17.04.2013 Views

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

7. Com efeito, o benefício assistencial percebido pelo cônjuge da requerente deve ser d<strong>es</strong>considerado no cálculo da renda<br />

per capita. Tem-se, por certo, que a renda da família, composta pela autora e o <strong>es</strong>poso, é nula. Não há que se falar em<br />

inexistência de miserabilidade, tampouco que a renda mensal familiar per capita seja superior ao patamar legal de ¼ do<br />

salário mínimo. R<strong>es</strong>ta, por conseguinte, preenchido o requisito objetivo para a conc<strong>es</strong>são do benefício de amparo<br />

assistencial.<br />

8. Houve o preenchimento de todos os demais requisitos para a percepção do benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada. D<strong>es</strong>se<br />

modo, diante do que fora exposto e argumentado, não merece qualquer reforma a sentença, cujos fundamentos utilizo<br />

como razão adicional de decidir.<br />

9. Quantos às parcelas vencidas en<strong>tr</strong>e a data da sentença (que antecipou os efeitos da tutela) e a efetiva implantação do<br />

benefício (ou seja, en<strong>tr</strong>e outubro de 2010 e abril de 2011), entendo que o pagamento deverá ocorrer juntamente com as<br />

parcelas vencidas ant<strong>es</strong> da prolação da sentença, visto que o ente público <strong>es</strong>tá sujeito ao regime <strong>es</strong>pecial de pagamento<br />

por precatório (ou RPV, caso seja <strong>es</strong>se o caso).<br />

10. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.<br />

11. Custas ex lege. Condenação do Recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% do valor da<br />

condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO ao recurso, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

ASSINADO ELETRONICAMENTE<br />

Pablo Coelho Charl<strong>es</strong> Gom<strong>es</strong><br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

78 - 0003523-58.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.003523-5/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARIA LUCIA DE SOUZA<br />

PENHA (DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:<br />

Marcos Figueredo Marçal.).<br />

1ª Turma Recursal - 2. Juiz Relator<br />

PROCESSO: 0003523-58.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.003523-5/01)<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – INCAPACIDADE LABORAL<br />

TEMPORÁRIA – LAUDO MÉDICO PERICIAL – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

1. Trata-se de recurso inominado, interposto por MARIA LÚCIA DE SOUZA PENHA, em face da sentença de fls. 73/74, que<br />

julgou parcialmente procedente o seu pedido inicial, r<strong>es</strong>tabelecendo o benefício de auxílio-doença e rejeitando a sua<br />

conversão em aposentadoria por invalidez. Alega a recorrente, MARIA LÚCIA DE SOUZA PENHA (48 anos de idade,<br />

merendeira), em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que é portadora de doença que a incapacita de forma total e definitiva (hipertensão<br />

arterial severa e diabet<strong>es</strong> mellitus do tipo insulino-dependente), fazendo jus, assim, ao benefício da aposentadoria por<br />

invalidez. O INSS apr<strong>es</strong>entou con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> pugnando pela manutenção da sentença.<br />

2. O auxílio-doença, conforme o art. 59 da Lei nº 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for o<br />

caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu <strong>tr</strong>abalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15<br />

(quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, conforme o art. 42 da Lei nº 8.213/91, será devida ao<br />

segurado que, <strong>es</strong>tando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insuscetível de reabilitação para o<br />

exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer n<strong>es</strong>ta condição.<br />

3. A con<strong>tr</strong>ovérsia cinge-se quanto à incapacidade definitiva ou não da parte autora. A perícia médica judicial constatou que a<br />

recorrente é portadora de hipertensão arterial sistêmica e diabet<strong>es</strong> mellitus. O jurisperito <strong>es</strong>clareceu, no 9º qu<strong>es</strong>ito, que a<br />

autora não se encon<strong>tr</strong>a, no momento, com aptidão física e mental para exercer a atividade habitual de merendeira, visto<br />

que isso aumentaria o risco de evento cérebro-vascular. Informa, ainda, no 14º qu<strong>es</strong>ito, que a incapacidade profissional da<br />

recorrente é temporária, até que se normalizem os níveis pr<strong>es</strong>sóricos.<br />

4. Não há razõ<strong>es</strong> para se d<strong>es</strong>considerar o laudo judicial de fls. 42/45. A matéria foi suficientemente <strong>es</strong>clarecida pelo perito<br />

médico judicial, que é <strong>es</strong>pecialista habilitado e capacitado para realização de perícias de forma imparcial. Importante<br />

atentar-se ao teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito Santo: “O laudo médico particular é prova unilateral,<br />

enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a<br />

r<strong>es</strong>peito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!