17.04.2013 Views

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Não foram apr<strong>es</strong>entadas con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>.<br />

A r<strong>es</strong>peito, preceitua o artigo 59, caput, da Lei nº. 8.213/1991, que o auxílio-doença será devido ao segurado que, tendo<br />

cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu <strong>tr</strong>abalho ou para a sua atividade<br />

habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. E o art. 42 da precitada Lei que a aposentadoria por invalidez, uma vez<br />

cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, <strong>es</strong>tando ou não em gozo de auxílio-doença,<br />

for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e<br />

ser-lhe-á paga enquanto permanecer n<strong>es</strong>ta condição.<br />

D<strong>es</strong>nec<strong>es</strong>sária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade laborativa do<br />

recorrente.<br />

Consoante análise pericial do Juízo (fls. 26-29), realizada por <strong>es</strong>pecialista na área de ortopedia, o recorrente (56 anos) foi<br />

examinado e diagnosticado com sequela de poliomielite em membro inferior direito (qu<strong>es</strong>ito nº 01), patologia de origem<br />

infecciosa que, en<strong>tr</strong>etanto, não o incapacita para sua atividade habitual de contador (qu<strong>es</strong>itos nº 07, 08 e 09). Em suas<br />

conclusõ<strong>es</strong> de fl. 28, consignou o perito que, em relação ao acidente vascular cerebral (AVC) não foi verificada sequela.<br />

At<strong>es</strong>tou que o autor tem boa mobilidade dos membros superior e inferior sem alteraçõ<strong>es</strong> neurológicas ou de força.<br />

Informou, ainda, que o periciado pode ter apr<strong>es</strong>entado ataque isquêmico <strong>tr</strong>ansitório que recuperou sem sequelas. Por fim,<br />

asseverou que o recorrente encon<strong>tr</strong>a-se totalmente apto para o labor habitual, uma vez que realiza sua atividade sentado e<br />

sem <strong>es</strong>forço físico.<br />

Por certo, o juiz não <strong>es</strong>tá ads<strong>tr</strong>ito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com ou<strong>tr</strong>os elementos ou fatos<br />

provados nos autos. E, em seu art. 437, a lei proc<strong>es</strong>sual não exige, mas, simpl<strong>es</strong>mente, a<strong>tr</strong>ibui ao juiz o poder de<br />

determinar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente <strong>es</strong>clarecida. No caso em apreço,<br />

após análise das provas, e com base no livre convencimento motivado, <strong>es</strong>te Juízo entende que o material probatório<br />

acostado não se mos<strong>tr</strong>a suficiente para afastar a conclusão da perícia judicial.<br />

N<strong>es</strong>sa seara, não se deve d<strong>es</strong>curar que “o médico assistente diagnostica e <strong>tr</strong>ata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos<br />

fatos narrados pelo paciente, mas acreditar (<strong>es</strong>ta é a base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e<br />

propondo o <strong>tr</strong>atamento que considere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa<br />

de doença incapacitante é verdadeira. Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da<br />

existência da incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho.” (Recurso nº 0000018-16.2011.4.02.5053/01, julgado na s<strong>es</strong>são de 14.12.2011<br />

por <strong>es</strong>ta Turma Recursal, de relatoria do Juiz <strong>Federal</strong> Rogério Moreira Alv<strong>es</strong>).<br />

Ademais, importa d<strong>es</strong>tacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo<br />

médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a r<strong>es</strong>peito da plena<br />

capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.<br />

Por derradeiro, cabe r<strong>es</strong>saltar que a dor não pode ser cientificamente comprovada, motivo pelo qual, em casos como <strong>es</strong>te,<br />

a incapacidade pode ser avaliada com base em regra de pr<strong>es</strong>unção. En<strong>tr</strong>etanto, inexistem elementos de prova nos autos<br />

dos quais se possa inferir a severidade do quadro clínico at<strong>es</strong>tado.<br />

Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.<br />

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.<br />

Sem condenação em custas e honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento da Gratuidade de <strong>Justiça</strong> à fl. 18, na<br />

forma do art. 12 da Lei nº. 1.060/1950.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementa<br />

que fica fazendo parte integrante do julgado.<br />

Boaventura João Andrade<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

Assinado ele<strong>tr</strong>onicamente<br />

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIA<br />

NOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS<br />

13 - 0004009-98.2007.4.02.5001/01 (2007.50.01.004009-4/01) UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO - UFES<br />

(PROCDOR: HELEN FREITAS DE SOUZA JUDICE.) x MARIA IGNEZ PFISTER (ADVOGADO: MILA VALLADO FRAGA,<br />

JERIZE TERCIANO ALMEIDA.) x LAURA DA SILVA FERREIRA x OS MESMOS.<br />

E M E N T A<br />

ADMINISTRATIVO – SERVIDOR PÚBLICO – REESTRUTURAÇÃO DA CARREIRA DE MAGISTÉRIO – INSERÇÃO DE<br />

NOVA CLASSE – AUSÊNCIA DE DECRÉSCIMO REMUNERATÓRIO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO DA UFES<br />

CONHECIDO E PROVIDO. RECURSO DAS AUTORAS CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

1. Trata-se de recursos inominados, interpostos por LAURA DA SILVA FERREIRA, MARIA IGNÊZ PFISTER e

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!