boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal
boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal
boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
judiciária gratuita.<br />
A C Ó R D Ã O<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />
Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />
constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
ASSINADO ELETRONICAMENTE<br />
Pablo Coelho Charl<strong>es</strong> Gom<strong>es</strong><br />
Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />
97 - 0003870-91.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.003870-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) EDSON GOSS (ADVOGADO:<br />
CLARENCE ILDAWALD GIBSON OVIL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela<br />
Boechat B. B. de Oliveira.).<br />
PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO<br />
1ª Turma Recursal - 2. Juiz Relator<br />
PROCESSO: 0003870-91.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.003870-4/01)<br />
VOTO<br />
Trata-se de recurso inominado, interposto pela parte autora, em face da sentença de fls. 63/64, que julgou improcedente o<br />
seu pedido de r<strong>es</strong>tabelecimento do benefício de auxílio-doença. Alega o recorrente, Edson Goss (40 anos de idade), em<br />
suas razõ<strong>es</strong> recursais, que é portador de Espondiloar<strong>tr</strong>ose Lombar e que sua incapacidade é insuscetível de reabilitação,<br />
considerada incurável. Com isso, requer seja reformada a sentença, julgando procedente o pedido exposto na inicial, a fim<br />
de se r<strong>es</strong>tabelecer o benefício de auxílio-doença, ou conceder aposentadoria por invalidez. Requer, ainda, o pagamento das<br />
parcelas re<strong>tr</strong>oativas à data do requerimento do benefício, compreendido en<strong>tr</strong>e o período de 31/05/2010 a 09/02/2011.<br />
O INSS apr<strong>es</strong>entou con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>, pugnando pela manutenção da sentença. Alega que o recorrente <strong>es</strong>tá em gozo do<br />
benefício de auxílio-doença d<strong>es</strong>de 10/02/2011.<br />
Este é o breve relatório. Passo a votar.<br />
Sabe-se que o auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei nº 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido,<br />
quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu <strong>tr</strong>abalho ou para a sua atividade habitual por<br />
mais de 15 (quinze) dias consecutivos. A aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei nº 8.213/91, será devida<br />
ao segurado que, <strong>es</strong>tando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o<br />
exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer n<strong>es</strong>ta condição.<br />
A parte autora recebeu o benefício de auxílio-doença no período de 25/02/2006 a 30/05/2010, conforme fl. 06. Em<br />
26/05/2010 requereu prorrogação do auxílio-doença perante o INSS, o que veio a ser indeferido pelo fato de não ter sido<br />
constatada a incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho ou para a sua atividade habitual (fl. 8).<br />
De acordo com a perícia médica judicial, verifica-se que o recorrente apr<strong>es</strong>enta quadro de Espondiloar<strong>tr</strong>ose Lombar, porém,<br />
o perito afirmou que não foi constatada a sua incapacidade. Assim, o Juízo a quo julgou improcedente o seu pedido de<br />
r<strong>es</strong>tabelecimento do benefício de auxílio-doença, alegando a falta do requisito da incapacidade.<br />
Ao se analisar o conjunto probatório pr<strong>es</strong>ente nos autos, verifica-se que, ao interpor o recurso (07/06/2011), o recorrente já<br />
vinha gozando do benefício de auxílio-doença d<strong>es</strong>de 10/02/2011 (fl. 85). Há, portanto, perda de inter<strong>es</strong>se superveniente no<br />
que refere ao período posterior a 10/02/11.<br />
O motivo da divergência em qu<strong>es</strong>tão r<strong>es</strong>ume-se então ao período em que o recorrente ficou sem receber o benefício,<br />
compreendido en<strong>tr</strong>e 31/05/2010 e 09/02/2011.<br />
A Perícia judicial foi realizada n<strong>es</strong>se interregno, mais precisamente em 26/11/2010 (fl. 38/39); a m<strong>es</strong>ma foi incisiva quanto a<br />
capacidade laborativa.<br />
O fato de o autor-recorrente tornar, após a perícia judicial, a receber auxílio-doença por força de decisão adminis<strong>tr</strong>ativa não<br />
implica na conclusão de que <strong>es</strong>taria incapacitado no período anterior a <strong>es</strong>sa nova conc<strong>es</strong>são. Com efeito, a doença de que<br />
padece o autor pode apr<strong>es</strong>entar momentos em que é viável o d<strong>es</strong>envolvimento da atividade laborativa; e pode ser que, em<br />
alguns momentos, a doença inviabilize o exercício de tal atividade. N<strong>es</strong>se ponto, reporto-me ao que observou o Juízo a quo<br />
na sentença:<br />
“(...)<br />
O perito diagnosticou uma doença degenerativa. Esse fato, porém, não é incompatível com a conclusão pela inexistência de