17.04.2013 Views

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Recorrente : ELIAS TEODORO DE JESUS<br />

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Relator : Juiz <strong>Federal</strong> BOAVENTURA JOÃO ANDRADE<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE LABORAL NÃO<br />

VERIFICADA. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.<br />

Este recurso inominado foi interposto pelo autor às fls. 78-82, em razão de sentença que julgou improcedente a pretensão<br />

de conc<strong>es</strong>são de aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que a perda da visão do<br />

olho <strong>es</strong>querdo enseja incapacidade para qualquer atividade laborativa. Alega que diante de suas condiçõ<strong>es</strong> p<strong>es</strong>soais e<br />

sociais (54 anos, deficiente visual, pouca ins<strong>tr</strong>ução), a sua reinserção no mercado de <strong>tr</strong>abalho torna-se muito difícil, razão<br />

pela qual deve ser concedida a aposentadoria por invalidez.<br />

Ademais, sustenta que não consegue d<strong>es</strong>empenhar a função para a qual foi reabilitado, pois o uso do computador causa<br />

<strong>tr</strong>anstornos à sua vista. D<strong>es</strong>sa forma, requer seja conhecido e provido o recurso, julgando-se procedente o pedido deduzido<br />

na inicial. Eventualmente, pleiteia por nova reabilitação em função que não prejudique sua visão.<br />

As con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> foram apr<strong>es</strong>entadas às fls. 87-90.<br />

A aposentadoria por invalidez, conforme se depreende do artigo 42 da Lei nº 8.213/1991, será devido ao segurado que uma<br />

vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, <strong>es</strong>tando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e<br />

insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto<br />

permanecer n<strong>es</strong>ta condição.<br />

D<strong>es</strong>nec<strong>es</strong>sária a análise da condição de segurado e do período de carência, até porque o recorrente encon<strong>tr</strong>a-se auferindo<br />

benefício previdenciário.<br />

Consoante o laudo pericial (fls. 51-54) produzido por médico oftalmologista, o recorrente (com 55 anos de idade) foi<br />

examinado e diagnosticado com visão subnormal do olho <strong>es</strong>querdo (qu<strong>es</strong>ito nº 01 – fl. 53), patologia que, no entanto, não o<br />

incapacita para o exercício da atividade para a qual foi reabilitado, qual seja de operador de computador com<br />

montagem/manutenção em equipamento de informática (qu<strong>es</strong>ito nº 06 - fl. 53). Em r<strong>es</strong>posta ao qu<strong>es</strong>ito nº 14 (fl. 54), o<br />

perito informou que o recorrente apr<strong>es</strong>enta boa acuidade no olho direito, r<strong>es</strong>tando apto para o <strong>tr</strong>abalho.<br />

Pois bem. O recorrente tem a profissão de soldador e em 12/07/2005 sofreu um acidente que o levou à perda de 80%<br />

(oitenta por cento) da visão do olho <strong>es</strong>querdo (sentença de fls. 75-76) atingido por um prego no ambiente de <strong>tr</strong>abalho.<br />

Na m<strong>es</strong>ma sentença acha-se ainda consignado:<br />

O autor, que tem a idade de 53 anos recebeu o benefício de auxílio-doença no período de 03/08/2005 a 09/02/2009 (NB<br />

138.964.413-5), diagnóstico cegueira e visão subnormal (CID10 H54), tendo sido reabilitado para a função de operador de<br />

computador com montagem/manutenção em equipamento de informática, conforme Certificado de Reabilitação Profissional<br />

juntado aos autos às fls. 31.<br />

Atualmente recebe o benefício de auxílio-acidente d<strong>es</strong>de 10/02/2009 (NB 534.619.120-4).<br />

Os laudos médicos particular<strong>es</strong> apr<strong>es</strong>entados pela autora (fls. 32/37) elencaram a doença sofrida pelo autor, mas, não<br />

constataram sua incapacidade.<br />

Insta salientar que, conforme cont<strong>es</strong>tação da autarquia-ré (fls. 59/63) o autor, a partir do dia seguinte à c<strong>es</strong>sação do auxílio<br />

doença, passou a receber o auxílio-acidente previdenciário (NB 543.619.120-4) devido à consolidação das l<strong>es</strong>õ<strong>es</strong> sofridas.<br />

Por sua vez, o recorrente alega que, ao con<strong>tr</strong>ário da conclusão da perícia-médica, não tem condiçõ<strong>es</strong> de exercer, seja a<br />

função para a qual foi reabilitado, sejam ou<strong>tr</strong>as ocupaçõ<strong>es</strong>, porquanto seus olhos lacrimejam, ardem e doem.<br />

Com efeito, a limitação para o <strong>tr</strong>abalho, seja na ocupação para a qual foi reabilitado (operador de computador com<br />

montagem/manutenção em equipamento de informática), ou em ocupação diversa, certo é que ele não apr<strong>es</strong>enta, nem<br />

demons<strong>tr</strong>a qualquer ou<strong>tr</strong>a situação <strong>es</strong>pecial condizente com a contingência nec<strong>es</strong>sária à obtenção de aposentadoria por<br />

invalidez, vale dizer, incapacidade total e permanente; conforme bem analisado na sentença recorrida. Frise-se, não se<br />

pode simpl<strong>es</strong>mente inferir: primeiro que a sintomatologia alegada é permanente e, segundo, que <strong>es</strong>se quadro seja apto a<br />

configurar incapacidade total, con<strong>tr</strong>ariando toda a apreciação e conclusão médica <strong>es</strong>pecializada.<br />

Por ou<strong>tr</strong>o lado, não se identifica, não obstante as alegaçõ<strong>es</strong> do recorrente, a impr<strong>es</strong>cindibilidade, na constância do<br />

recebimento de auxílio doença regular – o que implica reavaliação pericial normal pelo INSS – de realização de nova<br />

perícia ou a submissão a nova reabilitação, considerando as possibilidad<strong>es</strong> reais de <strong>tr</strong>abalho do recorrente.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!