17.04.2013 Views

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

da vantagem no ano de 2001. 4. Ao alterar a forma de cálculo da URP no SIAPE, tomando por base o valor da parcela em<br />

junho/2006, a atuação da Adminis<strong>tr</strong>ação significou mero cumprimento do princípio da legalidade, bem como não atingiu<br />

qualquer garantia constitucional ou legal dos servidor<strong>es</strong> substituídos. (AC 200671010051540, MARGA INGE BARTH<br />

TESSLER, TRF4 - QUARTA TURMA, D.E. 22/03/2010.)<br />

7. O Recurso da UFES merece ser provido. Com efeito, no que refere à r<strong>es</strong>tituição de valor<strong>es</strong> pagos indevidamente a<br />

servidor<strong>es</strong> públicos, o STF acr<strong>es</strong>centou ou<strong>tr</strong>os requisitos além da boa fé para que a reposição ao erário não seja<br />

obrigatória. O TRF da 2ª Região, analisando caso idêntico ao que ora me deparo, reputou válida a nec<strong>es</strong>sidade de<br />

reposição ao erário, visto que inexistia dúvida plausível sobre a interpretação, validade ou incidência da norma infringida, no<br />

momento da edição do ato que autorizou o pagamento do valor impugnado. Eis o teor da ementa:<br />

REMESSA NECESSÁRIA E APELAÇÃO. DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO APOSENTADO.<br />

VANTAGEM DO ART. 192, LEI 8.112/90. MANUTENÇÃO DA FORMA DO CÁCULO COM BASE NA REMUNERAÇÃO DE<br />

PROFESSOR TITULAR. AUSÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO A REGIME JURÍDICO. REPOSIÇÃO AO ERÁRIO. BOA FÉ<br />

INSUFICIENTE. PROVI MENTO. 1. Trata-se de rem<strong>es</strong>sa nec<strong>es</strong>sária e apelação interposta con<strong>tr</strong>a sentença que concedeu a<br />

segurança pleiteada pelos impe<strong>tr</strong>ant<strong>es</strong>. Est<strong>es</strong>, servidor<strong>es</strong> públicos aposentados, pretendiam a manutenção do pagamento<br />

da vantagem prevista no art. 192, da Lei nº 8.112/90, com base na diferença de remuneração en<strong>tr</strong>e as class<strong>es</strong> de prof<strong>es</strong>sor<br />

adjunto e titular, abs<strong>tr</strong>aindo-se a nova classe de prof<strong>es</strong>sor associado instituída pela Lei nº 11.344/2006, bem como que seja<br />

sustado qualquer d<strong>es</strong>conto de seus proventos, a título de reposição ao erário. 2. Os apelados pretendem, em verdade, a<br />

manutenção da forma de cálculo de seus proventos, ou seja, que continuem sendo calculados com base na remuneração<br />

percebida pelo prof<strong>es</strong>sor titular, que era, à época de suas aposentadorias, a classe imediatamente superior àquela em que<br />

se encon<strong>tr</strong>avam posicionados. 3. Tal pretensão encon<strong>tr</strong>a óbice no princípio de que o servidor não possui direito adquirido a<br />

regime jurídico, sendo-lhe garantido, tão somente, a irredutibilidade de seus vencimentos. Sendo assim, diante da<br />

modificação in<strong>tr</strong>oduzida pela MP nº 295/06, correta a Adminis<strong>tr</strong>ação ao adequar a situação dos apelados à novel legislação,<br />

diante do princípio da legalidade. 4. Não há re<strong>tr</strong>oatividade da lei, ou afronta ao princípio da segurança jurídica. As<br />

aposentadorias dos apelados não foram abaladas, nem seus proventos. Modificou-se apenas a base de cálculo,<br />

adotando-se como parâme<strong>tr</strong>o o novo cargo criado pela MP acima referida. 5. A hipót<strong>es</strong>e não comportava instauração de<br />

procedimento adminis<strong>tr</strong>ativo, eis que se revelava evidente e claro o equívoco no cálculo dos proventos dos apelados.<br />

Assim, <strong>tr</strong>atava-se apenas de verificar a correção (objetiva) dos valor<strong>es</strong> a partir dos referenciais normativos aplicáveis à<br />

<strong>es</strong>pécie. 6. O Supremo Tribunal <strong>Federal</strong> acr<strong>es</strong>centou ou<strong>tr</strong>os requisitos além da boa fé para que a reposição ao erário não<br />

seja obrigatória, in verbis: “ii] ausência, por parte do servidor, de influência ou interferência para a conc<strong>es</strong>são da vantagem<br />

impugnada; iii] existência de dúvida plausível sobre a interpretação, validade ou incidência da norma infringida, no momento<br />

da edição do ato que autorizou o pagamento da vantagem impugnada; iv] interpretação razoável, embora errônea, da lei<br />

pela Adminis<strong>tr</strong>ação." 7. No caso em tela, ainda que haja boa-fé dos apelados, falta-lh<strong>es</strong> o terceiro requisito acima elencado,<br />

qual seja, existência de dúvida plausível sobre a interpretação, validade ou incidência da norma infringida, no momento da<br />

edição do ato que autorizou o pagamento do valor impugnado. O que ocorreu foi mero equívoco da Adminis<strong>tr</strong>ação, ou seja,<br />

o ato adminis<strong>tr</strong>ativo era inválido e, com tal, passível de anulação. 8. Rem<strong>es</strong>sa nec<strong>es</strong>sária e apelação providas.<br />

Proc<strong>es</strong>so AMS 200650010121260. AMS - APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA – 72678. Relator D<strong>es</strong>embargador<br />

<strong>Federal</strong> GUILHERME CALMON NOGUEIRA DA GAMA Sigla do órgão TRF2 Órgão julgador SEXTA TURMA<br />

ESPECIALIZADA Fonte E-DJF2R - Data::03/12/2010 - Página::243/244)<br />

8. Den<strong>tr</strong>o do contexto acima exposto, reputo válido o procedimento adotado pela UFES, no sentido de apurar os valor<strong>es</strong><br />

pagos a maior e efetivar os correlatos d<strong>es</strong>contos nos vencimentos das autoras.<br />

9. Recurso das autoras conhecido e improvido. Recurso da UFES conhecido e provido, determinando-se a reforma na<br />

sentença no que refere à determinação de que a UFES proced<strong>es</strong>se à r<strong>es</strong>tituição de valor<strong>es</strong> eventualmente d<strong>es</strong>contados e<br />

se abstiv<strong>es</strong>se de proceder a d<strong>es</strong>contos de valor<strong>es</strong> pagos a maior. Por conseqüência, revoga-se a antecipação de tutela e<br />

julga-se improcedente o pedido.<br />

10. Custas ex lege. Condenação de cada autora ao pagamento de R$ 200,00 (duzentos reais) a título de honorários<br />

advocatícios.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO DAS AUTORAS, bem como<br />

CONHECER E DAR PROVIMENTO AO RECURSO DA UFES, na forma da ementa constante dos autos, que passa a<br />

integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIA<br />

NOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS<br />

14 - 0002611-27.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.002611-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) JOELMA DA SILVA MIRANDA<br />

(ADVOGADO: LUCÉLIA GONÇALVES DE REZENDE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

(PROCDOR: TELMA SUELI FEITOSA DE FREITAS.).

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!