17.04.2013 Views

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.195 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

11. N<strong>es</strong>se diapasão, oportuno lembrar entendimento sufragado no âmbito d<strong>es</strong>ta Turma Recursal, no sentido de que: “o<br />

médico assistente diagnostica e <strong>tr</strong>ata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, mas acreditar<br />

(<strong>es</strong>ta é a base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o <strong>tr</strong>atamento que considere mais<br />

indicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante é verdadeira. Por<br />

isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho.”<br />

(Recurso nº 0000018-16.2011.4.02.5053/01, julgado na s<strong>es</strong>são de 14.12.2011 por <strong>es</strong>ta Turma Recursal, de relatoria do Juiz<br />

<strong>Federal</strong> Rogério Moreira Alv<strong>es</strong>).<br />

12. Já a alegativa da recorrente acerca da prevalência, in casu, da documentação médica particular apr<strong>es</strong>entada, nela<br />

incluídos laudos médicos, após analisados, não se mos<strong>tr</strong>am aptos a superar fática e clinicamente, as conclusõ<strong>es</strong> do laudo<br />

médico judicial, m<strong>es</strong>mo porque <strong>es</strong>te textualmente assentou na r<strong>es</strong>posta ao qu<strong>es</strong>ito nº 9 que na data da perícia, isto é, em<br />

05 de março de 2010 não constatou incapacidade da recorrente para o <strong>tr</strong>abalho.<br />

13. Assim colocado, tendo em relevo a contingência na qual se assenta a causa de pedir, incide na <strong>es</strong>pécie o entendimento<br />

expr<strong>es</strong>so no Enunciado de nº 08 d<strong>es</strong>ta Turma Recursal, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral,<br />

enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a<br />

r<strong>es</strong>peito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.<br />

14. Oportuno rememorar que o exc<strong>es</strong>so de objetividade não invalida a prova pericial. Importa que o laudo pericial seja<br />

conclusivo e que inequivocamente revele a conclusão formada pelo perito. Nos juizados <strong>es</strong>peciais, os atos proc<strong>es</strong>suais são<br />

regidos pela simplicidade e pela informalidade (art. 2º da Lei 9.099/95), razão pela qual o laudo pericial não precisa conter<br />

fundamentação detalhada.<br />

15. Não merece reparo, portanto, a sentença recorrida.<br />

16. N<strong>es</strong>sas condiçõ<strong>es</strong>, conheço do recurso, mas nego-lhe provimento.<br />

17. Sem condenação em custas e honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento da Gratuidade de <strong>Justiça</strong> à fl. 159,<br />

na forma do art. 12 da Lei nº. 1.060/1950, r<strong>es</strong>salvado, no ponto, o entendimento do relator.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer do recurso e a ele negar provimento, na forma da ementa<br />

que fica fazendo parte integrante do julgado.<br />

Boaventura João Andrade<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

Assinado ele<strong>tr</strong>onicamente<br />

21 - 0000143-81.2011.4.02.5053/01 (2011.50.53.000143-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO<br />

SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: EUGENIO CANTARINO NICOLAU.) x IRACENILDA MARIA DIAS (ADVOGADO:<br />

Thor Lincoln Nun<strong>es</strong> Grünewald.).<br />

Proc<strong>es</strong>so n.º 0000143-81.2011.4.02.5053/01 – Juízo de Origem: 1ª VF de Linhar<strong>es</strong><br />

Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrida: IRACENILDA MARIA DIAS<br />

Relator: Juiz <strong>Federal</strong> BOAVENTURA JOÃO ANDRADE<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE<br />

LABORAL VERIFICADA. LIMITAÇÃO FUNCIONAL COMPROMETEDORA DO EXERCÍCIO DA ATIVIDADE LABORATIVA<br />

HABITUAL. RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.<br />

Este recurso inominado foi interposto pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS às fls. 84-87, em razão de sentença<br />

que julgou procedente o pedido de conc<strong>es</strong>são do benefício previdenciário de auxílio-doença, com DIB fixada em 08.08.2011<br />

(data da perícia judicial) e DIP coincidente com a data de prolação da sentença. Sustenta o recorrente, em sínt<strong>es</strong>e, que a<br />

recorrida possui plena capacidade laborativa, conforme at<strong>es</strong>tou o perito do Juízo. Argumenta que não há razão para<br />

d<strong>es</strong>considerar as conclusõ<strong>es</strong> da perícia judicial, porquanto gozam de tecnicismo, co<strong>es</strong>ão e imparcialidade. Com base nisso,<br />

requer seja conhecido e provido o recurso para reformar a sentença, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial.<br />

As con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> foram apr<strong>es</strong>entadas às fls. 97-101.<br />

A r<strong>es</strong>peito, preceitua o artigo 59, caput, da Lei nº. 8.213/1991, que o auxílio-doença será devido ao segurado que, tendo<br />

cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu <strong>tr</strong>abalho ou para a sua atividade<br />

habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. E o art. 42 da precitada Lei que a aposentadoria por invalidez, uma vez<br />

cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, <strong>es</strong>tando ou não em gozo de auxílio-doença,<br />

for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e<br />

ser-lhe-á paga enquanto permanecer n<strong>es</strong>ta condição.<br />

A condição de segurada e o período de carência são incon<strong>tr</strong>oversos nos autos. A qu<strong>es</strong>tão que reman<strong>es</strong>ce cinge-se, pois, a<br />

existência ou não de incapacidade laboral.<br />

Na análise pericial do Juízo (fls. 60-63), realizada por <strong>es</strong>pecialista na área de ortopedia, a recorrida (49 anos) foi examinada<br />

e diagnosticada com ar<strong>tr</strong>ose e discopatia em coluna e lombar (qu<strong>es</strong>ito do INSS nº 01), patologia de ordem degenerativa<br />

que, en<strong>tr</strong>etanto, não a incapacita para suas atividad<strong>es</strong> habituais de doméstica (qu<strong>es</strong>itos do INSS nºs 02 e 06 e qu<strong>es</strong>ito do

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!