boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal
boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal
boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
A C Ó R D Ã O<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />
Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e, no mérito, NEGAR-LHE<br />
PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
BRUNO DUTRA<br />
Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />
104 - 0000305-03.2009.4.02.5003/01 (2009.50.03.000305-1/01) NICY SILVARES MACIEL (ADVOGADO: CLÁUDIO LÉLIO<br />
DOS ANJOS, PAULO WAGNER GABRIEL AZEVEDO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />
(PROCDOR: JOSE APARECIDO BUFFON.).<br />
RECURSO DE SENTENÇA Nº. 0000305-03.2009.4.02.5003/01<br />
RECORRENTE: NICY SILVARES MACIEL<br />
RECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />
RELATOR: JUIZ FEDERAL BRUNO DUTRA<br />
EMENTA<br />
RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE – SEGURADA ESPECIAL – NÃO<br />
COMPROVAÇÃO DE EXERCÍCIO DE ATIVIDADE RURAL PELO PERÍODO EQUIVALENTE À CARÊNCIA DO<br />
BENEFÍCIO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA<br />
Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente em face da sentença de fls. 64/67 que julgou<br />
improcedente o pedido autoral de conc<strong>es</strong>são de aposentadoria rural por idade. Em razõ<strong>es</strong> de recurso, alega a autora que<br />
sempre exerceu labor rural em regime de economia familiar, tendo <strong>tr</strong>azido aos autos início razoável de prova material.<br />
Con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> à fl.76.<br />
Em primeiro lugar, é importante r<strong>es</strong>saltar que nos termos do art. 39, I, da Lei 8.213/91, para fins de recebimento de<br />
aposentadoria rural por idade, o segurado <strong>es</strong>pecial previsto no inciso VII do artigo 11 d<strong>es</strong>ta lei, além de comprovar a idade<br />
mínima (55 anos/mulher; 60 anos/homem), nos mold<strong>es</strong> do artigo 48, § 1º do m<strong>es</strong>mo diploma normativo, deve demons<strong>tr</strong>ar o<br />
efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma d<strong>es</strong>contínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do<br />
benefício, por tempo igual ao número de m<strong>es</strong><strong>es</strong> de con<strong>tr</strong>ibuição corr<strong>es</strong>pondente à carência do benefício postulado.<br />
No pr<strong>es</strong>ente caso, a prova material cinge-se à certidão de casamento da autora, realizado em 1965, com a informação de<br />
que seu marido era lavrador (fl. 17). Há que se r<strong>es</strong>saltar que a própria autora afirma <strong>es</strong>tar separada de fato há,<br />
aproximadamente, 15 (quinze) anos. Diante disso, percebe-se que não há início de prova material contemporânea ao<br />
período que se pretende comprovar.<br />
Nos termos do art. 55, § 3°, da Lei nº 8.213/91, a comprovação do exercício de qualquer atividade abrangida pelo RGPS,<br />
inclusive a atividade rural, depende de prova material, cabendo à prova t<strong>es</strong>temunhal apenas a complementação daquela<br />
prova. No pr<strong>es</strong>ente caso, a parte autora não juntou aos autos prova material suficiente a comprovar a sua qualidade de<br />
segurada <strong>es</strong>pecial, visto que, o único documento que relaciona a recorrente ao labor rural faz referência a uma época muito<br />
remota. Diante da insuficiência de provas, fica evidente que a recorrente não logrou êxito em comprovar a sua qualidade de<br />
segurada <strong>es</strong>pecial rural, no período, imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número de<br />
m<strong>es</strong><strong>es</strong> de con<strong>tr</strong>ibuição corr<strong>es</strong>pondente à carência do benefício postulado, tendo em vista que, a prova t<strong>es</strong>temunhal por si só<br />
não tem o condão de configurar a qualidade de rurícola da autora (súmula 149 do STJ).<br />
D<strong>es</strong>se modo, entendo que diante da insuficiência de prova material contemporânea aos fatos, a recorrente não logrou êxito<br />
em comprovar a sua qualidade de segurada <strong>es</strong>pecial rural pelo período de carência exigido em lei, não fazendo jus,<br />
portanto ao benefício pleiteado.<br />
Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.<br />
Condenação da recorrente vencida ao pagamento de custas proc<strong>es</strong>suais e de honorários advocatícios, cujo valor,<br />
considerada a complexidade da causa, arbi<strong>tr</strong>o em R$ 100,00 (cem reais). Contudo, ante o deferimento de assistência<br />
judiciária gratuita à fl. 35, suspendo a exigibilidade de tais verbas sucumbenciais, nos termos do art. 55, caput, da Lei<br />
9.099/95.<br />
ACÓRDÃO<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais