boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal
boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal
boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
subscrito pelo perito médico judicial (fls. 33/35). É importante, portanto, atentar ao Enunciado nº 08 da Turma Recursal do<br />
Espírito Santo: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em<br />
princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a r<strong>es</strong>peito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o<br />
particular”. Ao constatar isso, privilegia-se, em virtude de sua natureza, o laudo médico do perito judicial, que possui caráter<br />
imparcial e busca a verdade material acerca da condição do paciente, em de<strong>tr</strong>imento do laudo particular, que,<br />
costumeiramente, vem carregado de parcialidade, proveniente da relação contínua en<strong>tr</strong>e médico e paciente.<br />
6. Assim, conforme expôs o laudo pericial, não havendo incapacidade, requisito <strong>es</strong>sencial para a conc<strong>es</strong>são do benefício<br />
previdenciário, não merecem guarida os argumentos expostos no pleito recursal.<br />
7. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.<br />
8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistência<br />
judiciária gratuita.<br />
A C Ó R D Ã O<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />
Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />
constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
ASSINADO ELETRONICAMENTE<br />
Pablo Coelho Charl<strong>es</strong> Gom<strong>es</strong><br />
Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />
89 - 0006528-88.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006528-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) SILENI SIQUEIRA<br />
NASCIENTO KRUGER (ADVOGADO: CARLOS ALBERTO AMORIM DE ASSIS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO<br />
SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).<br />
PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO<br />
1ª Turma Recursal - 2. Juiz Relator<br />
PROCESSO: 0006528-88.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.006528-8/01)<br />
E M E N T A<br />
PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL –<br />
PREVALÊNCIA SOBRE LAUDO PARTICULAR – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />
1. Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fl. 66, que julgou improcedente o<br />
seu pedido de r<strong>es</strong>tabelecimento do benefício de auxílio-doença. Alega a recorrente, Sileni Siqueira Nascimento Kruger (45<br />
anos de idade), em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que não consegue ficar sentada por muito tempo, pois é portadora de hérnia<br />
discal, além de possuir dormência nas pernas, inchaços nos pés e dor<strong>es</strong> nos punhos. Alega, ainda, que o INSS indeferiu<br />
todos os seus pedidos de r<strong>es</strong>tabelecimento do benefício de auxílio-doença, não r<strong>es</strong>tando ou<strong>tr</strong>a alternativa senão retornar ao<br />
<strong>tr</strong>abalho. Assim, requer a reforma da sentença. O INSS apr<strong>es</strong>entou con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>, pugnando pela manutenção da<br />
sentença.<br />
2. O auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei nº 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for o<br />
caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu <strong>tr</strong>abalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15<br />
(quinze) dias consecutivos.<br />
3. A parte autora recebeu o benefício de auxílio-doença en<strong>tr</strong>e 28/05/2009 e 02/12/2009 (fl. 65). Requereu a sua prorrogação<br />
em 25/11/2009 e a sua reconsideração em 29/01/2010 (fls. 18/19), tendo seus pedidos indeferidos sob o argumento de que<br />
não foi constatada, em exame realizado pela perícia médica do INSS, incapacidade para o seu <strong>tr</strong>abalho ou para a sua<br />
atividade habitual. Realizou um novo pedido de auxílio-doença em 28/09/2010 (fl. 17), também indeferido.<br />
4. Ao se analisar o conjunto probatório pr<strong>es</strong>ente nos autos, verifica-se, mediante perícia médica judicial (fls. 58/59), que o<br />
perito não constatou nenhuma doença, l<strong>es</strong>ão, sequela ou deficiência física na parte autora. Alegou, ainda, que a recorrente<br />
possui aptidão física e mental para exercer sua atividade habitual de costureira, atingindo a média de rendimento<br />
alcançada, em condiçõ<strong>es</strong> normais, pelos <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> da m<strong>es</strong>ma categoria profissional. Portanto, afirma que não há<br />
incapacidade para a atividade laboral habitual.<br />
5. Vale r<strong>es</strong>saltar, quanto aos laudos particular<strong>es</strong> apr<strong>es</strong>entados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito<br />
Santo: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,<br />
imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a r<strong>es</strong>peito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.<br />
6. Assim, não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos no pedido recursal.<br />
7. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.<br />
8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária da assistência<br />
judiciária gratuita.<br />
A C Ó R D Ã O<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da