsável.
Tratam seus canais como veículos nos quais podem fazer e falar o que quiserem, sem se importarem com as
consequências de seus atos. Esta liberdade, em boa parte dos casos, gera conteúdos criativos e que praticam
com perfeição a narrativa transmídia, mas também podem gerar consequências desastrosas, como aconteceu
no caso da crise política brasileira. No decorrer da crise, que ainda acontece, a desinformação foi e continua
constante, com os usuários sendo bombardeados com informações noticiadas e opinadas pelos YouTubers
sem qualquer filtro se aquela informação tem veracidade.
Aliado a isso há também os algoritmos de personalização, que cria as bolhas de conhecimento que ao invés
dos YouTubers as romperem, as trazer conteúdo diversificado aos seus canais, continuam a alimentar a bolha
com a produção de conteúdo linear, uma vez que a diversificação de conteúdo pode gerar diminuição na
audiência de seus canais, o que também acarretaria na perda de dinheiro. Pois a lógica do YouTube é: quando
mais visualizações tem um vídeo, mais renda para o produtor de conteúdo.
Portanto, os YouTubers precisam tomar consciência da influência que possuem na sociedade moderna. Suas
opiniões trazem consequências para a sociedade e influenciam toda uma geração de jovens que os idolatram.
Referência bibliográficas
Antunes, B. C. D. (2015). O uso das tecnologias da informação na liberação de dados na rede: o caso Wikileaks. Saarbrücken,
Alemanha: Novas Edições Acadêmicas.
Assange, J. (2015). Quando o Google encontrou o WikiLeaks. São Paulo, Brasil: Boitempo.
Burgess, J., Green, J. (2009). YouTube e a revolução digital. Como o maior fenômeno da cultura participativa transformou
a mídia e a sociedade. Acesso em: http://www.editoraaleph.com.br/site/media/catalog/product/f/i/file_32.pdf.
Carpanez, J. (2016). A nova bolha. Uol. Acesso em: http://tab.uol.com.br/nova-bolha/
Jenkins, H. (2009). A cultura da convergência. São Paulo, Brasil: Aleph.
Johnson, S. (2003). Emergência: vida integrada de formigas, cérebros, cidades e softwares. Rio de Janeiro, Brasil: Zahar.
Motta, B. S., Bittencout, M., Viana, P. M. F. (2014). A influência de YouTubers no processo de decisão dos espectadores:
uma análise no segmento beleza, games e ideologia. Revista da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação
em Comunicação.V.17, n. 3. Acesso em: http://www.compos.org.br/seer/index.php/e-compos/article/viewFile/1013/794
Murray, J. H. (2003). Hamlet no holodeck: o futuro da narrativa no ciberespaço. São Paulo, Brasil: Editora Unesp.
Shirky, C. (2011). A cultura da participação. Rio de Janeiro, Brasil: Zahar.
Silva, P. D. d (2014). As remisturas satíricas no YouTube: criatividade e subversão nas lutas de poder simbólico e cultural.
Estudos em Comunicação, nª 15, 41-60. Acesso em: http://repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/3754/1/PDS_satiras_YouTubeESTCOM.pdf