17.04.2013 Views

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

5 - 0000467-44.2006.4.02.5054/01 (2006.50.54.000467-2/01) VALDEMIRA DE SOUZA NOGUEIRA (ADVOGADO:<br />

SEBASTIÃO FERNANDO ASSIS, KÉZIA NICOLINI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:<br />

Paulo Henrique Vaz Fidalgo.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2006.50.54.000467-2/01<br />

Recorrente : VALDEMIRA DE SOUZA NOGUEIRA<br />

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – REAQUISIÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO –<br />

PRIMEIRA CONTRIBUIÇÃO RECOLHIDA APÓS SURGIMENTO DA INCAPACIDADE – RECURSO CONHECIDO E<br />

IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente<br />

o pedido autoral de conc<strong>es</strong>são de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que, no caso, não se<br />

(re) filiou ao INSS com a doença já d<strong>es</strong>envolvida, mas com ela em d<strong>es</strong>envolvimento, e que cumpriu o requisito do artigo 24,<br />

parágrafo único, da Lei nº 8.213/91, visto que con<strong>tr</strong>ibuiu com 1/3 das pr<strong>es</strong>taçõ<strong>es</strong> nec<strong>es</strong>sárias para a obtenção do<br />

auxílio-doença, o que a fez readquirir a qualidade de segurada. Requer, assim, a reforma da sentença.<br />

O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59 da Lei nº 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido,<br />

quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu <strong>tr</strong>abalho ou para a sua atividade habitual por<br />

mais de 15 (quinze) dias consecutivos, não sendo devido o benefício àquele que se filiar já portador da doença ou da l<strong>es</strong>ão<br />

invocada como causa do benefício.<br />

No caso dos autos, o juiz a quo entendeu que deve incidir o parágrafo único, primeira parte, do art. 59 da Lei nº 8.213/91,<br />

pois a autora (re) filiou-se ao Regime já acometida da moléstia incapacitante, não sendo hipót<strong>es</strong>e de progr<strong>es</strong>são nem<br />

agravamento do fator incapacitante para a profissão da autora (manicure).<br />

A autora <strong>es</strong>teve vinculada ao RGPS no período de 24/04/1995 a 31/12/1995. Após <strong>es</strong>se período, há um vínculo com a<br />

empr<strong>es</strong>a Lus<strong>tr</strong>age Acabamento e Man. em Madeiras Nobr<strong>es</strong> Ltda, com início em 03/05/1999 e sem a data da c<strong>es</strong>sação<br />

(ex<strong>tr</strong>ato do CNIS – fl. 37). O INSS alega em sua cont<strong>es</strong>tação que a autora <strong>es</strong>teve vinculada até 30/05/1999. A partir da<br />

competência “03/2005” recolheu como con<strong>tr</strong>ibuinte individual (fls. 38/39), requerendo o benefício de auxílio-doença em<br />

17/10/2005.<br />

O primeiro laudo pericial (fls. 52/53) at<strong>es</strong>ta que a recorrente tem sequelas de AVC, com incapacidade total e definitiva para<br />

o <strong>tr</strong>abalho. Concluiu o perito que a incapacidade existe d<strong>es</strong>de o início de 2005. Na segunda análise pericial (fl. 92, com<br />

r<strong>es</strong>posta a qu<strong>es</strong>itos complementar<strong>es</strong> na fl. 106) ficou evidenciada a incapacidade laborativa da recorrente, em decorrência<br />

de um AVC isquêmico, com data de início em abril de 2005 (r<strong>es</strong>posta ao qu<strong>es</strong>ito complementar nº. 01 do INSS, fl. 106), que<br />

acarreta a incapacidade parcial e temporária para a realização da sua atividade habitual. O perito afirmou que o período de<br />

recuperação é de 02 (dois) anos em média. Além disso, afirmou que não havia incapacidade no mês de março de 2005<br />

(qu<strong>es</strong>ito nº 03 do INSS, fl. 106).<br />

Um dos requisitos para a obtenção do auxílio-doença é o preenchimento do período de carência que corr<strong>es</strong>ponde a 12<br />

(doze) m<strong>es</strong><strong>es</strong>. Compulsando as provas existent<strong>es</strong> nos autos, verifico que a autora, ant<strong>es</strong> de sua inscrição como con<strong>tr</strong>ibuinte<br />

individual, havia recolhido 09 (nove) con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> (vínculo existente na CTPS, ex<strong>tr</strong>ato do CNIS e cont<strong>es</strong>tação). Ou seja,<br />

possuía a qualidade de segurada, mas não havia preenchido o período de carência nec<strong>es</strong>sário. Após a perda da qualidade<br />

de segurada, a recorrente voltou a con<strong>tr</strong>ibuir como con<strong>tr</strong>ibuinte individual (primeiro recolhimento em 12/04/2005 – fl. 38).<br />

Ant<strong>es</strong> do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo (17/10/2005), recolheu mais 07 (sete) con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong>. Alega a recorrente que con<strong>tr</strong>ibuiu<br />

(como con<strong>tr</strong>ibuinte individual) com mais de 1/3 da carência do benefício (in casu, 04 m<strong>es</strong><strong>es</strong>), o que faria com que pud<strong>es</strong>se<br />

reaproveitar as con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> passadas já pagas e que, somadas, ul<strong>tr</strong>apassam a carência nec<strong>es</strong>sária.<br />

Porém, não se deve confundir o reaproveitamento de con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> passadas com a reaquisição da qualidade de segurado.<br />

Para <strong>es</strong>ta última, deve ser verificada a data do recolhimento da primeira con<strong>tr</strong>ibuição sem a<strong>tr</strong>aso, o que se deu em 12 de<br />

abril de 2005 (fl. 38). O perito do Juízo (fl. 106) foi categórico ao afirmar que a pericianda <strong>es</strong>tava capaz no mês de março e<br />

incapaz no mês de abril. Assim, verifico que a recorrente recolheu sua primeira con<strong>tr</strong>ibuição já incapaz, motivo pelo qual<br />

não faz jus ao benefício pleiteado. Sendo assim, não merece reforma a sentença prolatada pelo Juízo a quo, que<br />

considerou, corretamente, que a recorrente refiliou-se ao RGPS já incapaz.<br />

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.<br />

Sem custas e honorários advocatícios em virtude de a recorrente fazer jus ao benefício da assistência judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos Juizados<br />

Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E, NO MÉRITO, NEGAR-LHE<br />

PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Pablo Coelho Charl<strong>es</strong> Gom<strong>es</strong><br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!