17.04.2013 Views

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Relator JUIZ FEDERAL JOSÉ ANTONIO SAVARIS Fonte DOU 11/03/2011).<br />

6. Recurso inominado conhecido e improvido. Sentença mantida.<br />

11. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista ser a recorrente beneficiária da<br />

gratuidade de justiça (fl. 37).<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

46 - 0000337-24.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000337-1/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

(PROCDOR: Luciano José Ribeiro de Vasconcelos Filho.) x CELIA DIAS BENTO (ADVOGADO: EDSON ROBERTO<br />

SIQUEIRA JUNIOR.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 0000337-24.2010.4.02.5051/01-Juízo de Origem: 1ª VF Cachoeiro<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : CELIA DIAS BENTO<br />

Relator : Juiz <strong>Federal</strong> PABLO COELHO CHARLES GOMES<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA POR IDADE RURAL. NÃO PREENCHIMENTO DOS<br />

REQUISITOS LEGAIS. PROVA EXCLUSIVAMENTE TESTEMUNHAL. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO<br />

CONHECIDO E PROVIDO.<br />

. Trata-se de recurso inominado interposto pela Autarquia ré, ora recorrente, con<strong>tr</strong>a sentença proferida pelo juiz a quo que<br />

julgou procedente a pretensão externada na inicial d<strong>es</strong>ta ação, que objetivava a conc<strong>es</strong>são de aposentadoria rural por<br />

idade. Em suas razõ<strong>es</strong> recursais, sustenta o recorrente, que r<strong>es</strong>tou comprovada a d<strong>es</strong>caracterização do regime de<br />

economia familiar no período de carência do benefício, deixando então a autora, de fazer jus ao benefício de aposentadoria<br />

por idade rural. D<strong>es</strong>sa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando improcedente o pedido deduzido na<br />

inicia. As con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> foram apr<strong>es</strong>entadas à fls. 75-81.<br />

2. Em se <strong>tr</strong>atando de aposentadoria rural por idade, o ordenamento jurídico exige tão somente que o <strong>tr</strong>abalhador rural<br />

preencha o requisito referente à idade (60 anos se homem e 55 se mulher), bem como comprove o exercício de atividade<br />

rural, ainda que d<strong>es</strong>contínua, por tempo igual ao número de m<strong>es</strong><strong>es</strong> de con<strong>tr</strong>ibuição corr<strong>es</strong>pondente à carência do benefício<br />

pretendido (§ 2º do art. 48 da Lei nº 8.213/91), carência <strong>es</strong>ta que deverá obedecer à tabela consignada no art. 142 da Lei nº<br />

8.213/91.<br />

A recorrente nasceu em 10.08.1953 (fl. 07), e veio a requerer o benefício de aposentadoria rural por idade em 06.08.2009<br />

(fl. 45), indeferido ao argumento de que não foi comprovado o exercício de atividade rural pelo período nec<strong>es</strong>sário à<br />

carência exigida.<br />

Na Certidão de casamento de fl. 16, o ex-marido da recorrida é qualificado como pedreiro e ela, do lar. Tal documento não<br />

constitui, pois, início de prova material.<br />

A autora ainda juntou aos autos: Declaraçõ<strong>es</strong> dos Srs. José Lop<strong>es</strong> Justo (fl. 22), Valdemar José Vieira (fl. 25) e José Uledir<br />

Tiengo (fl. 26) de que a autora <strong>tr</strong>abalhou em suas propriedad<strong>es</strong> rurais, na condição de diarista, nos períodos de 1985 a<br />

1990, 1990 a 1996 e 1996 a 2002, r<strong>es</strong>pectivamente. Uma das declaraçõ<strong>es</strong> foi confirmada em audiência pelo próprio<br />

declarante. Além disso, ou<strong>tr</strong>a t<strong>es</strong>temunha afirmou que <strong>tr</strong>abalhou com a autora em torno de 18 anos, fiscalizando seu<br />

<strong>tr</strong>abalho em lavoura.<br />

A jurisprudência consolidou-se no sentido de que a prova exclusivamente t<strong>es</strong>temunhal, sem o razoável início de prova<br />

material, não basta à comprovação do exercício de atividade rural para efeito de obtenção do benefício previdenciário ora<br />

pleiteado (verbete nº 149 da Súmula do E. Superior Tribunal de <strong>Justiça</strong>).<br />

Ademais, verifica-se na CTPS da autora (fls. 09/13), que ela manteve con<strong>tr</strong>atos de <strong>tr</strong>abalho com a Prefeitura Municipal de<br />

Iuna nos períodos de 01/02/1991 a 31/12/1997, 12/03/1998 a 31/12/1998, 01/12/1999 a 01/08/1999, 02/08/1999 a<br />

31/12/1999 e 03/04/2000 a 31/12/2000, nos cargos de “servente”, “operário” e “servente <strong>es</strong>colar”. Enfim, a autora exerceu,<br />

en<strong>tr</strong>e 1991 e 2000, atividad<strong>es</strong> urbanas. Além disto, a autora recebe pensão por morte decorrente do falecimento de seu<br />

marido, o qual era segurado urbano, como se depreende do ex<strong>tr</strong>ato Plenus de fl. 38, onde consta a atividade “comerciário”.<br />

Todo <strong>es</strong>se contexto re<strong>tr</strong>ata séria dúvida a r<strong>es</strong>peito da qualificação da autora como segurada <strong>es</strong>pecial.<br />

O fato constitutivo do direito não r<strong>es</strong>tou comprovado. Por conseqüência, merece reparo, portanto, a sentença recorrida.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!