17.04.2013 Views

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

8.216/1991.<br />

Consoante disposição contida no § 7º do artigo 53 da Lei nº 11.784/2008, a aludida gratificação substitui para todos os<br />

efeitos a indenização de campo prevista no artigo 16 da Lei nº 8.216/1991, pelo que não se admite a percepção d<strong>es</strong>ta nos<br />

m<strong>es</strong>mos m<strong>es</strong><strong>es</strong> em que a GACEN é devida.<br />

Consigne-se, conquanto não autorizada expr<strong>es</strong>samente a compensação, na <strong>es</strong>pécie, não cabe invocar o princípio da<br />

legalidade abs<strong>tr</strong>atamente, sendo certo que a percepção simultânea da Gratificação de Atividade de Combate e Con<strong>tr</strong>ole de<br />

Endemias – GACEN e indenização de campo não se coaduna com a ordem constitucional vigente, a razoabilidade e a<br />

moralidade, da qual se ex<strong>tr</strong>ai como corolário cardeal da atuação adminis<strong>tr</strong>ativa.<br />

No julgamento do Mandado de Segurança n. 25.641-DF, o STF evoluiu a sua jurisprudência no que refere à r<strong>es</strong>tituição de<br />

quantias recebidas de boa-fé por servidor público. Com efeito, no aludido julgamento, o STF afirmou que a r<strong>es</strong>tituição<br />

torna-se d<strong>es</strong>nec<strong>es</strong>sária quando concomitant<strong>es</strong> os seguint<strong>es</strong> requisitos: i) pr<strong>es</strong>ença de boa-fé do servidor; ii) ausência, por<br />

parte do servidor, de influência ou interferência para a conc<strong>es</strong>são da vantagem impugnada; iii) existência de dúvida<br />

plausível sobre a interpretação, validade ou incidência da norma infringida, no momento da edição do ato que autorizou o<br />

pagamento da vantagem impugnada; iv) interpretação razoável, embora errônea, da lei pela Adminis<strong>tr</strong>ação. (MS n. 25.641,<br />

Rel. Min. Eros Grau. Plenário, 22.11.2007). No caso dos autos, não <strong>es</strong>tão pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> os requisitos iii e iv acima indicados.<br />

N<strong>es</strong>sa ordem de idéias, justifica-se a intervenção adminis<strong>tr</strong>ativa, no sentido da compensação, na medida em que<br />

nec<strong>es</strong>sária para o suprimento de sua finalidade, a fim de evitar locupletamento indevido em d<strong>es</strong>favor dos cofr<strong>es</strong> públicos.<br />

Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.<br />

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.<br />

Sem custas, nos termos da Lei. Sem condenação em honorários advocatícios, ante o deferimento do benefício da<br />

assistência judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

ASSINADO ELETRONICAMENTE<br />

Pablo Coelho Charl<strong>es</strong> Gom<strong>es</strong><br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

83 - 0005822-71.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005822-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ANTONIO JOSE SILVA<br />

(ADVOGADO: HELTON TEIXEIRA RAMOS, DÁRIO DELGADO, ROGERIO SIMOES ALVES.) x INSTITUTO NACIONAL<br />

DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA BRAVIN BASSETTO.).<br />

1ª Turma Recursal - 2. Juiz Relator<br />

PROCESSO: 0005822-71.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.005822-7/01)<br />

V O T O<br />

Trata-se de recurso inominado, interposto por ANTONIO JOSÉ SILVA, em face da sentença de fls. 186/187<br />

(complementada pela decisão de fl. 196) que extinguiu o proc<strong>es</strong>so sem r<strong>es</strong>olução do mérito com base no art. 51, III da Lei<br />

nº 9.099/95. Entendeu o magis<strong>tr</strong>ado a quo que o Juizado é absolutamente incompetente para apreciar pedidos cuja causa<br />

de pedir <strong>es</strong>teja relacionada a acident<strong>es</strong> de <strong>tr</strong>abalho. Sustentou, ainda, <strong>es</strong>tar d<strong>es</strong>cartada a rem<strong>es</strong>sa dos autos para o órgão<br />

jurisdicional competente (Vara de Acident<strong>es</strong> do Trabalho da Comarca da Capital) em virtude da aplicação do Enunciado 24<br />

do FONAJEF que assim dispõe: “Reconhecida a incompetência do JEF é cabível a extinção do proc<strong>es</strong>so, sem julgamento<br />

de mérito, nos termos do art. 1º da Lei nº 10.259/01 e do art. 51, III da Lei nº 9.099/95”.<br />

Sustenta o recorrente que a <strong>Justiça</strong> Estadual, a<strong>tr</strong>avés do magis<strong>tr</strong>ado a quo e do Tribunal de <strong>Justiça</strong>, afastou a competência<br />

da vara acidentária por não haver nexo de causalidade en<strong>tr</strong>e a hérnia discal e o acidente de <strong>tr</strong>abalho que o vitimou.<br />

R<strong>es</strong>salta que a doença que o acomete é de natureza degenerativa e que se manif<strong>es</strong>ta com o decorrer do tempo, conclusão<br />

a que chegou o próprio perito judicial. Concluiu alegando que o acidente de <strong>tr</strong>abalho ocorrido em 2002 apenas d<strong>es</strong>encadeou<br />

a referida doença, contudo, tal patologia preexistia àquele fatídico momento. Aduz que diante do <strong>tr</strong>ânsito em julgado do<br />

acórdão que julgou a ação acidentária <strong>es</strong>tá impossibilitado de requerer o benefício de aposentadoria por invalidez junto à<br />

<strong>Justiça</strong> Estadual.<br />

No mérito, afirma o autor-recorrente que <strong>es</strong>tá incapacitado para sua atividade habitual de armazenista e empilhadeirista de<br />

forma total e definitiva, motivo pelo qual faz jus à conversão do benefício de auxílio-doença em aposentadoria por invalidez.<br />

O INSS, em con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>, aduz apenas que não cabe recurso de sentença terminativa, razão pela qual requer seja negado<br />

seguimento ao recurso.<br />

É o relatório do nec<strong>es</strong>sário. Passo a votar.<br />

Para o recebimento da aposentadoria por invalidez, mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditados

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!